Mais de 1000 técnicos unidos em protesto original e colorido no Terreiro do Paço
Mais de um milhar de técnicos dos espectáculos juntaram-se no Terreiro do Paço, em Lisboa, para um dos protestos mais originais de sempre. A ideia foi chamar a atenção do Governo para um sector que se sente excluído dos mecanismos de apoio por causa da pandemia.
“Queremos um dia voltar!” O movimento pretende contribuir para a definição e regulamentação do sector e apoiar o desenvolvimento destas empresas, que representam mais de 1000 postos de trabalho directos e cerca de 3000 indirectos, entre os quais se encontram técnicos de som, iluminação, vídeo, riggers, stage hands, entre outros profissionais.
Juntaram-se no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde foram colocadas centenas de flight cases para servirem de assento aos técnicos que ali se juntaram. Em poucos minutos, os técnicos eram bem mais do que o dobro das caixas, comprovando a adesão em massa destes profissionais que estão, muitos deles, há quase meio ano sem trabalhar.
Em declarações à AS, o presidente da AG da Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE), António Martins, sublinhou que a manifestação, que «decorreu de forma ordeira, como era esperado», reuniu «mais de 1000 profissionais», que serão entretanto recebidos «pelo Ministério da Economia e por alguns grupos parlamentares, pelo menos do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda». António Martins, que é operador de iluminação, frisou que «ainda não houve qualquer retoma» neste sector e concluiu lembrando que «a luta continua» para milhares de profissionais que «têm o direito de ser reconhecidos, o que ainda não acontece».
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A AS também falou com um dos técnicos presentes, Mário XL, 43 anos e técnico de som desde 1997, e que está «sem trabalho desde o dia 6 de Março». O prejuízo, sublinha, «já ascende aos 40 mil euros», acrescentando: «A situação é insustentável, por isso estamos aqui reunidos a ver se nos dão a atenção que necessitamos. Não se podem esquecer que sem nós não há espectáculos».
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