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Medos de Benjamim em “Vias de Extinção”

Medos de Benjamim em “Vias de Extinção”

Redacção
Vera Marmelo

A noite, os excessos, a solidão e o receio da morte foram a inspiração para “Vias de Extinção”, o novo disco de Benjamim.

Segundo Luís Nunes, também conhecido por Benjamim, o sucessor de “1986” (2017) começou como “uma prolongada crise dos 30 misturada com a ansiedade causada por notícias de um futuro negro para a Humanidade (a nível político e ecológico), estendendo-se ao longo de um fim-de-semana, que durou dois anos, entre o Cais do Sodré, o Incógnito e o fim de noite no Lux“.

“Vias de Extinção”, o terceiro disco do compositor, produtor e multi-instrumentista acaba assim por ser um testemunho “quase arqueológico de um mundo extinto, em que a noite nos deixava dançar até de manhã e o suor era para ser partilhado na pista, assumindo o título um significado bem mais literal do que o inicialmente desejado“.

Diz Benjamim que estas “são as canções mais directas e pessoais” que alguma vez escreveu, apesar do manto instrumental que torna tudo “mais ambíguo, sobre excesso, diversão, solidão, a procura de um sentido e o receio da mortalidade, tal como expresso em “Urgência Central”, escrita em parte no corredor do hospital de Santa Maria, antes de um exame aos pulmões que me fez deixar de fumar”. O autor sublinha que as canções “oscilam entre a honestidade pura e dura de “Guerra Peninsular”, a sede auto-destrutiva de “Segunda-Feira”, a ironia de “Domingo” ou a descarga eléctrica de sexta à noite” do mais recente single “Incógnito”.

Influenciado pelos sons da noite e pelo Verão, Benjamim pegou no seu velho sintetizador, numa caixa de ritmos e num gravador de quatro pistas em cassete para esboçar as primeiras versões destas canções, “completamente livres de guitarras e de ideias pré-concebidas sobre o formato de canção“.

“Vias de Extinção”, tal como o single homónimo demonstra, também “é um regresso à essência” de Benjamim enquanto músico e ao instrumento da sua formação, baseando-se no piano e restantes instrumentos de teclas para compor canções que “viajam por outros universos harmónicos e novos registos de voz“. É um disco de “profunda descoberta interior e o fechar de um ciclo que acaba por coincidir com a própria peste que nos confinou“.

Das versões em cassete para o estúdio, as canções passaram pelo crivo da banda que acompanha o artista ao vivo, que neste disco teve “um papel absolutamente decisivo“. Benjamim explica porquê: “Testámos alguns dos temas ao vivo para conseguir colar o lado orgânico com a essência mais electrónica das caixas de ritmo e sintetizadores. João Correia e Nuno Lucas, a secção rítmica inabalável que também toca com Jorge Palma, Bruno Pernadas, Tape Junk, entre muitos outros, António Vasconcelos Dias, um pilar importante na produção do disco e nos coros e Vera Vera-Cruz nos coros“.

Em estúdio, e para além da banda, Benjamim contou ainda com o clã Campelo, liderado pela lendária cantora Isabel Campelo (uma das vozes mais versáteis e icónicas da música e televisão portuguesa dos últimos 30 anos) e as filhas Joana Campelo (Real Combo Lisbonense) e Margarida Campelo (Bruno Pernadas, Cassete Pirata, Real Combo Lisbonense) e ainda Manuel Pinheiro (Diabo na Cruz) nas congas e percussões.

Concertos de apresentação de “Vias de Extinção”:

26 Out – Teatro Maria Matos / Lisboa – ESGOTADO
27 Out – Teatro Maria Matos / Lisboa – DATA EXTRA
28 Out – Casa da Música / Porto
06 Nov – Teatro Académico Gil Vicente / Coimbra
05 Dez – Centro de Artes / Águeda

Vias de Extinção:
A Guerra Peninsular
Urgência Central
Segunda-Feira
Ângulo Morto
Vias de Extinção
Domingo
Incógnito
Serviço de Despertar


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