Sónar Lisboa: Cumpriu-se a romaria das tribos electrónicas ao Parque Eduardo VII
Sónar Lisboa fecha com êxito a sua terceira edição e afirma-se na cidade como o encontro anual para amantes de música electrónica.
O Sónar inaugura com êxito a sua tour internacional de 2024, que continuará em abril na cidade de Istambul e culminará em junho em Barcelona.
Entre sexta-feira, 22 de março, e domingo, 24 de março, o Sónar Lisboa 2024 apresentou 54 atuações musicais no Pavilhão Carlos Lopes, com artistas de 16 países a mostrar o melhor de Lisboa ao mundo e a trazer novas tendências musicais de todo o mundo para Lisboa. Este ano, o Sónar Lisboa recebeu 19.500 festivaleiros de mais de 50 países, incluindo Portugal, Espanha, Reino Unido, França, Itália e Alemanha. Um êxito que, ao longo de 3 dias, converteu Lisboa na capital mundial da música electrónica.
Ao longo do fim de semana, os festivaleiros foram presenteados com atuações e sets de vários artistas programados para o Sónar 2024 em Barcelona este junho: o mestre do techno melódico Paul Kalkbrenner com o seu espetáculo AV ao vivo; a ídola do eletro-chanson Sevdaliza com algumas experiências baseadas em IA; a poética pós-techno de Marie Davidson; mashups de hyperpop-trap de TOMMY CASH perfeitos para a linha da frente; música rave da próxima geração com DJ Gigola e, por último, mas não menos importante, um treino de US e UK garage capaz de incendiar qualquer festa, com Eliza Rose.
A iraniana Sevdaliza foi um dos grandes nomes a passar pelo festival e não desiludiu. O sensualismo de Sevda combinou com uma voz hipnotizante com movimentos de dança robóticos. Os instrumentais soaram com uma impenetrável parede de graves e até melodias contemplativas numa apresentação em que a artista não perdia o tom durante movimentos coreográficos artísticos e elaborados. Com Björk na cidade, a islandesa não falhou em dar o seu apoio a Sevdaliza, marcando presença no Pavilhão Carlos Lopes. Ainda houve uma esperançazinha de Björk subir a palco e cantar “All Pain Full Of Heal”. No alinhamento ouviu-se “Oh my god”, “Ride or die” ou a malha com Grimes, “Nothing lasts forever”. A iraniana estreou ainda a nova “On My Own” e outra canção que tem a participação de Pablo Vittar.
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Outro dos grandes destaques do festival foi o concerto explosivo de Tommy Cash. Provocou e entreteve em igual medida, com os seus mashups transgressivos de trap e hyperpop. Ver um espectáculo de Tommy Cash e ficar indiferente ou parado é quase impossível, basta pensar em temas como “X-Ray”. Sentámo-nos no seu “Ferrari” e deixámo-nos ir nesta vertiginosa viagem.
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O Sónar Lisboa revelou ao mundo o melhor da cena local, reunindo artistas que definem o som contemporâneo da capital portuguesa. Branko, fundador dos Buraka Som Sistema e cabeça da editora Enchufada, estreou o seu novo álbum ao vivo. Noutros recantos do festival, a batida de Vanyfox, a house music clássica de Yen Sung b2b Photonz, as paisagens sonoras de quarto mundo de XEXA e o live set de breakbeat, rave e jungle de DJ Lynce coexistiram com o techno psicodélico de RUUAR, a percussão de Magupi’n’liquid bass e os poderosos vocais de iolanda, vencedora do Festival da Canção deste ano.
Este ano, mais uma vez, o espetacular espaço da Estufa Fria foi intervencionado com a instalação “LIMBIC LANDMARKS”, do coletivo de arte multidisciplinar lisboeta ZABRA. Aberta ao público durante os três dias do festival, evoca não apenas a geografia física, mas também os marcos emocionais que moldam a nossa compreensão do mundo. Também teve lugar durante este fim de semana na Estufa Fria a Future Days, uma série de conferências, workshops e palestras sobre o futuro da vida urbana.
O Sónar regressará a Lisboa em 2025 para celebrar a sua 4ª edição. A pré-inscrição para a venda antecipada de bilhetes está já disponível.