Fotoreportagem: Obscura, Skeletal Remains e Gorod, uma tempestade de trevas e brutalidade em Lisboa
A lente da Arte Sonora esteve presente no concerto de apresentação, em Lisboa, do novo álbum dos Obscura, “A Sonication”.
Na noite de 10 de fevereiro de 2025, o LAV – Lisboa Ao Vivo foi palco de um verdadeiro festim para os fãs de death metal. Boas propostas dentro género, que reuniu três das bandas mais relevantes do género na atualidade, Gorod, Skeletal Remains e Obscura. Protagonizaram uma exibição de destreza instrumental e brutalidade sonora, provando que o estilo continua a prosperar. A lenta da Inês Barrau esteve lá para eternizar o momento.
A abertura ficou a cargo dos franceses Gorod, conhecidos pela sua abordagem técnica e progressiva ao death metal. Um início problemático a nível técnico, mas assim que conseguiriam resolver, foi sempre a disparar riffs. Um concerto curto, mas intenso. Com um alinhamento centrado no seu mais recente álbum, “The Orb”, destacaram-se temas como “We Are The Sun Gods” e “Disavow Your God”.
Os Skeletal Remains seguiram-se no alinhamento, trazendo uma abordagem mais direta e visceral ao death metal. O quarteto californiano, claramente inspirado na escola old school do género, apresentou um set poderoso, recheado de riffs pesados e ritmos esmagadores. Canções como “Void of Despair” e “Tombs of Chaos” incendiaram o público, com moshes frenéticos e um headbanging incessante. Mesmo com uma recente mudança de baterista, a banda mostrou-se mais coesa do que nunca, provando que a sua identidade se mantém firme e inabalável.
A encabeçar noite estiveram os alemães Obscura, cabeças de cartaz desta “Silver Linings Tour”. A banda, liderada por Steffen Kummerer, apresentou o seu novo álbum, “A Sonication“, trazendo uma mistura equilibrada entre agressividade e sofisticação musical. Desde os primeiros acordes de “Forsaken”, com Kummerer a envergar a sua maravilhosa ESP Custom, ficou evidente que a banda pretendia conquistar a plateia com a sua combinação de melodia e técnica apurada. Destacaram-se temas como “Emergent Evolution” e “Akróasis”, que colocaram em evidência a virtuosidade dos músicos e a complexidade estrutural das suas composições.
O momento alto da noite aconteceu com “The Anticosmic Overload”, com o público e total êxtase. O encore trouxe “Septuagint”, um clássico que serviu como o desfecho perfeito. No final, o sentimento era unânime: Lisboa presenciou uma grande noite de negrume, onde a técnica, a brutalidade e a paixão pelo death metal se fundiram num só.