Quantcast
A “Dread Reaver Tour” trouxe uma grandiosa noite de metal extremo a Lisboa com Abbath, Hellripper e Toxic Holocaust

A “Dread Reaver Tour” trouxe uma grandiosa noite de metal extremo a Lisboa com Abbath, Hellripper e Toxic Holocaust

Diogo Bugalho
Inês Silva

No passado dia 13, a Arte Sonora esteve presente na digressão Dread Reaver Tour, que juntou Hellripper, Toxic Holocaust e o headliner Abbath. Um espetáculo esgotado apesar do tempo chuvoso e agreste.

A antecipação era palpável mesmo antes das portas se abrirem, com uma fila de fãs entusiasmados que se estendia ao redor do quarteirão. E foi o entusiasmo dos presentes que preparou o terreno para uma noite de energia incansável e performances poderosas.

Provenientes da Escócia, os Hellripper deixaram a sua marca com o seu primeiro concerto em Lisboa, após a sua estreia em Portugal no Amplifest 2022. Apesar de serem a primeira banda do cartaz, os Hellripper já tinham conseguido encher a sala, demonstrando a sua capacidade de cativar a audiência com a sua atuação intensa e crua. A banda liderada por James McBain não perdeu tempo e desde o primeiro acorde, proporcionou um concerto intenso, incendiando o moshpit que persistiu ao longo de todo o espetáculo. O tema clássico “Bastard of Hades” tocou relativamente cedo no alinhamento, provocando crowdsurfing e stage diving que intensificaram a atmosfera já eletrizante. Destaques também para “The Nuckelavee”, “Goat Vomit Nightmare”, do mais recente álbum “Warlocks Grim & Withered Hags” e a poderosa “All Hail the Goat” a fechar a setlist. Mesmo sendo primeiro concerto da noite, a atuação dos Hellripper foi unanimemente aclamada como o ponto alto da noite, sentimento que ecoou nos comentários pós-espetáculo. O conjunto, com o seu blackened speed metal energético, deixou a plateia a pedir por mais e apresentou um forte argumento do porquê de serem uma força a ter em conta no universo do metal extremo. Uma estreia memorável para o GOAT KVLT em Lisboa.

 

De seguida no alinhamento, tivemos Toxic Holocaust, Apesar da banda ter raízes em Portland, a sua identidade sonora emula perfeitamente o movimento crossover da Bay Area. A banda liderada por Joel Grind ofereceu um set fulminante que transportou a plateia para o auge do thrash metal dos anos 80. Como destaque tivemos temas clássicos como “Gravelord” e “Acid Fuzz”, mostrando a capacidade da banda de prestar homenagem às raízes do género sem nunca fugir à intensidade mais moderna que os caracteriza. O concerto atingiu o seu auge com um final explosivo em que a banda presenteou a audiência com dois dos temas mais aclamados “Nuke the Cross” e “The Lord of the Wasteland”, provocando o caos no moshpit.

 

A encerrar a noite tivemos em palco o icónico Abbath com o seu projeto a solo. Esta foi a terceira presença do antigo frontman dos Immortal em Portugal, mas finalmente com um merecido lugar como cabeça de cartaz. Abbath subiu ao palco envolto numa espessa neblina, criando uma atmosfera negra que foi ainda mais acentuada pelo jogo de luzes. A atuação no geral foi sólida ao longo de todo o espetáculo e, a juntar aos seus icónicos riffs de Black Metal, houve tempo para as suas habituais interações carismáticas com a audiência, que acrescentaram sempre aquele toque pessoal do artista e que provoca vários sorrisos na plateia. Embora já conte com quase uma década de carreira a solo e tenha no seu portfolio temas poderosos como “The Artifex” ou “Winterbane”, mais uma vez ponto alto da setlist foram os vários covers dos Immortal, com o merecido destaque a “One by One”, um verdadeiro hino da segunda vaga de Black Metal. A combinação de visuais atmosféricos, música poderosa e a presença carismática e sempre divertida de Abbath fizeram da atuação um clímax apropriado para uma noite de metal extremo.

Nota: não foi possível a devida galeria de imagens do concerto Abbath devido à falta de condições para vos apresentar um trabalho com a qualidade habitual.