Editoras Pressionam Artistas a Produzir Conteúdo Viral no Tiktok

24 Maio, 2022

Halsey, Florence Welch, FKA Twigs, Ed Sheeran e Adele são alguns dos artistas frustrados com as exigências das suas editoras discográficas em relação ao TikTok.

Nos últimos anos, o TikTok surgiu como uma forma crucial de os artistas partilharem e comercializarem a sua música. Muitos dos maiores sucessos pop recentes, desde “Heat Waves” dos Glass Animals até ao “We Don’t Talk About Bruno” do filme da Disney “Encanto”, devem uma grande parte do seu sucesso à sua viralidade no TikTok, onde os utilizadores dançam, sincronizam os lábios com a canção, ou usam-na para fazer a banda sonora de uma vasta gama de actividades ou desafios. A estrela da pop Halsey publicou um vídeo na plataforma chinesa em que afirma que a sua editora discográfica (Astralwerks-Capitol) não a deixa lançar uma nova canção sem uma campanha de acompanhamento para a tornar viral, no Tiktok.

«Tudo isto é marketing. E estão a fazer isto a todos os artistas hoje em dia», escreveu Halsey num vídeo do TikTok, com a sua canção inédita a tocar em segundo plano – «Só quero lançar música. E mereço melhor sinceramente. Estou cansada.»

À medida que a aplicação foi ganhando importância, um número crescente de artistas começou a questinar os conteúdos que se espera que criem para a plataforma. FKA Twigs, Florence Welch (Florence and the Machine) e Charli XCX publicaram queixas sobre as pressões que receberam das suas editoras para publicarem mais conteúdo viral. As suas declarações, juntamente com as da Halsey, revelam uma tensão entre a capacidade da plataforma de elevar a música dos artistas e, ao mesmo tempo, de os prender fortemente aos incentivos financeiros da indústria, cujo sucesso depende em grande parte da sua viralidade.

«É verdade que todas as editoras pedem TikToks e eu fui repreendida hoje por não me esforçar o suficiente», afirma FKA Twigs num vídeo da plataforma.

A importância crescente do TikTok na indústria da música foi impulsionada há cerca de quatro anos, a sua natureza democratizadora e livre permitiu que artistas mais pequenos ou independentes construíssem as suas audiências, incluindo Lil Nas X e Doja Cat. Mais recentemente, as grandes editoras descobriram como implementar estrategicamente a aplicação para seu próprio benefício, utilizando os seus orçamentos de campanha de marketing que, em vez disso, poderiam ter ido para as tabelas ou para a divulgação nos media. As editoras pagam a influencers para colocar vídeos nas suas canções. Algumas, como a Universal Music Group, até assinaram acordos com o TikTok para promover conteúdos, ou contrataram equipas para acompanhar os dados e as estatísticas da plataforma.

https://www.tiktok.com/@halsey/video/7100595685912775979?is_copy_url=1&is_from_webapp=v1

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