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Maurice Ravel e o seu “Boléro” vão ser alvo de num novo biopic

Maurice Ravel e o seu “Boléro” vão ser alvo de num novo biopic

Rodrigo Baptista

“Boléro”, com realização de Anne Fontaine, centra-se em 1928, ano em que Ravel compôs aquela que muitos consideram ser a sua obra prima.

Parece que a indústria do cinema continua rendida aos encantos da música clássica e aos seus maiores vultos.

Depois de 2023 ter-nos trazido “Maestro“, filme sobre o compositor e maestro Leonard Bernstein, para o próximo ano de 2024 já temos confirmado “Maria“, o biopic que vai explorar a vida e a carreira da diva da ópera Maria Callas, e, agora o anúncio de “Boléro”, um filme que além de explorar a vida e carreira do compositor francês Maurice Ravel, foca-se ainda na sua obra-prima sinfónica.

Com realização de Anne Fontaine, o filme acontece em Paris na década de 20. Raphael Personnaz vai desempenhar o papel de Ravel, que foi contratado pela dançarina e coreógrafa russa Ida Rubinstein (Jeanne Balibar) para compor uma nova obra para o seu próximo ballet. Rubinstein pediu que a música que fosse ousada e sensual, e assim, Ravel começou a trabalhar, enfrentando vários obstáculos antes de completar a sua obra de 15 minutos, que gira em torno de uma famosa linha de tarola.

Parte do biopic será filmada em Le Belvédère, uma casa nos arredores da pequena cidade de Montfort L’Amaury, perto de Paris, onde Ravel passou os últimos 16 anos da sua vida e morreu em 1937.

As filmagens, que começaram em Março e terminaram em Maio, aconteceram em Paris, Perros Guerrec, Meaux e Montfort, com algumas cenas filmadas em Bruxelas, e momentos da tour de Ravel pelos Estados Unidos captados no Harlem, em Nova York.

«Maurice Ravel continua hoje a ser um dos compositores mais brilhantes do século XX. Não muito diferente de Coco Chanel, ele era um artista complexo cuja arte ressoa em todo o mundo», disse a realizadora Anne Fontaine, que também realizou “Coco Before Chanel” em 2009. «Queria explorar o processo de criação do seu “Boléro”: como a inspiração pode alimentar-se de traumas pessoais, arrependimentos e tristezas, como a arte pode ser o resultado de uma busca íntima e ainda assim atingir milhões.»

Em baixo podes ver e ouvir uma performance de “Boléro” tocada pela Filarmónica de Viena sob a direção do maestro venezuelano Gustavo Dudamel.