Orquestra Jazz de Matosinhos Disponibiliza Online Todo o Catálogo da TOAP, Editora de André Fernandes
A Orquestra Jazz de Matosinhos, através do CARA, disponibilizou online todo o catálogo da TOAP, editora criada em 2001 por André Fernandes, e que ao longo de 14 anos lançou cerca de 70 discos.
Um legado que conquistou o estatuto de documento histórico no percurso do jazz português do século XXI e que está, agora, disponível em streaming gratuitamente através do website www.toap.pt.
«Desde sempre achámos que seria importante a Orquestra Jazz de Matosinhos ter uma voz editorial. Naquela altura, em 2010, pareceu-me mais interessante associarmo-nos a uma editora já existente do que criar uma de raiz. A TOAP era a editora com que nos identificávamos por isso sugerimos ao André Fernandes uma associação à OJM, continuando assim como TOAP/OJM. Volvidos estes anos, e olhando para este espólio notável que retrata uma fase importantíssima da evolução do Jazz em Portugal, tínhamos de torná-la acessível. Com a criação da nossa editora, CARA, e a voz editorial resgatada, quisemos dar corpo à ideia do André Fernandes e tornar público o trabalho da TOAP, editando através do selo CARA todo esse trabalho num formato inusitado: um website“, explica Pedro Guedes, diretor da OJM.
Criada em 2001 pelo guitarrista e compositor André Fernandes, quando o Jazz em Portugal começou a ganhar dimensão, dinamismo, autonomia e o primeiro curso superior dava os primeiros passos na cidade do Porto, a Tone of a Pitch (TOAP) viria a ser uma das mais importantes editoras discográficas independentes do jazz nacional e internacional. Juntamente com o contrabaixista Nelson Cascais e Alexandre Fernandes, responsável pela parte gráfica, a TOAP deu-se a conhecer com “O Osso” e “Ciclope”, de André Fernandes e Nelson Cascais, respectivamente. Até à sua extinção, em 2014, e com a distância devida que os dias de hoje proporcionam, o catálogo completo da TOAP assume o estatuto de documento histórico no percurso do jazz português do século XXI.
Al Di Meola está de regresso aos álbuns de estúdio com “Twentyfour”
"Fandango" é a primeira amostra do novo trabalho de Al Di Meola e apresenta, ao longo de sete minutos, a sua já característica fusão de jazz com flamenco.
No extenso espólio compilado ao longo de 14 anos perfilam os novos e emergentes valores do jazz nacional. As experiências, trocas musicais e amizades com os músicos nova-iorquinos, aliadas a um nível de musicalidade e estética bastante equilibrados, levaram a que músicos como Ben Monder, Dan Weiss, Matt Pavolka, Akiko Pavolka, David Binney, Matt Renzi, Jacob Sacks e Bill McHenry, entre outros, figurassem em algumas das edições da TOAP. Mas também os pianistas portugueses Mário Laginha, Bernardo Sassetti e João Paulo Esteves da Silva, e o saxofonista Jorge Reis.
Em 2010, a TOAP une os seus esforços à Orquestra Jazz de Matosinhos passando a chamar-se de TOAP/OJM. Até 2014, ano da sua extinção, são editados vários discos dos quais podemos destacar “Devil’s Dress”, a estreia de Susana Santos Silva; “Bela Senão Sem”, de João Paulo Esteves da Silva com a Orquestra Jazz de Matosinhos; e “Motor”, de André Fernandes.
A lista de músicos e discos lapidares do Jazz nacional do século XXI, no catálogo TOAP, não é infinita mas é extensa. Assim, nada como ter de volta este acervo, agora disponível em formato digital, para ter uma noção real e absoluta do seu importante “todo”.
Recorde-se que o catálogo da TOAP é a quarta edição do CARA que se estreou em 2020 com “Jazz in the space age”, onde a OJM interpreta George Russell; seguindo-se a reedição de “Bela Senão Sem” de João Paulo Esteves da Silva com a OJM; e, no início de 2022, “After Midnight” da OJM com Rebecca Martin e Larry Grenadier.