Empresa de montagem de concertos e eventos ameaça Lisboa com cerco de camiões
Empresários do sector de montagem de eventos já não aguentam o facto de serem dos poucos de portas fechadas e ameaçam agora com um cerco de camiões a Lisboa caso o Governo não tome medidas para o regresso ao trabalho.
Além de músicos, técnicos de som e luz, roadies, produtores e agentes, também os trabalhadores do sector de montagem de palcos estão parados há praticamente cinco meses devido à crise da pandemia. Há mais de 300 empresas de montagem de eventos fechadas desde Março e, caso encerrem definitivamente, podem empurrar 100 mil pessoas para o desemprego.
Orlando Gomes, gerente da Multitendas, que tem 150 trabalhadores completamente parados, diz não aguentar mais. O empresário bracarense questiona-se porque é que este sector é o único que continua encerrado e sem quaisquer apoios do Governo. Em declarações à CMTV, Orlando Gomes exige atenção ao sector e ameaça juntar outros empresários do ramo para levarem a cabo um cerco de camiões a Lisboa. «Não dá para continuar da maneira que estamos, queremos ser recebidos por alguém porque senão vamos ter de fazer uma manifestação, assim somos capazes de ser ouvidos», refere, avisando: «Pelos vistos, a covid-19 está muito forte em Lisboa, então, se for preciso fazer uma cerca sanitária a Lisboa, nós, com os nossos camiões, vamos fazer uma cerca sanitária a Lisboa, nós somos mais de 350 empresas, com os camiões todos que nós temos, com as carrinhas que nós temos, se temos de ir para Lisboa, em direcção à Assembleia da República, com 100 mil trabalhadores, nós vamos para lá».
Os empresários preparam-se para encerrar portas e os trabalhadores enfrentam o drama do desemprego e a falta de dinheiro para alimentar as suas famílias e pagar despesas. «Há situações dramáticas. Neste momento estamos a fazer os possíveis e os impossíveis para dar a volta à situação mas está muito complicado dar a volta, porque não estamos a ser ouvidos», lamenta um dos trabalhadores.
Há mais de quatro meses que 350 empresas não facturam um cêntimo e o futuro não é animador, os despedimentos em massa estão anunciados para o final deste mês. O sector da montagem de eventos factura cerca de 750 milhões de euros por ano e emprega cerca de 100 mil pessoas.