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Festival Que Jazz É Este? estende-se entre Junho e Julho na cidade de Viseu

Festival Que Jazz É Este? estende-se entre Junho e Julho na cidade de Viseu

Comunicado de Imprensa
Alexandre Lacombe

O festival Que Jazz É Este? regressa à cidade de Viseu. São várias as novidades desta 12.ª edição, tanto que é difícil escolher por onde começar.

Este ano dilatado no tempo com o calor dos meses de Junho e Julho, o festival integra 17 concertos para público em geral, 3 concertos ao domicílio, 3 jam sessions, 8 horas de rádio ao vivo, 18 horas de um intenso workshop de jazz para músicos e estudantes de música e 15 horas de uma oficina de experimentação sonora e musical aberta à participação da comunidade em geral.

Desenhado pela Gira Sol Azul, o Que Jazz É Este? é um festival eclético e diversificado que ocupa preferencialmente o espaço público e que se posiciona num lugar de procura do equilíbrio entre a novidade e o alimentar e aprofundar laços que ao longo de 12 anos têm sido estabelecidos com vários públicos.

Mantendo o pico das iniciativas concentradas de 18 a 21 de julho, o festival arranca este ano mais cedo, em junho, com Jorge Queijo que assenta arraiais com o seu trio em Viseu para uma residência artística com apresentação dia 30 de junho no Carmo’81 num concerto onde convive a tensão do rock, do punk, do free jazz e do minimalismo. A 5 de julho, na Incubadora do Centro Histórico, Beatriz Rola e Inês Luzio iniciam um Laboratório de Experimentação Sonora, espaço inclusivo e plural dirigido a todos os interessados maiores de 6 anos que ao longo de várias sessões vão experimentar, inventar, gravar, compor e interpretar material sonoro e musical relacionado com a cidade e que será depois apresentado em formato performance sobre uma instalação sonora que fica em permanência no Parque da Cidade.

Dias 10 e 11 de julho acontecem os concertos no âmbito da rubrica JAZZ AO DOMICÍLIO, um dos pilares importantes do festival que reforça o seu lado integrador e inclusivo levando concertos às pessoas que estão impedidas de vir até estes. É no Estabelecimento Prisional de Viseu, no Hospital Psiquiátrico de Viseu e no Estabelecimento Dr. Vítor Fontes (APPACDM) que acontecem estes concertos com o Colectivo Gira Sol Azul e Jorge Novo (Senhor Jorge), beirão de origem e fadista por paixão, prova que a expressão artística não é monopólio de especialistas e de profissionais, mas sim a necessidade de comunicarmos através dos sentidos.

A Pousada de Viseu recebe a 13 de julho Pedro Molina Quartet, projeto do contrabaixista espanhol em parceria com jovens músicos da sua geração, premiado no 3.º Concurso Internacional de Jazz da Universidade de Aveiro. No mesmo dia, uma parceria inédita com a ACERT, leva o Colectivo Gira Sol Azul ao Tom de Festa na cidade vizinha, Tondela.

De 18 a 21 de julho, os concertos estão desenhados em 5 blocos de programação dirigidos a públicos diversos, contamináveis entre si e distribuídos por 5 horários: 15h, 17h, 19h, 21h30 e 23h. A par de integrar o trabalho que é desenvolvido localmente e que pretende deixar marcas, a programação do festival coloca a região no mapa incluindo concertos únicos e integrando artistas emergentes e artistas nacionais e internacionais de relevo.

No Parque Aquilino Ribeiro, bem no coração da cidade, passam Axes ‘Hexagon’, Maë Defays e Colectivo Gira Sol Azul com uma participação especial.

Liderado pelo saxofonista João Mortágua, ‘Hexagon’ dos Axes, ergue sobre os seus alicerces identitários toda uma nova construção geométrica, baseada na narrativa dos ângulos e dos polígonos com música firme e impactante, buscando no equilíbrio entre a força e a emotividade o ónus do seu significado: uma permanente construção conjunta sobre a tela em branco que é a nossa passagem por este mundo.

Já a música de Maë Defays navega pelos lugares do jazz e da soul. Com o seu novo projeto, “A Deeper Ocean”, a cantora, compositora e guitarrista explora o oceano da alma humana através de mundos simbólicos de água e terra, fundindo música e poesia.

