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Jack White Defende Equidade de Géneros

Jack White Defende Equidade de Géneros

Nero

Num poderoso discurso, o músico ataca empresas gigantes como a McDonald’s ou General Motors e defende medidas de igualdade laboral entre pessoas de diferentes géneros e orientações sexuais.

O direito à equidade entre géneros ganhou um campeão de peso. Nada mais nada menos que Jack White. O músico foi convidado da Mayor de Nashville, Mega Barry, para se juntar a um Conselho sobre o assunto, o Nashville Council on Gender Equity. Como primeiro acto, Jack White fez um discurso sobre o assunto, que foi publicado integralmente nos meios de comunicação do Tennessee e nas redes sociais associadas ao músico. Discurso que traduzimos:

«Todos os seres humanos neste planeta e na sociedade em que vivemos merecem ser tratados com igualdade. Merecem ser tratados com igualdade na sua vida social e económica e nas suas carreiras profissionais também.

Na minha vida artística, sempre considerei injusto, ao produzir um disco, por exemplo, que um baterista recebesse menos dinheiro que um cantor, apenas porque o cantor tem um agente ou um representante. Ambos estão a ser criativos, independentemente do seu instrumento ou até da sua experiência. Deviam ser pagos de modo equitativo. Ora, não seria assim ridículo pagar um salário diferente a dois violinistas porque um é homem e o outro mulher? Penso que seria. É embaraçoso que em 2016 ainda existam diferenças nos salários e benefícios entre géneros na nossa sociedade. A equidade entre géneros é algo que devia ter sido resolvido, em todo o mundo, no século passado e é lamentável ainda ser necessário falar no assunto. Se a pessoa faz o trabalho, os benefícios de realizar esse trabalho devem ser iguais para todos os seres humanos.

Enquanto proprietário da editora discográfica Third Man Records, com escritórios em Nashville e Detroit, orgulho-me de afirmar que, desde 2013, todos os empregados da editora recebiam um ordenado mínimo de 15 dólares por hora, independentemente do seu género. Exorto as micro empresas a fazer o mesmo. É possível. Não cairão em falência. Uma pessoa não deveria necessitar de dois empregos apenas para conseguir comida e abrigo. E se pequenas empresas como a minha conseguem fazer isto, empresas multimilionárias como a Walmart podem fazê-lo também. 

Desde 2015, os empregados na minha editora Third Man Records contam com os seguintes benefícios: todos estão empregados a tempo inteiro e com direito a seguro de saúde. Alegra-me e orgulha-me oferecer isto, pois entristece-me que a nossa sociedade não considere os cuidados de saúde como um direito humano básico que deve preceder o crescimento dos lucros.

Algo que nos deixa ainda mais orgulhosos na Third Man Records é que, desde 2015, todos os empregados que são também mulheres grávidas podem estar seguras por uma licença de maternidade de 6 meses após o parto. E todos os pais de recém-nascidos podem estar seguros de uma licença de paternidade de 3 meses de após o parto. Nada é mais importante que uma nova vida e uma nova alma postas neste mundo e pais de recém-nascidos não deviam ter que se preocupar com qualquer outra coisa além da saúde e bem-estar da sua criança. Se a minha pequena empresa consegue colocar em prática estes ideais, também o McDonald’s e General Motors conseguem.

Também devo salientar que as noções de género e sexualidade dizem apenas e completamente respeito ao indivíduo e não à pessoa que o emprega ou ao governo. Se uma pessoa nasce num ambiente ou num corpo físico diferentes, não devia ser tratada de qualquer forma depreciativa. Se escolhem apresentar-se transgenericamente ou até com neutralidade de género, isso não devia ter qualquer efeito nos seus salários ou benefícios, nem como são tratados por outros seres humanos.

Muito obrigado.»