R.I.P Shigeichi Negishi
Shigeichi Negishi, o inventor do karaoke, faleceu aos 100 anos.
Shigeichi Negishi, o criador da primeira máquina de karaoke, faleceu aos 100 anos. A notícia foi avançada pelo Wall Street Journal após a confirmação dada pela filha de Negishi, Atsumi Takano.
Negishi desenvolveu a primeira máquina de karaoke, intitulada Sparko Box, em 1967 quando trabalhava para uma empresa de electrónica. Após ter sido apanhado a cantar no seu escritório com alguma desafinação, Negishi apercebeu-se que a sua voz poderia passar algo despercebida com o auxilio de uma backing track. Desta forma, Shigeichi juntou um altifalante, um leitor de fitas magnéticas e um microfone e levou o seu protótipo de teste para a sua esposa e filhos. A primeira apresentação de karaoke naquela noite foi com uma versão instrumental de ‘Mujo no Yume’ de Yoshio Kodama.
Além de ter criado a primeira versão do karaoke, Negishi foi também o responsável por cunhar o termo, que resulta numa contração das palavras japonesas para “vazio” e “orquestra”. O seu distribuidor é que nunca gostou do nome, pois sentia que se assemelhava muito à palavra “kanoke”, que significa caixão.
Ainda assim, a Sparko Box acabaria por entrar numa produção em massa, com a sua promoção a ser feita de forma ambulante em bares e restaurantes. Só nos primeiros oito anos foram despachados 8000 Sparko Boxes. Porém, não demorou muito até que Negishi começasse a ter concorrência, como aconteceu nos anos 70 com a 8 Juke de Daisuke Inoue.
Shigeichi Negishi é reconhecido pela All-Japan Karaoke Industrialist Association como o pioneiro do karoke, no entanto nunca chegou a patentear a sua invenção, «algo que nunca o preocupou», revela o seu biógrafo Matt Alt. «Ele sentiu muito orgulho ao ver a sua ideia evoluir para uma cultura de diversão através da música em todo o mundo. Para ele, passar cem anos cercado pela sua família foi uma recompensa suficiente.»
Farewell to another legend: Shigeichi Negishi, inventor of karaoke, has died age 100. By automating the sing-along, he earned the enmity of performers who saw his machine as a threat to their jobs. It's an eerie precursor of the debate surrounding AI's impact on artists today. pic.twitter.com/ZOpLdSisb2
— Matt Alt (@Matt_Alt) March 14, 2024