6 novo álbuns de rock nacional: Toxikull, Dark Miles, Bruno Celta, Souq, Ruído Roído & Waste Disposal Machine
Estes são alguns dos álbuns nacionais que editados nos últimos meses. Já ouviste?
A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A AS é uma mini-equipa a tentar fazer os mínimos olímpicos e não tem sido possível divulgarmos as dezenas e podemos até mesmo dizer centenas de emails de nova música que nos chegou à caixa de email nos primeiros meses de 2024. Deixamos aqui uma lista para ouvires.
RUÍDO ROÍDO – “Êxtase do Silêncio” // Com o fim dos Malcontent, projecto que Jorge Oliveira (Big Summer, Karnnos, Ex- Hospital Psiquiátrico, Ex – Martyrium, Ex – Bal Onirique) e Márcio Décio (La Resistance, Pyroscaphe) partilharam durante vários anos, surge a ideia de começar algo novo, diferente de tudo aquilo que os dois músicos faziam. Algo que os colocasse num local de desconforto e, ao mesmo tempo, os desafiasse a desbravar caminhos cobertos de silvas. Este hiato estranho a que chamámos de pandemia veio dar o empurrão para que cada um começasse a gravar na sua casa e tudo começasse a desenvolver formas. Ruído Roído é um projeto que nasce entre o Porto e Braga, em 2020 e dois anos depois, surgiu com o disco de estreia, “Dor”. O “Êxtase do Silêncio” é o segundo disco de Ruído Roído e quer explorar o conceito de silêncio neste mundo cada vez mais ruidoso. Traz com ele 8 densas e intensas faixas carregadas de noise, kraut e alguma electrónica. Com elas poderão conseguir ficar em pleno estado de transe ou abanar de tal forma que o caos mental que vivem se vai diluindo por entre a música. Este disco foi criado de raiz no âmbito do programa Trabalho da Casa, no gnration, em Braga e conta com a participação dos convidados Miguel Pedro (Mão Morta), Gustavo Costa (Sonoscopia), Élio Mateus (Imploding Stars), Alexandre Abrunhosa (Nothing:Always:Works) e do contrabaixista Jorge Castro. Foi produzido pela banda, misturado e masterizado por Márcio Décio e foi editado com o selo da Raging Planet. Ao vivo a banda apresenta-se com Jorge Oliveira no baixo, Márcio Décio na guitarra, Rui Rodrigues na percussão e Sílvio Almeida nos sintetizadores.
★
TOXIKULL – “Under The Southern Light” // Nascidos e criados em Lisboa, sob a intensa luz do sul da Europa, os Toxikull deram os primeiros passos em 2016 e nunca mais pararam: um tumulto vindo do Atlântico, pronto para tomar o mundo de assalto. Com dois disco de longa-duração, um EP e uma coleçcão de singles, repleta de incríveis participações de bandas como Skull Fist e Crystal Viper, os atrevidos e destemidos jovens Toxikull conquistaram o seu lugar no underground europeu do heavy metal. Agora, depois do speed metal intenso de “Cursed And Punished”, de 2019 (lançado mais tarde em vinil pela DYING VICTIMS), mudam o seu rumo com “Under The Southern Light”, apresentando uma versão mais madura, melódica, porém ainda mais áspera, de si mesmos. Esmagador e intrépido, com um estilo influenciado pelo que se fazia em meados/final dos anos 80, “Under The Southern Light” é uma clara homenagem à era em que o heavy metal dominava tanto o rádio quanto as arenas. Alguns podem duvidar que os sons reminiscentes da Sunset Strip possam vir dos Toxikull depois de terem ouvido o speed metal acelerado de “Cursed And Punished”, mas as dez faixas que compõem os 41 minutos de “Under The Southern Light” são hinos em potência: maiores que a vida, pesados e espaçosos, melancólicos e dinâmicos. Brilhando com o seu cromado mais radiante até agora, os Toxikull invocam os maiores clássicos dos anos 80, entre os quais se contam Ozzy Osbourne, Dio, Judas Priest, Accept, Saxon, Manowar, Black Sabbath, WASP, Ratt, Scorpions, Picture, Warlock, Icon ou Sortilege, entre muitos outros. No entanto, ao invés de ser uma cópia ou um mero exercício de adoração aos seus ídolos, “Under the Southern Light” afirma-se como uma representação da experiência pessoal dos Toxikull no mundo, onde rearranjam todos esses arquétipos clássicos num conceito focado na dualidade de viver nas terras do sul da Europa, em lugares com tanta luz, com tanta alegria e potencial, mas ao mesmo tempo, com tão poucas oportunidades, sem futuro e infestados de sombras. «A luz que nos alimenta é a mesma que nos queima», diz o vocalista Lex Thunder. «E a luz que nos faz sonhar é a mesma que nos acorrenta e nos mantém próximos das sombras». Com um metal brilhante, ardente e pulsante, que corre nas veias de um coração das trevas, “Under The Southern Light” leva a festa por ruas escuras e sujas…
★
DARK MILES – “10 Miles Into the Dark”// Este álbum marca o regresso de Pedro Lima, antigo vocalista dos MOSH, às edições discográficas. O longa-duração apresenta-se como «uma viagem às profundezas da alma, guiada pelo som de uma geração que resiste ao teste do tempo» e é também uma homenagem sentida, num registo intimista e bastante característico do músico e compositor, aos anos 80 e 90, refletindo-se em influências musicais que vão desde Depeche Mode, David Bowie, Iggy Pop, Peter Murphy, The Sound, Psychedelic Furs, Peter Gabriel até Mad Season, Stone Temple Pilots, Chris Cornell, Mother Love Bone, Temple of the Dog, Mark Lanegan. Gravado no estúdio de André Indiana, com exceção de três músicas, que foram gravadas no estúdio do produtor e engenheiro de som Mário Pereira, o disco teve a produção de Paulo Praça, a mistura de André Indiana e a masterização de Mário Barreiros. Todos os temas foram compostos por Pete Miles com a colaboração de Paulo Praça; as letras são integralmente de Pete Miles. Para além de Paulo Praça e André Indiana (guitarras e baixo), participaram no disco Paulo Gravato (Pedro Abrunhosa) no saxofone, Eurico Amorim (Pedro Abrunhosa) nas teclas, Bruno Oliveira (Os Azeitonas) na bateria, Sérgio Silva (Expensive Soul) na bateria e Miguel Martins (Zen) na guitarra.
