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Mucho Flow anuncia cartaz completo e programação diária

Mucho Flow anuncia cartaz completo e programação diária

Comunicado de Imprensa

Confere o alinhamento diário do cartaz do festival Mucho Flow.

O Mucho Flow acontece de 31 de outubro a 2 de novembro, em Guimarães no CIAJG, no Teatro Jordão, no Centro Cultural Vila Flor e no Teatro São Mamede. Já apresentou o cartaz completo, distribuição por dias e bilhetes diários à venda.

Aos nomes já anunciados juntam-se os dínamos da pista de dança do clubbing e da eletrónica 33EMYBW & Joey HolderBassvictim, o duo londrino de música eletrónica, composto por Maria Manow e Ike ClatemanToccororo e Violet, verve lírica e de beats polivalentes de Jawnino, e haverá ainda momentos de beleza com as actuações de Ebbb e FRANKIE.

Desde o lançamento de “Golem”, em 2018, que 33EMYBW irrompeu pelo universo de eletrónica de vanguarda sem forma de ser travada, algo que só validaria com “Anthropods” e mais recentemente com “Holes of Sinian”. Uma das principais artistas da super-editora do Extremo Oriente SVBKVLT, foi um dos nomes a colocar as novas expressões artísticas chinesas no mapa e a garantir que nunca sairia de lá. A sua sonoridade é uma mutação harmoniosamente disforme de eletrónica experimental de batidas recordas, baixos protuberantes e melodias originárias de latitudes ainda não descobertas deste lado do mundo, mas que 33EMYBW domina gloriosamente, elevando-a com elementos texturizados que lhes dão uma vida visual que não sabíamos possível. Ao Mucho Flow virá com o artista visual Joey Holder, que dá vida ao que imaginamos ser o som da produtora de Shanghai. Será um verdadeiro assalto sensorial, preparem-se.

Auto-descritos como um encontro entre Brian Wilson e Death Grips, o jovem grupo britânico Ebbb já está a reclamar espaço que ignorávamos existir — nomeadamente aquele que está entre os Beach Boys e a agressividade eletrónica do grupo que tanto faz hip hop como death metal. Nesse espaço, alguma beatude melódica, e harmonias saturadas a um limite de cor confrontam-se com uma eletrónica tangente ao clubbing, numa espécie de pastoral infernal que se pensaria impossível. Quando pensarem que os extremos se tocam, é no som de Ebbb que ouvimos essa ideia a concretizar-se.

Há um equilíbrio frágil na música de FRANKIE, que aceita tanto o padrão de beleza do instrumento erudito como a mutabilidade bruta e quasi-científica das modulações digitalizadas. Entre a organicidade do som de piano, de cordas e da sua voz, existem elementos intrusivos que parecem assombrar momentos de acalmia. O resultado é desestabilizador, criando um desconforto atraente, que nos prende e garante que não é a letargia que vai tomar conta de nós, mas sim a sua voz rouca e as expressões melódicas a que se sobrepõe. Pernas vão falhar — é assim o encantamento de FRANKIE.

Não é por acaso que a palavra mara mandíbula aparece no nome de Jawnino — o londrino não debita dá ponto sem nó no uso da palavra, nem se movimenta sobre o beat sem a dicção certa para lhe dar o toque de tenacidade mordaz que ele pede. A isso, claro, acresce todo o ambiente da capital inglesa, que transpira nas músicas do rapper, que tanto soa a grime, como ecoa às origens do género, seja mais garage, mais jungle, ou algo ainda mais pejado de betão, névoa e chuva. Entre malhas tecidas a disforia eletrónica, alguma nostalgia tecnologicamente atualizada, Jawnino soa a um portal entre ontem e amanhã.

Os mais atentos na cena dos ritmos latinos não vão entrar na pista de dança que Toccororo vai incendiar de cabeça baixa, mas os demais vão perceber a magia que a batida de origem dancehall e dembow tem nos corpos e espíritos. Não será por falta de batida acelerada que a DJ cubano-espanhola não vai dobrar joelhos, articular tornozelos, prostrar costas e ativar glúteos de forma desenfreada. Se dúvidas restam, vejam o currículo e preparem-se para fazerem as devidas vénias no final do seu set: passagens por festivais como Dekmantel e Sonar e atuações em clubs como Panorama Bar. O rasto de lascividade musical fala por si.

Violet é bem mais do que uma DJ e produtora, é alguém que conseguiu transformar o conceito de fazer casa num movimento de erigir de facto fundações de abrigo — para identidades singular e atípicas, para clubbing inclusivo e para expressões de raving que Lisboa parecia não poder receber de outra forma. Através dos pratos, do estúdio, do projeto rádio Quântica, ou do club Planeta Manas que co-lidera com um coletivo de mentes e almas semelhantes, Violet tem sido uma força transformadora da cultura noturna da capital. Mais recentemente, abraçou as batidas quebradas e o furor descontrolado do jungle e do drum’n’bass para se tornar numa das suas mais proeminentes embaixadoras em território nacional, e tem-no feito de forma incólume. O calçado terá de ser confortável, ou ficará confortável depois do seu set — não há sola ou soalho que aguente um set seu sem ceder.

Os bilhetes estão venda em exclusivo na Dice e têm os seguintes valores: o Passe geral custa 60€, o dia 31 custa 15€; dia 1 e 2 tem um custo de 35€.

PROGRAMAÇÃO
31 OUTUBRO
Bassvictim
Ebbb
Hypnosis Therapy
Rita Silva

1 NOVEMBRO – SEX
Alex Wilcox
Anastasia Coope
Crystallmess
Florence Sinclair
FRANKIE
Jawnino
Mabe Fratti
Nadah El Shazly
Still House Plants
Violet

2 NOVEMBRO – SÁB
33EMYBW & Joey Holder
Angry Blackmen
Bianca Scout
Clarissa Connelly
DJ Lynce
Gabber Eleganza
PAPAYA
Snow Strippers
TOCCORORO
UNIVERSITY