A Capital Nacional do Techno fez para merecer a distinção a partir das 17h com os dois palcos (NEO E ANTI STAGE) a abrir, simultaneamente, com artistas portugueses, a 15ª edição do NEOPOP em Viana do Castelo.
Nuno Carneiro no ANTI e Serginho b2b Zé Salvador no NEO, os últimos ainda voltaram a palco às 21h30 antecipando a tríade Cobblestone Jazz em formato live, Dea e Peggy Gou, indubitavelmente, o ponto alto do primeiro dia.
No palco secundário, o foco foi a portugalidade com um alinhamento quase exclusivamente luso, à exceção do francês Paul Ritch. Foi, contudo, igualmente bem recebido num lado do festival onde o foco ficou pelas abordagens mais tradicionais ao techno. Realçar a presença dos Freshkitos, a dupla portuense presente na primeira edição tem, desde então, marcado presença regular no alinhamento do NEOPOP, repetindo a façanha na edição número 15.
Ao mesmo tempo, no NEO STAGE, o trio canadiano Cobblestone Jazz através das habilidosas mãos pintaram com cores de jazz uma pintura techno improvisada repleta de vida. Do laboro infecioso das teclas de Danuel Tate, à habilidade de mistura e composição de Mathew Jonson culminando na história como Dj e produtor de Tyger Dhula o trio surgiu em Viana do Castelo numa das suas pouco comuns aparições ao vivo. Os canadianos serviram-se do seu díspar reconhecimento pela Europa em relação à américa do norte para surgir em palco para deleite do público que recebeu de mãos abertas os ritmos diferenciadores do grupo.

De seguida, Dea (Barandana) entrou “a pés juntos e o árbitro deixou seguir”. Que melhor maneira de saudar o público que aquela demonstração de intenção. O DJ oriundo de Jacarta passou o cumprimento à frente e foi direto ao assunto, desferindo golpes duros, um atrás do outro, chegando mesmo a alongar o seu set em meia hora. Concluiu com uma reprodução inesperada do “Rap da Rocinha”.

Ainda não tinha subido a palco e Peggy Gou já recebia gritos e aplausos do público que a via curiosa. Quando finalmente assumiu o controlo da mesa, assumiu também o controlo da multidão, tendo o público na mão do início ao fim. Num set de duas horas destaque para a rendição de “Brand New Drop”. Peggy é oriunda da Coreia do Sul, estudou em Inglaterra, mais concretamente em Londres, onde aprimorou o seu sentido natural de calor, felicidade e liberdade provenientes do legado house e techno que a procedeu e agora reside na Alemanha. O seu nome além de reconhecível, pelas suas incursões na escrita, moda e design, surge na cena techno ao lado dos grandes. Peggy mostrou no NEOPOP a razão desse posicionamento com o derradeiro e mais alto momento do primeiro dia do festival.
O público ainda migrou para o ANTI STAGE em busca da continuação da noite mas assim como o início, o término foi simultâneo.