Lisboa Mistura decorre em Janeiro no Capitólio em Lisboa
Depois de um adiamento provocado pela meteorologia, o Lisboa Mistura, o primeiro evento intercultural deste género em Lisboa, está de volta já neste arranque de 2024.
A 18º edição do Lisboa Mistura que está de volta já neste arranque de 2024, com novas datas e novo local.
São dois dias intensos, de música, encontros, conversas, festa, muita partilha e misturas sociais, culturais, artísticas… mantendo-se quase todas as atrações do programa já anunciadas. O evento acontece nos dias 20 e 21 de Janeiro, no Capitólio, em Lisboa.
Como realça e sintetiza Carlos Martins, o fundador e dinamizador do festival: «Nesta 18ª edição, o Lisboa Mistura quer ESCUTAR a cidade e o mundo à volta, pensar no seu futuro e no futuro da cidade e da cultura como ativação da cidadania na construção urbana. Queremos continuar a trabalhar para democratizar a cultura e para desacelerar a vertigem do ruído visual através de processos de escuta. E queremos acima de tudo dar palco às tradições e à inovação, sonora e do pensamento. Pode parecer pouco, mas se conseguíssemos pensar nas sonosferas como novos modelos de governança e de celebração da vida estaríamos a contribuir para uma grande mudança na forma como nos relacionamos entre nós e com as paisagens à nossa volta, ainda mesmo antes de as criarmos.»
No dia 20 de janeiro às 20h, está confirmado Soweto Kinch Trio. O premiado saxofonista e MC Soweto Kinch é um dos músicos emocionantes e versáteis nas cenas de jazz e hip hop britânico. Já com uma lista extensa de elogios e prémios, apresenta-nos o seu último álbum “The Black Peril”, político e racialmente interventivo, encontrando inspiração histórica nos motins que eclodiram na década de 90 e em toda a mudança social associada. Pelas 22h30, sobe a palco Dobet Gnahoré. A Costa de Marfim é o seu país de origem, mas vive há muitos anos em França. A cantora, bailarina, compositora Dobet é vencedora de um Grammy em 2010 e intérprete de seis álbuns desde o início da sua carreira. Com uma abordagem refrescante, procura no álbum “Couleur” transmitir mensagens de positivismo perante o futuro, empoderamento feminino e incentivar a uma realidade mais criativa!
No dia 21 poderás assistir à Festa Intercultural, entre as 17h e as 19h, com a apresentação de grupos de diferentes geoculturalidades que muitas vezes não têm acesso aos palcos centrais: Mbalango é um artista a solo que, através da sua mbira de fabrico próprio, instrumento tradicional de Moçambique e do Zimbabué, presenteia-nos com a sua veia artística multifacetada; Toy e Emanuel Matos são a dupla dos irmãos Emanuel e António vivem em Benavente, Ribatejo. Com o exemplo do seu pai, desde sempre que a música esteve presente na sua família e representa a sua cultura cigana; o grupo Amizade Linha de Sintra transporta-nos até à Guiné Bissau através do som peculiar da Tina, o seu instrumento típico composto por uma cabaça em água; Isha Artes representa a Cultura Indiana através da dança clássica indiana – Kathak. As suas coreografias integram caminhos culturais, sociais e educacionais da cultura indiana, tendo em vista a dinâmica das práticas interculturais como mecanismos de integração social e por fim Kaori Shiozawa – Grupo Tawoo. Tawoo significa “estrada” em chinês. Proporciona um lugar para que as pessoas possam encontrar-se, experimentar e descobrir juntas o caminho do Taiko. Nele são promovidas uma variedade de atividades com o objetivo de desenvolver o seu carácter, estilo, talento e energia através dos ritmos da percussão japonesa.
Pelas 19h30, JAZZOPA continua a festa. Um projeto que reúne o jazz, spoken word e hip-hop, numa linguagem artisticamente desafiadora e socialmente consciente e que procura artistas com aptidões consolidadas nas várias áreas propostas. Através de um modelo de “estúdio criativo” de cocriação, os/as participantes são desafiados/as a criar repertório que interliga as três áreas artísticas numa só a partir de improvisação em tempo real. A terminar mais uma edição do Lisboa Mistura estará a Criatura. Procurando outros olhares da tradição, Criatura refresca-nos com ritmos portugueses, sublimemente trabalhados, para nos fazer viajar na memória popular de norte a sul de Portugal. Depois de editarem o primeiro disco “Aurora” em 2016, lançam em 2021 “BEM BONDA”, apresentando-nos uma nova abordagem na poesia e melodia portuguesas, desafiando os já existentes padrões musicais.
Entre os concertos, Tiago Pereira (DJ Set), realizador, documentarista, radialista e visualista, anima os tempos mortos. Tiago Pereira tem promovido e divulgado a música portuguesa, como mentor e diretor do projeto: “A música portuguesa a gostar dela própria”. Agora DJ, considera-se ativista, defensor da memória coletiva e tradição oral e tem como principal objectivo a procura de outra música, mais amadora e pouco divulgada, mais concentrada na interpretação e nas pessoas.
A entrada nos concertos e debates é gratuita. Mais informação, aqui.