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O CAM, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, vai abrir portas com vários eventos gratuitos

O CAM, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, vai abrir portas com vários eventos gratuitos

Comunicado de Imprensa
Fernando Guerra

O CAM vai abrir em festa após uma ampla renovação projetada pelo arquiteto Kengo Kuma, em harmonia com o novo jardim desenhado pelo paisagista Vladimir Djurovic.

A Fundação Calouste Gulbenkian vai abrir ao público o novo edifício do Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) e Jardim, projetados pelo arquiteto Kengo Kuma e pelo paisagista Vladimir Djurovic, no dia 21 de Setembro.

Exposições, performances, música, conversas, maratonas fotográficas, oficinas e outras iniciativas de entrada livre vão marcar a festa de abertura que decorre nos dias 21 e 22 de Setembro.

O programa reflete o novo CAM como um espaço multidisciplinar aberto à comunidade, apresentando várias exposições em simultâneo—o edifício ganhou cerca de 900 m² de novas áreas expositivas—e uma programação de live arts, com nomes internacionais e nacionais que marcam a cena artística contemporânea. Haverá também atividades e visitas para dar a conhecer os novos espaços, as exposições e as obras da Coleção.

Foto: Fernando Guerra

Em 2005, a Fundação Gulbenkian adquiriu dois hectares de jardim contíguos ao seu amplo Parque, que foi desenhado no final da década de 1960 por Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto. Em 2019, a Fundação abriu um concurso internacional, por convite, para a apresentação de projetos que repensassem a relação do edifício do CAM com o novo jardim, dotando-o de novas valências e de um reposicionamento mais central desta área a sul, com uma nova entrada na Rua Marquês de Fronteira.

Inspirado no conceito de Engawa, um elemento da arquitetura tradicional japonesa que estabelece uma harmoniosa ligação entre o interior e o exterior, Kengo Kuma, um dos mais notáveis arquitetos da atualidade, foi o vencedor do concurso. Kuma recriou o edifício original de betão do CAM, inaugurado em 1983 e projetado pelo arquiteto britânico Leslie Martin, aumentando a transparência a sul e acrescentando uma impressionante pala de 100 metros de comprimento, com uma cobertura de 3.274 telhas de cerâmica brancas produzidas em Portugal.

O grande impacto visual deste elemento, que cria uma singular transição para o jardim, dotou o edifício de uma nova identidade arquitetónica. Nas palavras de Kengo Kuma, trata-se de uma fusão perfeita, onde a arquitetura e o jardim dialogam em harmonia. «Inspirados pela essência do Engawa, abrimos uma nova relação com o exterior, convidando os visitantes a abrandar e a fazer deste espaço o seu próprio espaço. A ideia de suavidade e transição estende-se ao interior do CAM, onde desenhámos novos espaços, replicando a ligação do edifício ao jardim e à luz exterior.»

O fim de semana de inauguração nos dias 21 e 22 de Setembro terá vários momentos musicais que se prolongam noite adentro nos espaços interiores e exteriores do CAM, numa programação realizada em colaboração com a Filho Único.

A artista belga de origem caribenha, radicada em Londres, Nala Sinephro, que se tem destacado no campo do jazz experimental, atuará no Anfiteatro ao Ar Livre pela primeira vez em Portugal. Já os DJs Nídia e Tim Reaper vão animar o Engawa com as suas propostas musicais alternativas.

A dupla Ryoko Sekiguchi & Samon Takahashi atua no âmbito da Temporada Japonesa, apresentando “Ecoando”, uma performance inédita que cruza música e poesia para criar um espaço poético visual e sonoro únicos. Takahashi também apresentará seu DJ Set criado para o Engawa.

Outro momento musical será protagonizado por Éliane Radigue, pioneira da música eletrónica, que dará a ouvir uma série de concertos-performance na Nave do CAM, em diálogo com a instalação escultórica de Leonor Antunes.

A artista multidisciplinar brasileira Jota Mombaça será outro nome em destaque na festa de abertura do CAM, protagonizando uma performance especialmente criada para a ocasião – “Sempre viva cobra d’água” –que cruza a escultura, a arte pública e a performance ambiental.

Ao longo do fim de semana, vão realizar-se conversas, Engawa Talks, com alguns dos protagonistas do novo CAM. A primeira conversa envolverá o arquiteto Kengo Kuma e Benjamin Weil, diretor do CAM, com moderação da jornalista Bárbara Reis. A segunda será em torno da exposição de Fernando Lemos, com a participação de Ryuta Imafuku, da Universidade de Tóquio, Alexandra Curvelo, da Universidade Nova, e das curadoras Rosely Nagakawa e Leonor Nazaré.

Após a reabertura, todas as exposições terão entrada gratuita até o dia 7 de outubro.

EXPOSIÇÕES
Leonor Antunes é a artista em destaque, apresentando uma impressionante instalação escultórica intitulada “da desigualdade constante dos dias de leonor (21 setembro 2024—17 fevereiro 2025)”, que ocupa todo o espaço da Nave e que é apresentada em diálogo com um conjunto de obras da coleção do CAM, escolhidas pela artista. A exposição “Linha de Maré” inaugura a nova Galeria da Coleção, exibindo um importante conjunto de obras que questiona a relação do ser humano com o mundo natural, desde o final do século XIX até os dias de hoje. O Espaço Engawa—que o novo projeto arquitetónico transformou num lugar com luz natural que entra pelas novas janelas sobre o jardim—vai acolher “O Calígrafo Ocidental (21 setembro—20 janeiro 2025)”, uma mostra que revela a relação do artista Fernando Lemos com o Japão.

Serão ainda apresentadas várias exposições enquadradas na Temporada de Arte Contemporânea Japonesa, iniciativa lançada no ano passado para celebrar os 40 anos do CAM e o novo edifício, que foi buscar o título “Engawa” ao projeto de Kengo Kuma.

Go Watanabe apresenta uma obra site-specific, “M5A5 (21 setembro—04 novembro 2024)”, e Chikako Yamashiro terá, a partir de novembro, a exposição “Song of the Land (29 novembro—13 janeiro 2025)”. Yasuhiro Morinaga inaugura a nova Sala de Som, com a instalação inédita “The Voice of Inconstant Savage (21 setembro—13 janeiro 2025)”, uma encomenda do CAM ao artista.

No átrio do CAM, estará instalada uma sala de vídeo itinerante, a H BOX, concebida pelo artista luso-francês Didier Faustino, onde o público terá acesso a um conjunto de vídeos de artistas internacionais, tais como “Rosa Barba” e “Cao Fei”, entre outros.

Toda a informação sobre o novo CAM, pode ser consultada aqui.

H BOX Foto: Pedro Pina