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“O Som Liberta”, um ciclo sonoro nas Carpintarias de São Lázaro entre 12 de Abril e 4 de Maio

“O Som Liberta”, um ciclo sonoro nas Carpintarias de São Lázaro entre 12 de Abril e 4 de Maio

Comunicado de Imprensa

Confere toda a programação do evento “O Som Liberta” que se irá realizar em Lisboa.

“O Som Liberta” é um programa da Sonora para as Carpintarias de São Lázaro, que inclui a exposição “Para lá da Escuta”, do artista português Gil Delindro – a sua primeira exposição individual em Lisboa – e duas noites “O Som Liberta”, com concertos e dj’s.

A 13 de Abril e até 4 de Maio, nas Carpintarias de São Lázaro, vais poder experienciar e visitar: Exposição+Concerto+DJ Set.

“Para lá da Escuta”, é uma exposição que transcende a esfera convencional da arte sonora, desafiando os limites da perceção auditiva e visual. Gil Delindro convida-nos a explorar a essência vibratória do som e a sua materialização no espaço físico. Ao transformar a energia acústica em matéria escultórica, propõe uma experiência multissensorial, que transcende o auditivo para alcançar o corpóreo, o tátil e o visual. Na sua prática artística, Gil permanece durante longos períodos em comunidades isoladas e paisagens extremas, como o deserto do Sahara, o glaciar do Rhone, ou floresta Amazónica, entre outras, para investigar as respostas sonoras efémeras que se ocultam sob as superfícies da Natureza e que revelam as camadas inaudíveis da sua essência acústica.

Gil acredita que o ecossistema é interdependente e não pode ser fragmentado ou compreendido separadamente, mas apenas como um todo. As suas instalações são concebidas como entidades vivas, influenciadas pelo tempo, erosão, acústica e condições atmosféricas, e operam na aleatoriedade, no choque e na reação, refletindo a transformação contínua e a imprevisibilidade da Natureza.

Nascido com alta miopia, Delindro foi levado a explorar fenómenos sonoros escondidos, aprendendo sobre o mundo ao seu redor através do som, do toque e da proximidade. Essa sensibilidade levou-o a experimentar com camadas físicas mais discretas, desafiando preconceitos imutáveis sobre a natureza, como em “Fictional Forests” (2020), instalação sonora eletroacústica feita de ramos de centeio em rotação, que foi apresentada no Lisboa Soa em 2020. Sem procurar impor uma mensagem política direta, o artista aborda ecologia, bioacústica e educação social ao questionar de que formas pode a perceção humana da “Natureza” ser desafiada.

A 13 de Abril está marcada “O SOM LIBERTA – NOITE SONORA I”. Noite de entrega à escuta mais visceral e física. “O Som Liberta” evoca a capacidade transcendental do som e a sua influência nas sensações, emoções e até nas barreiras físicas e metafísicas. Falamos de um programa que pensa o som não apenas como uma forma de expressão artística, mas como um meio de libertação pessoal e coletivo, ou como um enorme campo de exploração que abrange desde a experiência individual de escuta até ao impacto social e cultural do som e o seu potencial de unir, inspirar ação coletiva e até catalisar transformações sociais. Às 21h30 concerto com Thomas Ankersmit que toca uma espécie de música concreta, mas feita inteiramente de sinais elétricos analógicos. Onde a eletricidade às vezes é “ela mesma” e às vezes é transformada num som quase orgânico e real. Uma música que está sintonizada – literalmente – com as ressonâncias do espaço de performance, que pode ser reconfigurado e ajustado dependendo da configuração. Ankersmit executa a música inteiramente no Serge Modular, o sintetizador analógico que comemora o seu 50º aniversário este ano e ao qual se dedica há mais de 15 anos: uma música que insiste em construir um mundo inteiro a partir de uma selva de patch cords. A sua música é deliberadamente sintonizada com as frequências ressonantes do espaço de atuação e interage com reflexões e ressonâncias sonoras. Ankersmit evita deliberadamente reverberação eletrónica e efeitos de atraso, para que os sons possam ser transformados pela reverberação acústica real do espaço. Entre as 22h30 e as 01h00, as Desterronics são sessões abertas de improvisação electrónica livre que têm um número indefinido de participantes e uma panóplia de instrumentos em constante mudança.

No dia 04 de Maio podes participar na “O SOM LIBERTA – NOITE SONORA II”. Às 21h30 está marcado um concerto com Gil Delindro, seguindo-se Beam Splitter, um duo para voz amplificada, trombone e eletrónica analógica que une as vozes individuais de Audrey Chen e Henrik Munkeby Nørstebø numa linguagem distinta, que vai além das fronteiras dos elementos corporais da voz não processada de Audrey e o trombone de Henrik, ao mesmo tempo que utiliza eletrónica analógica para compensar esse jogo físico. Um diálogo altamente amplificado, tão íntimo quanto cru. O último álbum da dupla, “SPLIT JAW”, foi lançado pela Tripticks Tapes de Nat Baldwin em 2023. Um pequeno formato que reúne o universo inteiro da sua pulverização, respiração e falha em quarenta e cinco minutos de fita magnética.
A finalizar a noite Djset de Violet, uma exploração da fisicalidade do som e do seu potencial unificador através do uso de baixas frequências e processadores de efeitos num contexto de música electrónica virada para a dança comunal. Em formato DJ Set, conta-se e reimagina-se um devir revolucionário: a história da música de dança – do dub ao drum n bass, da quietude do ambient ao techno mais irrequieto – enquanto precursora de progresso social.

A Exposição “Para Lá da Escuta” está patente de 12 de Abril a 4 de Maio, de 5ªFeira a Domingo, das 12H às 18H, bilheteira local nas Carpintarias de São Lázaro, com acesso de 3€. Dia 20 de Abril estará encerrada ao público. Nos dias 13 de Abril e 4 de Maio, mediante compra de bilhete exclusivamente on-line, para as Noites Sonoras, o público poderá aceder à exposição a partir das 19H30.

PROGRAMAÇÃO
12.04 | 19h00 Vernissage “Para lá da Escuta”
13.04 – 04.05 Exposição “Para lá da Escuta” de Gil Delindro (PT)
13.04 | 21h00 – 01h00 O Som Liberta – Noite SONORA 1
04.05 | Finissage “Para lá da Escuta”
04.05 |21h00 – 01h00   O Som Liberta – Noite SONORA 2