The Hard Quartet marcam data dupla em Portugal
O supergrupo de indie rock composto por Stephen Malkmus, Matt Sweeney, Emmett Kelly e Jim White actua em junho em Lisboa e no Porto.
The Hard Quartet… é uma banda. Mas o que é uma banda? Uma banda, talvez, possa ser pensada como um corpo, um corpus, no qual formas de vida fisicamente discretas compõem uma quimera que grita a uma só voz. Nesta banda em particular, que é uma de milhões no mundo atual, quatro músicos fundem-se altruisticamente, tornam-se musicais e emitem rock’n’roll que é familiar, mas novo, quente, mas gelado, melódico, mas tipo esfinge nos seus enigmas sedutores e subtis… essencialmente, The Hard Quartet nivelou, cultivou e criou uma estepe exuberante e inteiramente nova no ecossistema da agricultura guitarra-baixo-bateria-voz.
Mas agora devemos apresentar os homens The Hard Quartet porque, depois disso, e já que já todos percebem desta m*rda, estarão a dizer algo como: “Ele? Também ele? E, oh meu Deus, ele? Espera, não só eles, mas também ele?” e tu esperas, com razão, um álbum que músicos e leigos possam catalogar/descrever como sendo “histórico”. Então, vejam bem: vamos fazer isso alfabeticamente de acordo com o sobrenome, que é o método mais democrático.
Senhores e senhoras, The Hard Quartet é: Emmett Kelly, um letrista, guitarrista e vocalista, mais conhecido pelo seu trabalho com The Cairo Gang e The Double, bem como a acompanhar artistas como Bonnie “Prince” Billy, Ty Segall, Rob Mazurek, e muitos outros; Stephen Malkmus, um letrista, guitarrista e vocalista, mais conhecido pelo seu trabalho com Pavement, the Jicks, Silver Jews, Straw Dogs, e em nome próprio; Matt Sweeney, um letrista, guitarrista e vocalista, mais conhecido pelo seu trabalho com Chavez, Superwolf, Superwolves, bem como a acompanhar uma panóplia de artistas deste Guided by Voices e Cat Power a Johnny Cash e Neil Diamond; Jim White, um baterista e letrista, mais conhecido pelo seu trabalho com Dirty Three, Xylouris White, em nome próprio, e com resistentes como Guy Picciotto, Cat Power, Bill Callahan e Venom P. Stinger.
E aqui estão, agora, hoje, a começar uma banda – uma banda a que deram o nome de The Hard Quartet, pelo amor de Cristo – que é uma amálgama à prova de bala e sem esforço das suas expressões completamente distintas e que partiram o molde por completo.
Talvez, nas ruas e nos fóruns de mensagens, tenham ouvido rumores e murmúrios sobre a morte do rock. Talvez já tenham lido um ensaio crítico sobre isso numa revista académica. Nós imploramos que rejeitem esta teoria maluca propagandeada por descrentes e filisteus que nunca ouviram uma única vez na sua vida Danny & the Juniors. The Hard Quartet, através da sua própria existência e da sua dedicação a músicas, hinos, cânticos e “rave-ups” eletrificados é a prova matemática e empírica de que os seres humanos que batem nas cordas e nas peles e que abrem a boca para entoar mensagens melodiosas e míticas vieram para ficar. Tal nunca irá desaparecer, vamos gostar disto até ao fim.
O que se segue é uma seleção de meditações, aforismos e slogans dos membros da banda. Talvez seja melhor dobrar tudo isto e guardar no bolso para consulta fácil em alturas de desorientação. Pensemos nisto como uma espécie de meditações para os futuros fiéis, um “presente” para o audiófilo, uma espreitadela através da mente teimosa para os sons e batidas rosa do “cérebro” pulsante partilhado por Emmett, Stephen, Matt e Jim – também conhecidos, a partir de hoje e até sempre, como The Hard Quartet.
The Hard Quartet atuam a 02 de junho de 2025 no Hard Club (Porto) e a 3 de junho no Capitólio (Lisboa), pelas 21h00. Os bilhetes ficam disponíveis a partir de 6 de dezembro em houseoffun.pt, ticketline.pt e locais habituais.