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White Lies, maiores que eles próprios!

White Lies, maiores que eles próprios!

2016-11-18, Centro Cultural de Bélem
Hugo Tomé
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Na verdade, é tudo uma questão de gostos. No entanto, uma das sensações mais agradáveis e entusiasmantes que se pode obter ao presenciar a performance de uma banda ao vivo, é a capacidade como esta consegue transparecer, ou melhor, sobrevalorizar, o trabalho que apresenta em estúdio. Os White Lies conseguiram.

Por momentos, foi como se fizéssemos parte de um novo processo criativo. Por momentos,foi como se tivéssemos assistido ao vivo e a cores ao nascimento de novas canções.

Pela primeira vez a actuar em Lisboa, o Grande Auditório do Centro Cultural de Belém foi o palco escolhido para a apresentação do quarto disco de originais da banda britânica, “Friends”. Não se pode afirmar que tenha sido a sala ideal para um concerto de rock (lamente-se a ausência de bebidas no seu interior e a formalidade dos assentos preparados para outro tipo de espectáculos musicais). Porém, a envolvente disposição da composição de luzes e a excelente acústica foram o acompanhamento ideal para um prato principal que os White Lies “surpreendentemente” serviram quente e saboroso. E digo “surpreendentemente”, uma vez que não se pode dizer que os White Lies em palco sejam a banda mais mexida, efusiva e afectiva que alguma vez assistimos.

Por momentos, foi como se fizéssemos parte de um novo processo criativo. Por momentos,foi como se tivéssemos assistido ao vivo e a cores ao nascimento de novas canções.

Contudo, a voz grave e poderosa de Harry McVeigh chega e sobra para preencher os metros quadrados de qualquer sala, seja esta qual for. E para o caso foi o Grande Auditório do Centro Cultural de Bélem que assimilou e ecoou vocalizações e instrumentações quase sempre orientadas pelo mesmo método, formato e pulmão, que de canção em canção, conduziram uma sucessão de crescendos da introspecção à erupção. Um alinhamento que de “Take It Out On Me” a “Bigger Than Us” fez passagens por toda a discografia da banda britânica, sendo mais dançável e ligeiro nas canções que compõem o último disco, Friends. Mais obscuro e intenso nas canções que compõem o primeiro disco, To Loose My Life. E ao fim de dezassete canções os White Lies nunca foram ruidosos ou espalhafatosos., foram sim, assertivos e rigorosos. Primorosos a darem uma outra força, projecção e emoção às suas canções. Canções que em “Death” tiveram o seu principal momento. Canção como “Death” que em todo o seu brilhantismo e fundamento é um verdadeiro monumento. E diga-se… White Lies, maiores que eles próprios!

Foto: Everything is New