A Casa do Miradouro acolhe no seu jardim Luís Vicente Trio com “Come Down Here” que nos lança um convite para mergulhar no misterioso em que luz e escuridão caminham de braços dados num ambiente ritualístico onde composições se desenrolam como se de histórias se tratassem, recuando temporalmente ao período da tradição oral. No mesmo jardim Sara Serpa & André Matos apresentam “Night Birds”, o seu mais recente álbum que integra uma coleção de composições originais, improvisações e uma bagatelle de Bartok, temas que propõem uma reflexão sobre as sociedades aceleradas do mundo moderno, questionando o consumo, exploração e destruição de ecossistemas naturais. Neste concerto o duo conta com a participação especial de John O’ Gallagher no saxofone e João Pereira na bateria.

É na mais emblemática sala de espectáculos da cidade, o Teatro Viriato, que Nils Berg Cinemascope, banda de jazz sueca conhecida pelos seus 3 músicos e 1 projetor, apresentam o álbum “Basilicata Dreaming”. Este trabalho resulta de uma viagem de 10 dias a Basilicata pelo músico Nils Berg e o realizador Donovan von Martens que criaram as bases de uma obra de arte cinematográfica e musical. No concerto, os músicos tocam ao vivo e interagem com senhoras que cantam enquanto lavam a roupa na fonte de uma praça, cowboys que tocam gaita de foles, músicos de rua, entre outros. Uma viagem comovente numa parte muito especial e desconhecida da Europa.

O festival fecha com a prata da casa: Joaquim Rodrigues apresenta “Plexus”, acompanhado de um elenco de luxo numa formação singular: Marcos Cavaleiro e Mário Costa nas baterias, Pedro Santos no baixo elétrico, Miguel Ângelo Silva no contrabaixo, Luís Ribeiro na guitarra e Xose Miguélez no saxofone tenor. “Plexus” é a expressão (ou interpretação) musical de um tempo e espaço geograficamente delimitado, marcadamente bucólico e cheio de inúmeras complexidades alicerçadas em problemas realmente simples.

A par da programação de concertos, a RÁDIO ROSSIO emite a partir da sua caravana, estúdio móvel que usa a frequência da rádio Jornal do Centro com programas especialmente concebidos para o festival. Este ano, as manhãs do fim de semana estão sob o comando da dupla Catarina Machado e Rui ‘Tigrão’ Gomes, dois pesos pesados da Rádio desde os anos 90, que no Que Jazz É Este? convocam músicos da região para partilharem memórias e histórias do período mais fértil de sempre da história do rock em Viseu. À tarde realizam-se programas de alunos para alunos, ou seja, de grupos de projetos Rádio Escola para público escolar em contexto de campos de férias que são especificamente convocados para fazer parte. Nas tardes de rádio cabem ainda concertos de combos de escolas profissionais da região e programas de Ricardo Ramos, Raquel Castro e Rui Miguel Abreu.

O festival Que Jazz É Este? continua a ser um espaço de criação de dinâmicas e oportunidades de experimentação, formação e profissionalização na área da música e neste âmbito realiza-se o 16.º WORKSHOP DE JAZZ DE VISEU orientado por Marcos Cavaleiro e João Grilo em dias de trabalho intenso partilhado depois em palco no Carmo’81.

Ao final das noites há ainda palco aberto: músicos e estudantes de música estão convocados para fazerem parte do encontro – JAM SESSION – onde em tom informal se experimenta a característica que melhor define a música jazz: improvisação! Este ano, as jam são abertas pelos combos dos conservatórios de Coimbra e do Porto e ainda pelos Ilda, projeto de jovens músicos portugueses que atualmente estudam em Amesterdão.

A 12ª edição do festival Que Jazz É Este? é financiada pela Direção Geral das Artes e pelo programa Eixo Cultura do Município de Viseu e conta com vários importantes parceiros e mecenas locais e nacionais que têm contribuído para a afirmação do festival como um projeto de relevo e prestígio na região centro. De modo a incentivar a equidade no acesso ao festival, e por forma a consciencializar os públicos de que a fruição cultural deverá ser acessível, mas não forçosamente gratuita, as atividades que integram o festival são de entrada livre, mas a organização apela a um pagamento não obrigatório, através de um ‘donativo consciente’.


arda