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Matthew Halsall e Nadine Khouri são as novas confirmações no Misty Fest 2023

Matthew Halsall e Nadine Khouri são as novas confirmações no Misty Fest 2023

Redacção

Depois de confirmar Makaya McCraven, o Misty Fest confirma o trompetista Matthew Halsall e a artista anglo-libanesa Nadine Khouri.

O trompetista Matthew Halsall regressa a Portugal com um novo trabalho que terá apresentação ao vivo na Casa da Música, Porto e no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. O concerto do CCB será duplo, com Makaya McCraven a apresentar-se na mesma noite. O mesmo bilhete dá acesso aos dois concertos.

Matthew Halsall, homem do leme da Gondwana Records, prepara-se para regressar ao nosso país com um novo projeto. O aclamado trompetista, de quem se diz ter conseguido a proeza de cruzar os universos de Pharoah Sanders e Cinematic Orchestra, prossegue na sua demanda pelos terrenos mais espirituais do jazz com “An Ever Changing View” que é já o décimo título na sua discografia em nome pessoal.

Ao vivo, Matthew apresenta-se à frente de um reputado ensemble de músicos baseados em Manchester como Matt Cliffe (saxofone & flauta), Alice Roberts (harpa), Jasper Green (piano), Gavin Barras (baixo), Alan Taylor (bateria) e Sam Bell percussão. O igualmente renomado Chip Wickham é o saxofonista e flautista convidado deste expansivo ensemble.

No novo concerto, além de refinado material do seu novo álbum, Matthew Halsall viaja pela sua já considerável discografia, explorando o jazz a partir de uma moderna sensibilidade, nunca esquecendo que o espírito e o corpo estão sempre ligados.

Nadine Khouri, artista anglo-libanesa cujo trabalho tem sido altamente elogiado pela imprensa internacional, prepara-se para apresentar o seu mais recente álbum, “Another Life”, no Misty Fest.

A artista anglo-libanesa Nadine Khouri conheceu John Parish (PJ Harvey, Eels, Sparklehorse…) há cerca de 10 anos, altura em que o produtor britânico a desafiou a cantar em “Baby’s Coming” (faixa de “Screenplay”, de 2013) antes de gravar e produzir o seu primeiro álbum “The Salted Air” (2017), trabalho que, entretanto, granjeou justo culto.

A gravação do seu segundo longa-duração, “Another Life”, igualmente produzido por John Parish), aconteceu durante a pandemia de Covid-19 e foi naturalmente marcada pelas descargas emocionais provocadas pelas duas poderosas explosões no porto de Beirute no início de Agosto de 2020. «A pandemia instalou-se precisamente quando os ensaios estavam prestes a começar, quando queríamos uma gravação rápida destas novas canções. De repente, o mundo congelou, nada podia continuar como planeado», recorda Nadine.

No interior da capa do álbum, uma fotografia tirada por Steve Gullick revela, por detrás de Nadine Khouri, a extensão de uma cidade mediterrânica branqueada pelo sol, Marselha, onde a artista atualmente reside. Uma cidade de milhares de vidas, milhares de memórias e milhares de histórias, um teatro onde ressoa o percurso de Nadine, a alegria, a tristeza, o arrependimento, o exílio, o desafio ou o desejo – marcas que alimentam a sua música. «As canções surgem-me muitas vezes como imagens de filmes que tento exteriorizar», explica. «Presa entre quatro paredes, este período de isolamento levou-me a olhar para o meu passado, a recordar pessoas próximas que desapareceram, momentos passados que estão agora longe de mim. Escrevi para não esquecer, para não deixar desaparecer.»

Com as restrições levantadas, Nadine Khouri e John Parish encontraram-se em estúdio para finalmente gravar o álbum como planeado originalmente, com a ajuda de vários músicos de renome. Deste período de incerteza emergem composições de uma beleza cativante. A produção de John Parish dá um fôlego majestoso a estas canções impressionistas, e à voz de Nadine Khouri. Ao vivo, essa presença singular e qualidade artística distinta tornam-se ainda mais evidentes, tal como tem vindo a ser destacado em críticas elogiosas de publicações de referência como a Mojo ou a Uncut.