88% do lucro da indústria musical é repartido entre os intermediários.
Actualmente, o consumo musical é predominantemente marcado pelos serviços digitais. O streaming é a forma mais popular de consumir música, além da conveniência, a equação custo-qualidade é factualmente boa. No entanto, esta revolução digital vem alterar a estrutura de lucros na industria.
As digressões são agora a principal fonte de rendimento, mas tal não significa que os artistas recebam mais. Na verdade, de acordo com um estudo executado pela Citigroup, dentro dos 43 mil milhões de dólares de rendimento da indústria musical no ano de 2017, apenas 12% deste bolo entrou nos bolsos dos artistas. Simplificando, apenas 5 mil milhões para os criativos musicais. A restante fatia de 88% é dividida entre os intermediários – responsáveis de serviços de distribuição, plataformas online ou editoras.
Em comparação com 2000, a percentagem de 12% para os músicos subiu. No início do novo milénio, a norma estava fixada nos 7%. Uma subida pequena mas significante que poderá ser atribuída à maior consciência de negócio (mais envolvimento directo) por parte dos artistas.
Além destes dados apresentados pela Citigroup, o projecto também apresentou três possíveis soluções para combater a disparidade de lucros: integração vertical (os promotores de concertos como a Live Nation trabalham em conjunto com plataformas de distribuição como o Spotify); integração horizontal (as plataformas de streaming agrupam-se numa só); e integração vertical “orgânica” (onde os serviços como o Spotify ocupam os espaços tradicionalmente ocupados pelas editoras).