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Mike Portnoy Elege os Seus Malhões Instrumentais Favoritos

Mike Portnoy Elege os Seus Malhões Instrumentais Favoritos

Redacção

Já em acção promocional a respeito do terceiro álbum dos Liquid Tension Experiment, o prolífico baterista Mike Portnoy elegeu os seus instrumentais favoritos de sempre. Na lista há temas de Metallica, Iron Maiden e Rush. Mas há também outros menos óbvios.

A menos de dois meses do aguardado regresso, 22 anos depois, dos Liquid Tension Experiment, Mike Portnoy sentou-se com a Revolver e falou, entre outros temas, das suas influências e inspirações e elencou os seus 10 temas instrumentais favoritos, não sem antes fazer um enquadramento histórico. «Quando começámos os Dream Theater, em 1985, éramos uma banda instrumental», recorda o baterista. «Crescemos a ouvir bandas instrumentais. E por muito que gostássemos dos Rush, dos Metallica ou dos Iron Maiden, também tínhamos uma apreciação real por coisas como Dixie Dregs, Mahavishnu Orchestra ou Return To Forever. Era uma parte do nosso vocabulário».

Os Dream Theater, com quem Mike Portnoy tocou até 2010, não são, obviamente, uma banda puramente instrumental. Mas quando o baterista se juntou aos Liquid Tension Experiment, em 1997, com o guitarrista John Petrucci, com o antigo baixista dos King Crimson e de Peter Gabriel Tony Levin e o teclista Jordan Rudess, sabia perfeitamente que queria explorar em pleno essa vertente. «Nunca pensámos sequer em fazê-lo com um vocalista. Foi tipo: “Muito bem, vamos apenas fazer um álbum instrumental”. Senti-me muito confortável a escrever e a tocar dessa forma».

E, mais de 20 anos após o segundo disco dos LTE, assim continua a ser; a música que fazem é uma espécie de jornada selvagem, carregada de elementos prog, desenhada por alguns dos mais inventivos instrumentistas de sempre. Para Portnoy, o novo disco que vem a caminho é o produto de uma vida de amor pela música instrumental, desde a infância e adolescência nos anos 1970 e 1980 até aos dias de hoje. Seguem-se os temas eleitos pelo baterista e respectivas explicações.

RUSH – “La Villa Strangiato” (1978) | «Não é segredo que é o meu instrumental favorito de todos os tempos e a minha canção preferida dos Rush de todos os tempos. Para mim, “La Villa Strangiato” é a referência das suas capacidades, mostrando os três virtuosos. Neil [Peart] e Geddy [Lee] são tão tight, e depois o grande solo de Alex [Lifeson], no meio, simplesmente incrível. Obviamente, “YYZ” é o mais conhecido instrumental dos Rush, mas, no que me diz respeito, “La Villa Strangiato” é a referência do virtuosismo e, como baterista, é sempre o derradeiro desafio a tentar enfrentar».

KING CRIMSON – “Larks’ Tongue In Aspic, Part Two” (1973) | «Fizemos este tema nos Dream Theater, como uma das faixas bónus de “Black Clouds & Silver Linings”, de 2009 [n.d.r.: o último disco dos DT em que Portnoy participou]. Sempre fui um enorme fã dos Crimson, sempre fui um enorme fã do [baterista] Bill Bruford. Isto é do início dos anos setenta. Lembro-me de ouvir a canção pela primeira vez. Penso que estava na Berklee [College of Music] e uma banda de fusão estava a fazer uma versão numa das salas de ensaio. E pensei: “Uau, que m**** é esta?”. Nunca a tinha ouvido antes. É tão pesado. O baixo e a guitarra são tão maus e dissonantes. Foi sempre um dos meus instrumentais favoritos».

METALLICA – “Orion” (1986) | «Os primeiros quatro álbuns dos Metallica tinham todos instrumentais e estavam todos praticamente enraizados em Cliff [Burton]. Quando chegaram a “Master Of Puppets”, “Orion” era a sua obra-prima instrumental e tinham aperfeiçoado a fórmula. Foi tão bem executado e podia-se dizer que toda a secção clássica do meio veio de Cliff, porque a orquestração do baixo era tão insana. Quando Cliff morreu, John Petrucci, John Myung e Kevin Moore estavam em minha casa quando soubemos. Lembro-me de que ouvimos “Orion” e chorei como um bebé. Atingiu-me mesmo com força. Penso sempre nesta canção como a sua obra-prima».

