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Mariza Canta Amália

Mariza Canta Amália

Redacção

Mariza interpreta canções de Amália no seu novo álbum, celebrando assim 20 anos de carreira no ano em que Amália faria 100 anos de vida.

Duas vozes de excepção. Duas carreiras fulgurantes. Em comum, o Fado, património eterno e universal da música mundial, ex-libris de Portugal. Mas também uma ligação indelével que transcende gavetas. Disco bonito, apresentado em press…

Quando Mariza partiu à conquista do mundo, arrebatou os públicos que, antes, só Amália tinha conseguido arrebatar. Quando Mariza começou a explorar outros caminhos contíguos ao Fado, fê-lo como, antes, só Amália o tinha conseguido. Quando Mariza se tornou na embaixadora da música portuguesa do século XXI, assumiu o manto que, antes, só Amália conseguira antes envergar no século XX.

Não é, por isso, surpresa que Mariza homenageie finalmente Amália por inteiro. Como só ela o pode fazer: habitando o repertório da mais lendária de todas as fadistas a seu modo, e trazendo-o para o século XXI sem lhe retirar alma nem identidade. No seu 20º aniversário de carreira, no centenário do nascimento da Diva – «porque sinto que esta é a melhor forma de homenagear e agradecer todo o legado e inspiração que nos deixou» – Mariza revela-nos, finalmente, o projecto que há muito almejava: Mariza Canta Amália.

«Amália é uma inspiração maior, não só para mim, mas para tantos artistas portugueses e ainda muitos outros internacionais, assim como para todos os portugueses», explica Mariza. «Como diria o grande António Variações: ‘Todos nós temos Amália na voz’».

À guitarra e à viola, como é apanágio do fado, mas também com orquestra, como Amália provou ser possível, Mariza dá-nos a sua Amália. Com arranjos e direcção de orquestra de Jaques Morelenbaum, cúmplice eterno de Caetano Veloso e Ryuichi Sakamoto, que reencontra Mariza 15 anos depois de lhe ter produzido Transparente (2005), Mariza Canta Amália. Claro: Mariza sempre cantou Amália – logo no trabalho que a revelou, Fado em Mim (2001), já reinterpretava “Barco Negro” ou “Oiça Lá ó Senhor Vinho”, e ao longo dos seus sete trabalhos de estúdio e três registos de concerto anteriores, várias vezes gravou repertório da Diva.

Mas esta é a primeira vez que Mariza dedica todo um álbum ao seu repertório. E, dos dez temas escalados para Mariza Canta Amália, apenas se abalançara anteriormente a um – “Barco Negro”. Com os arranjos extraordinariamente líricos de Jaques Morelenbaum a permitir-lhe encontrar novos matizes, Mariza torna seus alguns dos maiores ex-libris de Amália: “Gaivota”. “Estranha Forma de Vida”. “Com que Voz”. “Fado Português”. “Povo que Lavas no Rio”. “Foi Deus”. Como nunca os ouvimos antes – e Mariza (re)cria-os como só Amália os soube (re)criar antes.

Gravado entre Lisboa e o Rio de Janeiro, Mariza Canta Amália é o feliz encontro entre um repertório inesgotável, uma voz imortal e um produtor de excepção. Um encontro que não vamos esquecer tão cedo. O álbum foi trabalhado nos estúdios, “Nas Nuvens” e “Visom”, no Rio de Janeiro, entre Dezembro de 2019 e Fevereiro de 2020. Gravações adicionais também em Lisboa nos Atlântico Blue Studios e Bela-flor Recording Studios.

1. Com que voz  – Letra: Luís de Camões / Música: Alain Oulman
2. Barco Negro – Letra e Música: Caco Velho, Piratini / Adaptação da letra: David Mourão-Ferreira
3. Lágrima – Letra: Amália Rodrigues / Música: Carlos Gonçalves
4. Formiga Bossa Nova – Letra: Alexandre O’Neill / Música: Alain Oulman
5. Estranha forma de vida – Letra: Amália Rodrigues / Música: Alfredo Duarte
6. Cravos de papel –Letra: António Sousa Freitas / Música: Alain Oulman
7. Povo que lavas no rio – Letra: Pedro Homem de Mello / Música: Joaquim Campos
8. Foi Deus – Letra e Música: Alberto Janes
9. Gaivota –Letra: Alexandre O’Neill / Música: Alain Oulman
10. Fado Português – Letra: José Régio / Música: Alain Oulman

arda