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Salvem o STOP! O que dizem os músicos

Salvem o STOP! O que dizem os músicos

Redacção

O centro comercial Stop, a “casa” de centenas de músicos no Porto foi encerrado sem aviso prévio. Centenas de músicos ficaram sem acesso aos seus pertences e instrumentos musicais. Iniciativas de protesto contra a Câmara Municipal do Porto estão ser organizadas.

O centro comercial Stop funciona como espaço cultural há mais de 20 anos e diversas salas são usadas por músicos como salas de ensaio ou estúdios.

Em Julho de 2023 mandaram calar o STOP! Sabia-se das dificuldades. Sabia-se a posição da Câmara Municipal do Porto. Sabia-se que valores mais altos do imobiliário se levantavam. Só não se sabia que o fim, seria um fim cobarde, sem ajudas, com poucas soluções. A verdade é que para grandes eventos do peixe graúdo os apoios aparecem. A verdade é que várias entidades camarárias adoram dizer que apoiam a cultura, mas também é verdade que na hora de apoiar associações musicais e centenas de músicos, os cofres fecham-se.

A história já é conhecida, há vários anos que o Centro Comercial Stop corria o risco de fechar, devido às más condições do edifício e falta de licenciamento. Para não nos alongarmos mais sobre esta questão podem consultar o artigo escrito pela LOUD!, aqui. Nos últimos anos toda a comunidade musical que ocupava ou ocupou o espaço foi conseguindo manter, mesmo sem as condições necessárias, a “verdadeira Casa da Música” do Porto a funcionar, até ao dia 18 de Julho de 2023.

105 lojas das 126 lojas do Centro Comercial Stop, localizado na Rua do Heroísmo foram seladas pela Polícia Municipal por estas não terem licença de utilização para funcionar, explicou a Câmara Municipal. A câmara esclarece que: «as 21 lojas que possuem as devidas licenças de utilização poderão continuar a funcionar normalmente, não se tratando este de um processo de encerramento do Centro Comercial.»

Ferreira da Silva, o administrador do CC Stop disse à comunicação social que foi apanhado de surpresa com este encerramento, não tendo recebido nenhuma notificação da ação da Polícia Municipal: «Acabou agora recentemente o prazo para executar as obras. Não foram feitas e a fiscalização da Câmara, sem me notificar – também não tem que me notificar, numa penhora ou execução não se notifica a pessoa de que vai ser feita – veio hoje fechar, e eu completamente [apanhado] de surpresa.» Segundo a administração, a Câmara do Porto sabia que não havia verbas disponíveis, cerca de seis milhões de euros, para executar o projecto de reabilitação e licenciamento exigido pelas entidades camarárias. Sem apoios seria difícil manter o STOP.

Os músicos que tiverem a sua sala encerrada têm de fazer um requerimento formal à Câmara do Porto para poder ter acesso ao espaço e recolherem o seu material.

Culpa dos senhorios? Culpa da Câmara? Neste momento e acima de tudo o que é preciso é dar resposta a mais de 500 músicos que foram afectados e ficaram sem “casa”.

Aqui o que está em causa é o assassinato da cultura mais underground do Porto e do país. Em baixo, agregamos vários testemunhos e formas de protesto, damos voz aos músicos.

 

 

 


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