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O Exótico Adolphe Sax, Inventor do Saxofone

O Exótico Adolphe Sax, Inventor do Saxofone

Redacção

O inventor do Saxofone tem uma história de vida protagonizada por altos e baixos. Com apenas 15 anos, Adolphe projectou duas flautas e um clarinete com designs exclusivos para uma competição, mas nunca chegou a aproveitar o sucesso do seu trabalho.

Vamos explorar um pouco da vida de Adolphe Sax, uma figura importante e decisiva para a evolução da música. As suas contribuições encaixam-se no campo dos instrumentos de sopro, com a invenção da Saxtuba, Saxotrompa e Saxofone. Como devem ter percebido, todos os instrumentos começam com o seu apelido, “Sax”. Egocêntrico? Talvez. Mas a criatividade e a genialidade justificam os nomes com pouca originalidade.

De acordo com a sua mãe, Adolphe Sax era uma «criança destinada ao azar», e os vizinhos apelidaram-no de «fantasma». Durante a sua vida juvenil, Adolphe caiu de uma altura de três andares e bateu com a cabeça numa pedra; foi atingido por uma pedra que estava a cair; bebeu ácido sulfúrico; quase morreu sufocado no quarto quando recebeu nova mobília carregada de verniz; queimou-se numa explosão de pólvora; queimou-se com um ferro quente; e quase morreu afogado num rio.

Felizmente, a vida de Adolphe Sax tornou-se menos radical e azarada com o passar dos anos e quando começou a inventar instrumentos, destacou-se no negócio como ninguém. Os seus pais também projectavam e construíam instrumentos, sendo famosos por melhorias significativas no design da Trompa.

O pequeno Adolphe seguiu rapidamente as pegadas dos pais – construiu duas flautas e um clarinete para uma competição, com designs pensados e projectados por si, com apenas 15 anos. Com 24 anos, patenteou um clarinete-baixo melhorado. Dois anos depois, inventou uma corneta com válvulas que ficaria conhecida como a Saxotrompa.

No entanto, a história de Adolphe Sax não tem um final feliz. O criador de instrumentos não viveu tempo suficiente para ver o seu saxofone assumir uma presença carismática e indispensável em vários géneros, desde o bebop até ao yacth rock. Depois do saxofone ter sido inventado em 1840, as bandas militares rapidamente começaram a utilizá-lo para tocar segmentos de notas complicados – com a facilidade de um clarinete e a potência de som de um trompete. Mas o instrumento não estava a ser aceite pelos compositores e condutores de orquestras, nem pelos fabricantes de instrumentos rivais, que chegaram mesmo a processar Sax por infracção à patente e tentaram constantemente deslegitimar as suas patentes. As batalhas legais arrastaram-se durante 20 anos, obrigando Adolphe a assumir falência por três vezes.

De acordo com os registos, faleceu pobre, sem nunca imaginar que a sua invenção iria criar obras musicais fantásticas, como “Baker Street”, para não falar nos solos de saxofone na discografia de Tina Turner, que preferiu Tim Capello em vez de recorrer à fórmula batida da guitarra eléctrica. E claro, é um dos instrumentos reis da história do Jazz.

A casa de Adolphe Sax, em Dinant, Bélgica, foi transformada num museu chamado “Mr Sax’s House”. O museu inclui uma colecção dos seus instrumentos e está aberto ao público.

O texto apresentado é uma adaptação da publicação original em aux.avclub.com. Já agora, se esta história vos apaixonou pelo Saxofone, em Lisboa podem encontrar um na D. Caeiro, uma loja especializada em instrumentos de sopro e com uma excelente reputação na manutenção e restauro destas peças.


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