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«Henry Rollins é um idiota»

«Henry Rollins é um idiota»

Nero

O frontman dos Venom, Cronos, destila ódio a Henry Rollins, antigo vocalista dos Black Flag. «É um idiota» e «Não está em nenhuma banda porque não é um músico», são os mimos.

Em 1994, no livro “Get In The Van”, Henry Rollins relembrou a altura em que os Black Flag abriram um concerto de Venom, em 1986, afirmando que os pioneiros do black metal demoraram quase uma hora a subir a palco: «Tinham os roadies a afinar as guitarras e essas merdas. Finalmente, sobem a palco. Foi hilariante. Foi como ver os Spinal Tap. O baterista tinha um tipo a apontar-lhe uma ventoinha, para estar sequinho e na maior. O baixista/vocalista chamava-se Kronos. Tinha alta moral. Colocou o público a entoar o que me pareceu ser “Black Funky Metal” uma e outra vez, o que pensei ser grande onda e que talvez estivesse errado sobre eles. Mais tarde descobri que era “Black Fucking Metal”. Oh, perdão. Esperei que tocassem “Sex Farm Woman” [dos Spinal Tap] a qualquer momento. O guitarrista era tão mau que fazia dó. Diverti-me imenso… O baixista era hilariante. Contorcia a língua e revirava os olhps. Mas também arranjava o seu cabelo a cada 15 segundos ou assim».

A esta “simpatia”, Rollins acrescentou que os Venom eram fraquinhos. «Nem sequer sabiam tocar. Tinham um monte de roadies para fazer tudo. Fraco, fraco, fraco. (…) Teria adorado tocar com bandas “heavy metal” mais vezes. Era divertido fazer pouco deles. É tudo luzes e maquiagem. Que treta. (…) Os Venom não prestam. São cheios de merdas. É uma piada de mau gosto. Não suam e, provavelmente, nem f*dem».

Como uma boa polémica é uma péssima coisa para desperdiçar, recentemente, em entrevista ao jornalista canadiano Mitch Lafon, o assunto veio à baila. E, dez anos depois, Cronos respondeu no mesmo nível a Rollins, afirmando: «Deixa-me contar a verdade sobre esse concerto. A mãe do Henry Rollins telefonou-nos a dizer que eles eram “a cena” em New York, que tinham muitos seguidores, blá blá blá. Mal sabíamos nós que eles eram uma bandinha triste sem ninguém que lhes prestasse atenção».

E Cronos continua: «Quando chegámos, eles eram apenas uns putos; não sabiam tocar, nem tinham o c**alho dos instrumentos, tivemos que lhes emprestar backline. Chegaram ao recinto com a sua mochilinha, com sanduíches e uma garrafa de sumo de laranja. Foi algo como: “Pensei que estavam numa banda. Pensei que eram músicos”. Queixavam-se de tudo. Não conseguíamos parar de rir. Ver aqueles tipos chegarem ao recinto com a mãe e a mãe a dar ordens a toda a gente. E entrar numa discussão com o nosso manager, que lhe disse para se ir f*der. E ela a insistir que lhes tinham prometido um camarim. Ao que respondíamos, ali está o camarim, tem três cadeiras, não somos os donos do recinto, apenas aparecemos. Não estamos interessados no backstage, estamos interessados no palco. Estamos aqui para dar um concerto. Atrás do palco há algumas salas. Há uma com casa de banho e uma cadeira e uma mesa. Esse é o vosso backstage. Esta é a realidade do rock n’ roll. É o backstage. E ela ficou lavada em lágrimas».

O frontman dos Venom insiste: «Aqueles tipos eram crianças. E toda esta história de como ele [Henry Rollins] ficou a ver o concerto de Venom e não conseguia parar de rir com os seus amigos… Assim que eles acabaram de tocar meteram-se na sua carrinha e partiram. Portanto, não sei que concerto ele viu, mas de certeza que não foi o concerto de Venom. Aliás, se leres o livro, ele aponta uma data errada».

Entre risos, Cronos deixou o mimo final. «É por isto que o Henry Rollins escreve livros e já não está numa banda. Porque ele não é um músico, ele é um idiota».

Talvez daqui a 10 anos, Rollins responda a estas afirmações de Conrad “Cronos” Lant