devil in coma mark lanegan

Mark Lanegan é homenageado em novo livro

23 Fevereiro, 2023

Mark Lanegan é recordado pelo autor Greg Prato através do seu mais recente livro “Lanegan”, que conta com os testemunhos de vários músicos como Kim Thayil, Jesse Hughes ou Nick Oliveri.

O falecimento de Mark Lanegan ainda se apresenta como algo bastante fresco, afinal de contas aconteceu apenas há um ano, mais precisamente no dia 22 de Fevereiro de 2022. Entretanto já surgiram várias homenagens ao cantor, sendo a mais recente um livro de Greg Prato intitulado “Lanegan”.

Como um tributo ao vocalista – que é mais conhecido como o vocalista dos Screaming Trees e ex-membro dos Queens of the Stone Age (além de seu trabalho solo, The Gutter Twins e outras colaborações) – Greg Prato entrevistou mais de 20 músicos, amigos e admiradores de sua música para o seu último livro, simplesmente intitulado “Lanegan”.

Nesse livro uma das revelações que é feita por Nick Oliveri, ex-baixista dos Queens of the Stone Age, que diz que Mark Lanegan é co-autor de “Something In the Way”, canção dos Nirvana do clássico “Nevermind”, de 1991. Oliveri diz que Lanegan lhe contou que «tinha escrito uns versos dessa canção. Mas como o Kurt [Cobain] tinha tocado nalgumas coisas do Mark [Lanegan] a solo, em vez de receber royalties, chegaram a um acordo: “escrevi um verso para a tua canção e tu puseste um verso na minha, estamos quites”.»

Aqui em baixo deixamos outros três excertos dessas conversas, publicadas pela Consequences of Sound:

Kim Thayil (Soundgarden): «Fizemos concertos com os Trees, e o Mark Pickerel costumava brincar sobre como os Trees eram comparados aos Doors – porque nos primeiros discos dos Trees, as pessoas descreviam Lanegan como tendo uma voz que lembrava a de Jim Morrison . Nos nossos primeiros dias, no contexto de tocar para o público punk, éramos como os Zeppelin – para o bem ou para o mal. Então, a piada que o Mark Pickerel fazia – e acho que o Lanegan também – era: “Deveríamos fazer uma tour juntos. Seria como a tour Zeppelin/Doors que nunca aconteceu!»

Jesse Hughes (Eagles of Death Metal): «“Bubblegum” – na minha opinião – é um dos melhores álbuns já feitos. Digo isso de forma sincera- é um dos discos mais subestimados e um dos melhores. Cada música desse álbum é um triturador. Há uma melodia nisso, e ele consegue usar a sua voz de tal forma que a nuance da canção fica quase disfarçada – sem tentar. Quase como uma ilusão de ótica ou pensas que estás a olhar para uma velhinha… mas é uma jovem a olhar-se no espelho. Ele era mais como a cabeça de um crânio com um monte de corpos nus.»

Josh Klinghoffer (baterista de Mark Lanegan, ex-guitarrista dos Red Hot Chili Peppers): «A voz dele é bastante peculiar. A vida que ele levou, foi capaz de canalizar isso para uma das suas vozes. Ele podia cantar mais alto e alto –  podia sair da coisa grave e gutural se quisesse. Mas acho que ele tinha uma voz tão honesta e que refletia a pessoa que ele era. Provavelmente muito parecido com o que as pessoas estavam a dizer no funeral- ele parecia ser o tipo de pessoa que tentava esconder o facto de ter um coração tão grande e ser uma pessoa tão sensível. Eu penso da mesma forma com a voz dele, ele simplesmente não podia deixar de ser incrivelmente emocional com a sua voz. Eu acho que as pessoas podem cantar de várias maneiras e saber cantar ou não saber cantar, mas apenas ter uma voz – elas são treinadas, ou não.»

«O Mark Lanegan apenas abria a boca e cantava qualquer palavra – as suas próprias palavras, as palavras de outra pessoa – e provavelmente sentirás algo ou chamará a tua atenção. E quer gostes ou não, ou te conectas a ele ou não, a voz dele chama a atenção. É totalmente o que eu quero ouvir hoje em dia – é honestidade, sem fingimento. Basicamente quero ouvir a vida emocional da pessoa. E sinto que ele não poderia deixar de fazer isso. De certa forma, ele provavelmente estava a cantar para viver – não sei se ele poderia dizer conscientemente que era isso que estava a fazer. Mas para mim, parecia que ele estava a mostrar-nos através do seu canto, música e composição quem ele era como pessoa, emocionalmente. E provavelmente funcionou em muitos níveis, porque muitas pessoas o conheceram de uma forma que provavelmente não conhecem outros artistas que ouvem.»

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Lanegan book cover

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