Chama-se “Our Little Sequence of Dreams” e é o novo álbum de João Santos e Sara Esteves, cujas músicas deixam a descoberto uma atenção minuciosa às texturas e melodias quase inocentes, que prometem deixar-te rendido.
O universo de Daily Misconceptions, imaginado e criado num quarto de Lisboa há quase uma década, foi lentamente deixando o conforto caseiro para crescer, questionar, conhecer e acima de tudo criar com um entusiasmo difícil de encontrar. Prova disso mesmo são os vários temas editados em compilações e as remisturas assinadas para nomes como Mirror People, Norton, Stereoboy, Charanga, Blac Koyote, entre outros.
Mas há mais: em 2014, juntaram-se ao duo holandês Fickle Ghost numa residência artística, para compor e apresentar ao vivo um concerto único no festival WestWay Lab Festival. Em 2015, a convite da Digitópia Casa da Música, apresentou no NOS Club a sua recriação da peça “Oraison” do compositor Olivier Messiaen.
Além disso, viajámos com ele em “LOP” ou “If i hug your sweaters will they get their colour back?”, conhecemos uma música para cada mês do ano e agora encontramos-lhe uma das facetas mais íntimas e mais capaz de nos fazer felizes que podíamos conhecer.
E porque o seu universo, como o nosso, não escapa à expansão, “Our Little Sequence of Dreams” abriu as portas do mundo de João Santos aos seus amigos. Vasco Furtado, Marta Pois, André Neto, Paulo Dias, Sérgio Rebola e Sara Esteves foram alguns dos responsáveis pela música e imagem que se ouve neste disco de estreia.
Ainda antes disso, Blac Koyote, Gobi Bear, The Boy With A Broken Leg, O Manipulador, Twisted Freak, Mr. Herbert Quain, ROM e Homem em Catarse entraram temporariamente no universo de Daily Misconceptions para o recriar e interpretar à sua forma. Pelas suas mãos e olhos, “Little Grains Of Rice Running Away From A Plate In Fear Of The Chopsticks” e “Insomnia Trap” ganham nova vida, sem nunca parecerem deslocados do seu berço.
Lançado no primeiro dia de primavera de 2016, o primeiro LP de Daily Misconceptions é um decalque do mundo technicolor em que habita. Ao todo, este disco apresenta-nos sete canções perfeitamente balançadas entre a electrónica e a pop, deliciosamente cândidas e sonhadoras e que pedem para ser vividas sem qualquer urgência.