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25 Abril: José Mário Branco em escuta coletiva no Coliseu no Porto

25 Abril: José Mário Branco em escuta coletiva no Coliseu no Porto

Comunicado de Imprensa

No âmbito da celebração dos 50 anos do 25 de Abril, o Coliseu Porto Ageas recebe uma escuta colectiva de “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades” e uma conversa com Capicua, Carlos Tê e Luís Freitas Branco sobre a revolução musical de 1971 na música popular portuguesa.

No dia 28 de março, às 18h00, os Mantras do Coliseu Porto Ageas, que há um ano enriquecem a agenda de grandes espetáculos com momentos de reflexão e discussão dos mais variados temas, apresentam “Aprende a Ouvir, Companheiro”, em parceria com a editora Zigurate, de Carlos Vaz Marques.

O evento, que acontece no Salão Ático do Coliseu, acolhe o lançamento do livro “A Revolução antes da Revolução”, de Luís Freitas Branco. A apresentação será reforçada por uma audição comentada do disco “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades”, de José Mário Branco, e de uma conversa com Capicua, Carlos Tê e Luís Freitas Branco sobre a revolução musical que antecedeu o 25 de Abril.

“Aprende a Ouvir, Companheiro” é o regresso de uma prática cultural em vias de extinção: encontros públicos de escuta de canções, para celebrar a música que antecipou a Revolução.

O Mantra de Março no Coliseu tem como tema o binómio “Liberdade > 71-73”, inspirado pelos anos que antecederam o 25 de Abril de 1974, anunciado por duas canções de Zeca Afonso e de Paulo de Carvalho.

A entrada é livre, mediante levantamento prévio de bilhete, a partir de dia 27 de março, às 13h00, na bilheteira do Coliseu, até à hora do debate. Lotação sujeita à limitação do espaço.

No ano que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a sala que recebeu Humberto Delgado em 1958, vários comícios opositores à ditadura e ainda o último concerto da carreira de Zeca Afonso associa-se às celebrações da Revolução dos Cravos com várias iniciativas ao longo do ano. O Mantra de abril acontece no dia 23 e será dedicado a discutir a liberdade no humor dos últimos 50 anos até à atualidade.

A 28 de abril, os Concertos Promenade convidam as famílias a ouvirem “Canções da Liberdade”, com a Orquestra de Jazz de Espinho e as vozes de Marta Ren e JP Simões a cantarem títulos de Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Nina Simone ou Sam Cooke. A agenda completa de espetáculos pode ser consultada em www.coliseu.pt.

As senhas da Revolução, é sabido, foram duas canções que fazem hoje parte do cancioneiro da Música Popular Portuguesa. O papel da música no derrube da ditadura não começou apenas, no entanto, na madrugada de 25 de Abril de 1974.

Antes da revolução política, uma revolução cultural antecipou o fim da ditadura. O regime estava por um fio e o sopro inspirado da música popular portuguesa foi a banda sonora para transformações decisivas. 1971 foi o ano do golpe musical, com protagonismo de publicação de discos emblemáticos de José Mário Branco, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira e Carlos Paredes, mas também de Duo Ouro Negro, Tonicha, Amália Rodrigues ou Marco Paulo; o ano do primeiro Cascais Jazz e do mítico Festival de Vilar de Mouros; o ano que deu à música portuguesa e ao movimento dos capitães a canção-senha “Grândola, Vila Morena”.

Neste trabalho de investigação, Luís Freitas Branco faz um levantamento rigoroso, exaustivo e em grande parte surpreendente que documenta o modo como a música popular portuguesa abriu as portas para o clima cultural, social e político que desencadeou o dia “inicial inteiro e limpo” e que mudou Portugal há 50 anos.