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“Babylon”: O regresso de Flea ao grande ecrã

“Babylon”: O regresso de Flea ao grande ecrã

Rodrigo Baptista

O baixista e fundador dos Red Hot Chilli Peppers voltou a mostrar os seus dotes de actor num filme cuja a banda sonora é a principal protagonista.

“Babylon” de Damien Chazelle era um dos filmes mais esperado para 2023. Realizado pelo franco-americano Damiel Chazelle (“Whiplash”, “La La Land”) muitos eram aqueles que esperavam um trabalho com uma qualidade cinematográfica acima da média e destinado a grandes feitos em entregas de prémios, como é o caso dos Óscares ou dos Globos de Ouro. Contudo a reação da maioria não foi a esperada, com muitos a referirem que o filme não passa de uma amalgama excessiva de deboche e que apresenta falhas em termos da coesão narrativa. Este resultado acabou também por se traduzir nas nomeações para as entregas de prémios, nomeadamente nos Óscares onde o filme teve apenas três nomeações, sendo elas “Best Costume Design”, “Best Original Score” e “Best Prodcution Design”, um autêntico fiasco se compararmos com “La La Land” que em 14 nomeações venceu 6.

Mas nem tudo é negativo em “Babylon”, especialmente para os fãs de música. Isto porque, entre a longa lista de atores que fazem parte do elenco do filme está Michael Peter Balzary, mais conhecido como Flea. O eterno baixista dos Red Hot Chilli Peppers tem quase tantos créditos como ator como tem como músico, aliás a sua estreia no grande ecrã aconteceu em 1983 com um cameo no filme “The Outsiders”, ainda antes dos Chilli Peppers terem lançado o seu primeiro álbum. Agora com mais experiência, Flea não faz apenas cameos ou papéis insignificantes, e prova disso é “Babylon”, onde o músico tem o papel de Bob Levine, um diretor de um estúdio de cinema que exibe um temperamento explosivo e exerce uma forte influência em Hollywood e temos a dizer que ao longo do filme contámos pelo menos quatro cenas onde o músico aparece.

Outro elemento de destaque para os melómanos em “Babylon” é a sua magnifica e avassaladora banda sonora. Escrita por Justin Hurwitz, colaborador de longa data de Damien Chazelle, é o complemento perfeito para o ambiente caótico criado por Chazelle. Hurwitz tinha como ideia criar «um universo musical único que fosse próximo o suficiente da década de 1920, mas também muito distante do pitoresco jazz da época, e isso foi um desafio. Ele foi capaz de desenvolver uma mistura refrescante que vai ao encontro do mundo selvagem e hedonista do filme, ao usar instrumentação de bandas de jazz de uma forma menos tradicional ao inspirar-se no rock ‘n’ roll e na música de dança moderna.» A banda sonora gravada em Los Angeles conta com uma orquestra louca de 100 músicos e apresenta-nos sonoridades que muitos de nós desconhecíamos que existiam. Para tal Hurwitz defende que: «uma grande parte do processo de composição teve como objetivo encontrar músicos excecionais que pudessem dar vida à música.» Sean Jones, Dontae Winslow, Ludovic Louis, Jacob Scesney e Leo Pellegrino são os nomes que Hurwitz enaltece e que agradece pelo seu contributo na concretização de todas as suas ideias musicais.

Com “Babylon” há já algumas semanas cá fora, parece mesmo que a banda sonora é o principal elemento de destaque do filme. Nós também achamos. Por enquanto, fica a ideia que a música composta por Hurwitz para “Babylon” será mesmo a salvação do filme nas várias entregas de prémios, tendo já arrecadado o Globo de Ouro para melhor “Best Original Score” e estando nomeado para os Óscares na mesma categoria.

Aqui em baixo podes ver Flea a dar uma entrevista na passadeira vermelha da estreia de “Babylon”, assistir ao behind the scenes das gravações da banda sonora e ainda ouvir a banda sonora completa.