IRON MAIDEN – “Losfer Words (Big ‘Orra)” (1984) | «Quanto aos instrumentais dos Iron Maiden, tiveram “Transylvania” no primeiro álbum e tiveram dois no segundo, “The Ides Of March” e “Genghis Khan”. Este último é um dos meus favoritos, mas fui mais com “Losfer Words”, do álbum “Powerslave”, porque tem Nicko [McBrain] na bateria. E como foi um pouco mais tarde na sua carreira, tem uma produção melhor. Também pensei que depois de “The Number of The Beast” e “Piece of Mind”, nenhum dos quais tinha instrumentais, era bom que voltassem a um instrumental em “Powerslave” e que fosse tão espectacular».

RAINBOW – “Difficult To Cure” (1981) | «Essencialmente, é uma interpretação de hard rock da 9ª Sinfonia de Beethoven. Foi uma das formas que me fez familiarizar com essa composição. A outra foi obviamente através do [filme] “A Laranja Mecânica”, em que a nona de Beethoven é uma parte tão grande, tão grande desse filme. Já era um grande fã do filme e de [Stanley] Kubrick quando os Rainbow saíram com “Difficult To Cure”, por isso foi fixe ouvir uma espécie de versão orquestrada de heavy metal desta peça clássica».

THE MICHAEL SCHENKER GROUP – “Into the Arena” (1980) | «A próximas cinco vão mais para o território do guitar hero. O primeiro é “Into The Arena” do The Michael Schenker Group. Sempre adorei este instrumental – até tenho as demos para este álbum, que tinha Billy Sheehan no baixo e Denny Carmassi na bateria. Acabaram por não fazer o álbum. Adoro todo aquele primeiro álbum de Michael Schenker Group, mas “Into the Arena” foi sempre um álbum tão bom. É apenas um intenso instrumental de hard rock/heavy metal».

YNGWIE MALMSTEEN – “Evil Eye” (1984) | «Todo o álbum “Rising Force” é principalmente instrumental e poderia ter escolhido “Black Star” ou “Far Beyond the Sun”, que são ambos clássicos. Mas vou com “Evil Eye” porque ouvi essa canção pela primeira vez quando Yngwie ainda estava nos Alcatrazz, no álbum “Live Sentence”. Isso foi como o primeiro sabor do que viria com “Rising Force”. Eu era realmente fã de “Evil Eye” quando ele estava nos Alcatrazz e, depois, quando lançou o álbum “Rising Force”, foi óptimo ouvi-lo regravado no estúdio. E Yngwie tinha Barriemore Barlow na bateria, de quem eu era um grande fã quando ele estava nos Jethro Tull. Portanto, sim, quase tudo do álbum “Rising Force” podia estar nesta lista, mas eu adoro “Evil Eye”».

AL DI MEOLA – “Race With Devil On Spanish Highway” (1977) | «Al Di Meola não é hard rock ou heavy metal, fazia mais parte do mundo do jazz-fusão. Mas esta canção foi a primeira vez que ouvi qualquer tipo de guitarrista de fusão a tocar guitarra realmente pesada e a fazer, tipo, riffs harmónicos. Era material pesado, e com estas coisas loucas do flamenco. Para mim, estas são coisas que se ouviriam mais tarde no vocabulário de Yngwie. Mas a primeira vez que ouvi foi “Race With Devil On Spanish Highway”».

STEVE VAI – “The Attitude Song” (1984) | «Estava a debater se devia escolher este ou “Blue Powder”, do disco “Passion And Warfare”. Escolho “The Attitude Song”, porque esta foi a primeira canção que ouvi quando Steve lançou o “Flex-Able”. Eu já era fã dele porque ele estava na banda de Zappa nessa altura, mas ouvi “The Attitude Song” e… foi como se me tivesse arrancado a cabeça. E pode cantarolar-se cada uma das linhas de guitarra, é memorável e melódica. Mas, ao mesmo tempo, é também realmente técnica. Era uma grande, grande favorita minha, nos tempos da Berklee».

DIXIE DREGS – “Odyssey” (1978) | «Quase todo o catálogo dos Dixie Dregs é instrumental. Mas este foi sempre o meu tema favorito. E foram sempre uma grande influência instrumental para nós nos Dream Theater – Steve Morse é um dos maiores heróis da guitarra de John Petrucci. Cheguei a fazer versões de “Odyssey” duas vezes. Os Dream Theater fizeram-no naquele disco bónus “Black Clouds & Silver Linings” e alguns anos mais tarde Steve [Morse] e eu tocámo-lo juntos na primeira digressão dos “Flying Colors” [n.d.r.: supergrupo de rock formado em 2012 por Mike Portnoy, Dave LaRue, Casey McPherson, Neal Morse e Steve Morse]. Tocá-lo com Steve foi tão fixe e uma grande honra».

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