Quantcast
The Rolling Stones partilham mini-documentário sobre o seu icónico estúdio móvel

The Rolling Stones partilham mini-documentário sobre o seu icónico estúdio móvel

Rodrigo Baptista

O Rolling Stones Mobile Studio, construído na traseira de uma carrinha, não só produziu alguns dos melhores álbuns da banda, como também também foi usado para gravar alguns dos álbuns mais icónicos da década de 1970 de outras bandas lendárias como Fleetwood Mac, Deep Purple , Led Zeppelin e Black Sabbath.

Os The Rolling Stones partilharam no seu canal oficial de Youtube um mini-documentário onde é contada a história do mítico Rolling Stones Mobile Studio, o estúdio móvel desenvolvido pela banda.

O conceito para este estúdio surgiu em 1968 quando a banda decidiu que precisava de um novo ambiente para gravar. Por esta altura os Stones sentiam-se frustrados com os horários impostos pelos estúdios convencionais, isto porque muitos destes espaços tinham uma hora de fecho e muitas das vezes os Stones tinham as suas melhores ideias fora de horas. Desta forma o grupo decidiu usar a nova casa de campo de Mick Jagger em Stargroves, Inglaterra para gravar, mas, visto que todo o equipamento tinha de ser levado para dentro de casa, o pianista Ian Stewart sugeriu que montassem um estúdio na traseira de uma carrinha. Sob a orientação de Stewart, vários engenheiros e produtores foram consultados na criação do projeto, que foi liderado pela empresa Helios Electronics de Dick Swettenham, empresa conhecida pelas suas mesas de mistura para os estúdios mais exclusivos da época. A empresa produziu, então, a primeira versão do “The Rolling Stones Mobile Studio” que, originalmente, se destinava apenas ao uso da banda, mas que rapidamente ganhou popularidade entre outras bandas de rock, como The Who, The Faces e Led Zeppelin.

Originalmente, a carrinha suportava um máximo de 20 inputs e tinha um sistema de gravação de oito pistas. À medida que os estúdios começaram a ser usados para gravações ao vivo, este número rapidamente provou ser insuficiente e foi melhorado, tendo a possibilidade de gravar 16 pistas . Keith Richards escreveu na sua autobiografia “Life”, acerca da carrinha: «Era a única unidade de gravação móvel independente existente. Não nos apercebemos que quando o montamos era algo raro – rapidamente começámos a aluga-lo para a BBC e ITV. Foi mais uma daquelas coisas lindas, graciosas e fortuitas que aconteceram com os Stones.»

Durante a tour de 1973 dos The Rolling Stones, Mick McKenna e Ian Stewart fizeram uma renovação ao estúdio, com o sistema de 16 pistas a passar para 24 e os 20 inputs a receberam mais 12, ficando com um total de 32. Foi também ainda feito um trabalho de melhoramento da acústica da carrinha. Ainda na década de 80, o padrão de trabalho mudou para produtos mais orientados à transmissão para grandes clientes do Reino Unido, como a BBC. Isto levou à inclusão de um computador sincronizado em 1982, computador esse que permitiu que as fitas de áudio e vídeo fossem sincronizadas num tempo perfeito, o que permitia aos estúdios gravar uma performance e fornecer áudio pronto para ser transmitido. A carrinha manteve-se em atividade até Abril de 1993, data em que deixou de circular.

Em 1996, o estúdio, ainda na sua forma original, foram vendidos em leilão na Bonham’s e levados para os EUA pelos Loho Studios, de Nova Iorque. Depois de algum serviço técnico, foi colocado em atividade no meio da música underground, e foi utilizado em gravações de performances ao vivo, de Patti Smith, Ramones e quase 30 outras bandas que participaram no álbum “Continental for the Best of NYC Hardcore”.

Actualmente, o estúdio pertencem ao Centro Nacional de Música de Calgary, Alberta, no Canadá, tendo sido adquirido pela Cantos Music Collection em Novembro de 2001. Apesar da carrinha já não circular, o estúdio ainda pode ser utilizado para trabalhos de gravação, mistura e masterização.

Aqui em baixo deixamos então o mini documentário “The Rolling Stones and the Most Important Music Studio on Wheels”.