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Depois da polémica com a Câmara do Porto, Mimo Festival anuncia regresso a Amarante

Depois da polémica com a Câmara do Porto, Mimo Festival anuncia regresso a Amarante

Redacção

A Câmara Municipal de Amarante e a organização do MIMO FESTIVAL anunciaram em comunicado conjunto, que a próxima edição do festival volta a Amarante.

Desde a primeira edição em Portugal, em 2016, que o Festival Mimo decorria em Amarante. Em 2022, a organização decidiu que o festival iria mudar-se para o Porto. Em 2023, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto alega falta de incumprimento por parte da organização do Mimo, e recusa realizar nova edição na cidade. Em declarações publicadas pela Agência LUSA, Rui Moreira afirma: «Nós não vamos organizar mais o Mimo, exatamente porque os organizadores do festival incumpriram com aquilo que eram as normas que estavam previamente estabelecidas (…). Nós este ano recusamos o festival Mimo.»

Em comunicado, a organização do Mimo Festival esclarece que: «está estupefacta com estas declarações extemporâneas que a comunicação social atribui ao presidente da Câmara Municipal do Porto. Estamos perante acusações GRAVÍSSIMAS e sem qualquer fundamento e que atentam de forma inaceitável e injusta contra a imagem do festival e de quem o organiza – com todos os prejuízos reputacionais e económicos que daí podem decorrer -, pelo que não se afasta para já o recurso às diligências judiciais que se entendam necessárias e adequadas ao ressarcimento dos danos provocados. Não corresponde à verdade que tenha existido qualquer recusa por parte da Câmara Municipal do Porto na realização do FESTIVAL MIMO na cidade, dada a inexistência de qualquer proposta por parte da Organização ou negociação entre as partes tendente a tal realização.

É assim ainda mais descabido e difícil de explicar que o presidente se tenha referido a um festival “futuro”, que a organização desconhece porque simplesmente não estava acordado… em vez de, como seria natural e lhe competia, tratar de “acertar contas” com o promotor pelos alegados incumprimentos na edição passada, que pelos vistos só o senhor presidente da Câmara Municipal do Porto conhece.

Nunca, até este momento, a Câmara Municipal do Porto, ou alguém em nome desta, deu – formal ou informalmente – conta à organização de QUALQUER INCIDENTE RELEVANTE, muito menos comunicou a existência de qualquer incumprimento, desde logo, porque o contrato outorgado foi cumprido em sua totalidade e pontualmente. Tanto foi cumprido que a CMP procedeu ao seu pagamento integral, como previsto, e bem sabe o senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto.

Estas declarações – feitas sem qualquer articulação com a organização e sem sequer um contacto ou comunicação prévios – revelam, pelo menos, o que consideramos ser uma atitude de insuportável deslealdade e uma traição ao espírito de boa-fé que fomos levados a acreditar que existia entre ambas as partes e que a organização do MIMO sempre honrou… como faz questão de honrar, tanto junto das dezenas e dezenas de parceiros e patrocinadores… como junto dos mais de 11 municípios, em Portugal e no Brasil, em que o MIMO acontece ou já aconteceu.

Se proferidas assim – com este conteúdo, com esta terminologia e com este tom – tais declarações só poderiam revelar uma gravíssima falha no registo que deve pautar as relações institucionais, profissionais e pessoais.

Estas declarações – que, para já, reputamos como infelizes e a todos os títulos lamentáveis – soam ainda mais estranhas e incompreensíveis, se tivermos em conta que a edição de estreia do MIMO PORTO, realizada nos dias 23, 24 e 25 de setembro de 2022, aconteceu de forma absolutamente extraordinária em todas as suas dimensões, tendo superado as expectativas…como, aliás, disso a organização deu devida conta no relatório que apresentou no final do festival aos serviços da Câmara Municipal do Porto envolvidos.

Reitera-se que, nem nessa altura nem depois, foi reportado à organização qualquer problema relativo â realização do festival.

O teor e o tom utilizados nesta intervenção soam ainda mais graves, mais deslocados e mais dececionantes se tivermos em conta o ambiente especialmente caloroso e elogioso com que o MIMO e quem o organiza foram tratados pela CMP desde que era só uma possibilidade… tendo o próprio presidente não poupado nos elogios públicos, aquando da conferência de imprensa em que o projeto foi apresentado à imprensa. Recordamos que a abordagem e todos os preparativos iniciais para a vinda do festival para o Porto foram feitas diretamente com o presidente Rui Moreira, que deu depois as orientações para a contratação e realização através da Ágora Cultura e Desporto.»

A edição de 2022 no Porto reuniu aproximadamente 150 mil pessoas em 3 dias de evento, «sem nenhum registo de ocorrência policial e qualquer outro minimamente suscetível de colocar o festival em risco. Promoveu uma memorável festa no coração do centro histórico do Porto, acessível, inclusiva, que uniu pessoas e conseguiu ter como parceiros as igrejas do Carmo, Carmelitas Descalços, São Bento da Vitória, N. Senhora da Vitória e de São José das Taipas, a Reitoria da Universidade do Porto, o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, a Livraria Lello, entre outros.»

Entretanto, a Câmara Municipal de Amarante e a organização do Mimo Festival anunciaram que a próxima edição em Portugal vai voltar à cidade berço, Amarante: «O processo judicial que existia entre as partes, que derivou de divergentes interpretações do pacote legislativo de emergência criado no âmbito da pandemia provocada pela doença COVID-19, chegou ao seu termo. A Câmara Municipal de Amarante e a organização do MIMO FESTIVAL encontram-se em conversações há já algumas semanas para, de comum acordo, dar execução ao Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Administrativo, com o regresso do FESTIVAL MIMO à cidade de Amarante, por, pelo menos, mais duas edições. Sem poderem ainda confirmar as datas e moldes da realização dos próximos festivais, as partes estão em condições de anunciar que é intenção e desejo de ambas que o Festival MIMO retorne à cidade de Amarante.»


arda