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Linda Martini, a celebração de 20 anos de “muita merda e muito ouro”

Linda Martini, a celebração de 20 anos de “muita merda e muito ouro”

Diogo Bugalho
Inês Silva

Os Linda Martini anunciaram os dois primeiros concertos, um em Lisboa e outro no Porto, para celebrar 20 anos. A Arte Sonora esteve presente no concerto que decorreu no Lisboa ao Vivo.

Na passado dia 10 de Fevereiro celebrámos num Lisboa ao Vivo (LAV) esgotado os 20 anos de carreira dos portugueses Linda Martini com um espetáculo eletrizante. Celebrámos também um ano de tour do seu último álbum “ERRÔR”, lançado no ano passado. Álbum muito bem recebido e que constituiu uma boa parte da setlist do concerto.

A banda Lisboeta, fundada em 2003, tem como membros André Henriques, Hélio Morais, Cláudia Guerreiro e Rui Carvalho (a.k.a. Filho da Mãe), que recentemente se tornou membro oficial da banda, depois da saída de Pedro Geraldes.

Conhecida pelo seu rock alternativo com fortes influências de post-rock e punk, tem estado na vanguarda da cena musical portuguesa desde o lançamento do seu primeiro álbum ”Olhos de Mongol” (2006). A longevidade da banda e a sua contínua relevância no rock português são um verdadeiro testamento do seu compromisso incansável de ultrapassar os seus próprios limites e entregarem ao seu fiel público performances cheias de alma e amor.

Quem esteve presente no LAV testemunhou uma verdadeira celebração do legado do quarteto, que mais uma vez demonstrou um impressionante “showcase” do seu range musical e da facilidade que sempre teve de juntar diversos tipos de público, e que nos presenteou com a passagem por praticamente toda a sua discografia.

Ainda antes de a banda entrar em palco, já a plateia entoava o refrão da música “Eu Nem Vi”, tema de “ERRÔR”, e por volta das 22:15, ouve-se uma pré-gravação com a voz de uma criança. As várias definições de Amor que saiam das colunas colocaram um sorriso em toda a gente,porque «Se não houvesse amor, não havia nada bonito».

Passada esta introdução o concerto começa bastante possante com os temas “O Amor é Não Haver Polícia” (“Olhos de Mongol”, 2006) e “Ratos” (Turbo Lento, 2013). Estas primeiras músicas serviram para definir que viria a ser o resto do espetáculo, com um público deslumbrado em que ninguém conseguiu ficar quieto, a cantar tema atrás de tema.

A setlist prosseguiu com músicas como “Panteão” (“Turbo Lento”, 2013), “Putos Bons” (“Casa Ocupada”, 2010) e “Dez Tostões”, mas também revistaram outros clássicos como “Lição de Voo Nº1” (EP “Linda Martini”, 2006) “Juventude Sónica” (“Casa Ocupada”, 2010), “Boca de Sal” e a melancólica ”Se Me Agiganto” (“Linda Martini”, 2018).

Um total de 23 temas em que os Linda Martini revisitaram todo o seu repertório, a terminar com um final muito forte com “Eu Nem Vi” e “Rádio Comercial”, do seu último álbum, seguidas da já intemporal “Cem Metros Sereia” (“Casa Ocupada”, 2010) com a plateia a cantar em uníssono a letra da música até bem depois da banda sair do palco.

O regresso, porém, não demorou muito. Os Linda voltaram para um primeiro encore com uma energia tal que nem parecia que já tinham tocado cerca de 2 horas. Ficaram guardadas para esta recta final os clássicos “Amor Combate” e “Dá-me a Tua Melhor Faca” (“Olhos de Mongol”, 2006), onde vimos o Hélio Morais saltar da bateria directamente para cima da plateia num crowdsurf olímpico.

O quarteto voltou ainda para um segundo encore para tocar “Taxonomia”.

Um final de uma comunhão em que o “moshpit” se transformou num abraço gigante e colectivo e onde os Linda Martini nos relembram «Que o medo não se esqueça de onde vem».

São 20 anos de muito amor, muita merda, muito ouro. São 20 anos de uma banda que se agiganta com o passar do tempo. Que venham mais 20.

Em baixo podes ver a fotoreportagem.


arda