★
SOUQ – “Souq” // Os Souq são um coletivo que capta o espírito do psicadelismo, blues, pop e jazz para construir um som sempre dinâmico e contundente, como se Captain Beefheart tocasse canções de Dave Brubeck com os Black Sabbath como banda de suporte. A música dos Souq é uma viagem. O carro em que seguem é declaradtakese de fabrico rock com umas mtakesas psicadélicas, mas eles viajam de janelas abertas e através das janelas deixam que as brisas do jazz lhes batam na cara. Depois de “At La Brava – Volume Two Of The Red Desert” (2014, FLOP/SASG) e “The Dynamite Sisters – Volume Three Of The Red Desert Saga” (2016, FLOP/Cultura FNAC), os Souq regressam em 2024 com um álbum homónimo. Não é o fim de uma trilogia nem o começo de uma série; é um episódio piloto, um spin-off, ou simplesmente a fotografia de um momento no tempo. Gravado numa semana fria de Janeiro no Gretua em Aveiro, em live takes e a um volume ensurdecedor, o álbum será apresentado num concerto único e especial no lugar onde nasceu.
★
BRUNO CELTA – “A Catarse Não é o Fim” // Depois de quase duas décadas de estrada com outros trabalhos lançados em diversos projectos, Bruno Celta dá-nos agora um álbum pop rock com várias influências, totalmente pensado, executado e produzido pelo próprio. Entre uma sonoridade mais pop (John Mayer), até referências mais Emo (Thirty Seconds to Mars), passando pela notória influência do grunge e de Chris Cornell, Bruno Celta traz-nos uma lufada de ar fresco no panorama da música nacional, 100% cantado em português.
★
MEU GENERAL – “Coração Máquina” // O aguardado álbum “Coração Máquina” de Meu General está oficialmente nas ruas, trazendo consigo a pulsante essência do rock n’ roll que define a identidade única do artista. “Coração Máquina” é uma celebração da energia onde as notas aceleram e desaceleram, criando um ritmo frenético que irá cativa os ouvintes do princípio ao fim. As canções exploram temas profundos e universais de encontros e desencontros, histórias breves e zonas sombrias. Meu General lembra-nos que o caminho se torna sempre mais significativo com a companhia certa. “Coração Máquina” está disponível agora para transformar os seus momentos numa experiência única.
★
WASTE DISPOSAL MACHINE – “Chimæra” // Uma quimera pode ser uma figura monstruosa mítica, vulgarmente híbrida de três animais (cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente); pode ser, também, um organismo composto por células de constituição genética diversa ou, ainda, uma ilusão, um sonho, uma ideia ou esperança irrealizável. Foquemo-nos na terceira definição e naquela ideia ou, talvez, sonho de um dia deixarmos de tentar escapar a uma realidade coberta de manipulação e de desconforto social onde por muitos anos que andemos, parece sempre que não avançamos. Após um longo interregno discográfico de praticamente uma década surge “Chimæra”, o terceiro álbum de Waste Disposal Machine, banda que mantém a forte característica do gosto pela mistura de géneros e estilos musicais. O álbum integra nove temas que se interligam por um fio condutor que apenas o ouvinte mais atento vai sentir. As músicas focam-se em temas como o isolamento, a manipulação, a fuga da realidade, a empatia ou a falta dela e uma grande falta de esperança. Instrumentalmente, o disco reflecte o habitual ecletismo sonoro dos Waste Disposal Machine, no qual rock, metal, electrónica e industrial se misturam sem preconceitos dando as mãos numa composição reconfortante. “Chimæra” conta com as participações de Birds are Indie, Bill Rivers e Rute Fevereiro. Foi gravado, misturado e masterizado no The Pentagon Audio Manufacturers, com produção de Fernando Matias e da própria banda e foi lançado a 10 de Maio de 2024, numa edição conjunta da Raging Planet e da Chaosphere Recordings.
★
[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]