O músico britânico admite que nenhum trabalho está salvaguardado para o futuro.
Recentemente, Peter Gabriel expressou a sua opinião acerca da crescente proeminência da inteligência artificial, e defendeu que nenhum trabalho está a salvo para o futuro, incluindo o seu.
Numa conversa com o Yahoo! Música sobre a sua empresa de tecnologia Reverberation, Gabriel discutiu a necessidade de alertar para o que a IA pode vir a ser capaz de fazer: «Provavelmente tenho tanto medo [da IA] quanto todas as pessoas. […] penso muito sobre o assunto e acho que são poucas as pessoas que pensam nele.»
«E seria óptimo chegarmo-nos à frente. Isto é algo que terá muito mais impacto do que a Revolução Industrial ou a bomba nuclear. Se não começarmos a antecipar o que pode acontecer, será tarde demais, porque é muito rápido.»
Gabriel também expressou a sua opinião relativamente à hipótese da música gerada por IA ter o efeito emocional de canções escritas por artistas humanos e disse: «A maioria das pessoas argumenta que não. Eu diria que eles só precisam de algoritmos melhores», disse Gabriel, acrescentando que um dia provavelmente haverá algoritmos para o espírito humano.
«Então, podemos simplesmente pegar nos algoritmos e dançar com eles, em vez de lutar contra eles. Infelizmente, não acho que o meu trabalho ou o trabalho de qualquer pessoa esteja a salvo da IA», acrescentou Peter Gabriel. «A maneira de olhar para isto, é pensar que este incrível conjunto de ferramentas está a chegar até nós e que poderemos fazer todo tipo de coisas extraordinárias, incluindo talvez – e eu digo “talvez” – proteger o nosso futuro.»
Nos últimos tempos, a IA tem vindo a ser utilizada para fazer algumas experiências dentro do panorama musical. A mais mediática foi a de um projeto que juntou cientistas a um compositor e que utilizou esta nova tecnologia para concluir a 10ª sinfonia de Beethoven, uma peça que tinha ficado incompleta aquando da sua morte em 1827.
Peter Gabriel tem agendado para 2023 a edição de um novo álbum, “i/o”.
