Quantcast
Fotoreportagem: Shiiiiiiuuuuuu! Que se vai ouvir RY X em Lisboa

Fotoreportagem: Shiiiiiiuuuuuu! Que se vai ouvir RY X em Lisboa

Comunicado de Imprensa
Inês Barrau

O australiano RY X apresentou-se pela primeira vez a solo em Lisboa, entregando um concerto fenomenal, mas…

A Sala 3 do Lisboa Ao Vivo esteve completamente esgotada no dia 27 de novembro para receber a apresentação ao vivo do álbum “Blood Moon” de Ry Cuming a.k.a RY X. A Arte Sonora, através da lente de Inês Barrau, marcou presença para registar o momento.

RY X, cantor, compositor e produtor nomeado para um GRAMMY, tem como marca registada a sua busca constante por ligação: com a natureza, com o espírito, com a experiência humana. A expressão e a vulnerabilidade estão no cerne do seu trabalho, algo que ele transmite de forma poderosa como artista. Durante o concerto no LAV, fez um pedido inusitado: que o bar fosse encerrado, convidando quem quisesse beber algo a deslocar-se à sala ao lado. Este gesto, embora fora do comum, reflete a sua profunda vontade de se conectar com tudo à sua volta — especialmente com o público, que, afinal, estava ali, supostamente, para vivenciar uma experiência musical e não para estar na conversa num bar com música de ambiente…

Em palco, RY X contou não apenas com a sua banda, mas também com um quarteto de cordas, que conferiu ainda mais profundidade e intensidade à sua voz angelical. O resultado foi uma atmosfera sublime, quase transcendental, onde a música se tornou um veículo de pura emoção.

Foi, sem dúvida, uma actuação fenomenal do músico australiano, mas… Há sempre um “mas” a trazer más notícias. Apesar da excelência da prestação e da dedicação do artista em criar uma conexão genuína, parte do público — especialmente aqueles mais afastados do palco — parecia alheia à magia que se desenrolava. Uma desconexão que destoou do espírito intimista que RY X procurou imprimir nesta noite memorável.

A voz de RY X, acompanhada pela guitarra e pelos beats dançáveis, convidava-nos a fechar os olhos e mergulhar completamente em músicas como All I Have”, “Only”, “You”, “Berlin” ou “Howling. No entanto, esse estado de imersão era frequentemente interrompido por gargalhadas, conversas aleatórias, um entra e sai constante… e os inevitáveis “shiuuu” vindos de quem tentava, em vão, resgatar o ambiente de introspeção.

Será que é tão difícil ficar em silêncio e sossegado por 20 ou 30 minutos? A certa altura ouvimos do balcão alguém a dizer “se querem falar vão para a rua!” Ámen!

Calem-se, porra! … era tão bom que RY X voltasse para um concerto nos Coliseus.


arda