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Sintonia fina: música e desporto, uma relação harmoniosa

Sintonia fina: música e desporto, uma relação harmoniosa

Redacção

A música e o desporto pertencem a esferas distintas, no entanto, ambos partilham uma ligação profunda capaz de transcender qualquer barreira.

A música, com a sua capacidade de despertar os mais diversos sentimentos e contar histórias, encontra eco no coração dos amantes do desporto, proporcionando bandas sonoras que embalam os estádios, e letras que fazem os adeptos reviverem momentos únicos.

Posto isto, engana-se quem pensa que a música só tem efeito no futebol e nos estádios, o ritmo está presente em todas as modalidades. Claro que se adapta ao estilo do desporto e às necessidades dos atletas e dos fãs. Seja no basquetebol, no ténis ou, até mesmo, no poker, a banda sonora faz a diferença.

No entanto, a relação entre a música e o desporto vai mais além. Existem diversas canções criadas para enaltecer as modalidades desportivas e que têm no seu ritmo e letra inspirações profundas do jogo.

Futebol: canções que embalam os adeptos
O desporto mais popular do planeta não poderia ficar sem ganhar diversas homenagens musicais. A paixão pelo jogo une nações e supera fronteiras. Uma série de clássicos foram inspirados pela magia do futebol.

  • É uma Partida de Futebol – Skank: a banda brasileira criou um verdadeiro hino do futebol. Lançada em 1996, a música é uma ode ao desporto-rei, cada verso retrata uma posição, as suas principais características e narra uma partida de futebol. Clássico absoluto.
  • Fio Maravilha – Jorge Ben Jor: a relação do cantor com o futebol é parte do seu trabalho, adepto do Flamengo, Jorge compôs um dos seus clássicos em homenagem a um avançado que defendeu o clube nos anos 70. O amor pela camisola, a dedicação e a superação de Fio Maravilha encantaram os adeptos e, na voz de Jorge Ben Jor, o jogador foi eternizado.
  • Waka Waka (This Time for Africa) – Shakira: a melhor música criada para um Campeonato do Mundo, a canção da cantora colombiana foi ouvida em todos as partes e conseguiu colocar em palavras e ritmo toda a paixão da África pelo futebol e como o continente vivia a expectativa de receber o seu primeiro mundial.

 

Basquetebol: não é só a bola que salta
A modalidade está fortemente associada ao rap e ao hip hop, especialmente nos Estados Unidos, país que conta com a melhor liga do mundo e, consequentemente, com os melhores jogadores. Nos beats rápidos e nos flows rápidos, os atletas encontram inspiração para brilhar nas quadras.

  • Forever – Eminem, Drake, Lil Wayne, Kanye West: quatro estrelas do rap/hip hop reuniam-se para criar o single que foi a banda sonora do documentário que conta a vida de LeBron James, para alguns o maior jogador de todos os tempos. A batida é rápida e as rimas exaltam o Rei, alcunha de James, e o título, Forever (Para Sempre, em português) reflete a longevidade do jogador, que está na sua 21ª temporada na NBA e continua a brilhar.
  • Mo Bamba – Sheck Wes: o jogador e o rapper são amigos e partilham o amor pelo basquetebol. No colégio, Sheck pode escolher entre tentar tornar-se um basquetebolista profissional, no entanto, optou pelo meio musical. A canção em homenagem ao amigo fez muito sucesso, infelizmente, muito mais sucesso do que Mo Bamba, que ainda não conseguiu mostrar o seu talento na NBA.
  • Sirius – The Alan Parsons Project: a música em si não tem nenhuma inspiração no basquetebol. Mas foi o tema para a apresentação da equipa do Chigaco Bulls durante a dinastia de Michael Jordan. Os acordes e o ritmo fazem qualquer fã de basquetebol ouvir a claque a vibrar e o trio Jordan, Pippen e Rodman a entrar em campo.

 

Poker: as notas das estratégias e os acordes da concentração
Muita gente ainda não sabe, mas o poker tornou-se oficialmente um desporto da mente. Em 2010, a IMSA (International Mind Sports Association), organização responsável pelas modalidades mentais, concluiu que para conseguir vencer nas mesas é preciso contar com uma série de habilidades intelectuais e não com a sorte. Apesar de ser um jogo silencioso, muitos jogadores estão com headphones no ouvido, a ouvir músicas que os ajudam a manter a atenção a cada detalhe.

  • The Gambler – Kenny Rogers: um hino ao jogo, esta canção é também um dos maiores sucessos da música country dos Estados Unidos. A letra conta o diálogo do cantor com um jogador num comboio; durante a conversa, o especialista fala sobre a importância de conhecer as mãos de poker, o momento certo de aguentar e quando desistir, além do poder de ler o rosto das pessoas.
  • Poker Face – Lady Gaga: um dos grandes nomes do pop contemporâneo, Lady Gaga, traz nesta canção um dos aspetos-chave do jogo: uma expressão impassível, seja com uma boa mão ou não. A canção está cheia de referências ao poker, os naipes, e ao modo mais jogado, o Texas Hold’em.
  • Deal – Grateful Dead: esta canção não se limita apenas ao poker, contudo, ao citar elementos do jogo, cria uma atmosfera de emoção e imprevisibilidade muito características das mesas de poker. Assim como The Gambler, a letra desta música traz um jogador a partilhar os seus pensamentos mais profundos sobre o jogo numa metáfora sobre a vida.

 

Com efeito, a relação entre a música e o desporto é, então, profunda. Além de embalar os jogadores antes das partidas, animar os adeptos nos estádios, o mundo musical também bebe da fonte desportiva para criar grandes clássicos. É esta harmonia entre o som e o movimento que torna esta interação tão rica e produtiva.