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Viriatada 2022 #6: Mirror People, David Bruno, Gala Drop, João Pires e Mais

Viriatada 2022 #6: Mirror People, David Bruno, Gala Drop, João Pires e Mais

Miguel Grazina Barros

Aqui está mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.

A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.

Mirror People – “No Other Truth”// O novo single de Mirror People foi composto em parceria por Rui Maia e Rö (nome artístico de Maria do Rosário). É uma canção de amor com uma sonoridade bem peculiar: mistura o lado acústico de um contrabaixo com sintetizadores ruidosos e uma batida bastante quebrada, não perdendo o sentido pop já habitual nos temas da banda. Produzido por Rui Maia, em Lisboa, e misturado por Zé Nando Pimenta e masterizado por Miguel Marques nos Arda Recorders, no Porto, “No Other Truth” chega também através de um videoclipe realizado por Seffy Hirsch, tendo como cenário uma lavandaria, o palco de afirmação daquilo que nos une universalmente, o amor. “No Other Truth” é mais uma antecipação ao novo álbum “Heartbeats etc.” que sai dia 29 em formato digital e CD. As datas de apresentação ao vivo já estão marcadas: 20 de Outubro no Musicbox em Lisboa; dia 11 de Novembro no Ferro, Porto; dias seguinte na Casa das Artes, VN Famalicão e no dia 18 no Stereogun, Leiria

Gala Drop – “Monte do Ouro”// Os Gala Drop estão de regresso com novo disco, “Amizade”, que será editado a 14 de Outubro e apresentado ao vivo a partir do final de Setembro. “Monte do Ouro” é o primeiro cartão de visita do terceiro longa-duração de Gala Drop, um slow burner memorável que alinha momentos históricos distintos do hardcore continuum de UK – pianola em euforia rave e cut up vocal, e faz-se acompanhar por um videoclipe da artista visual Sara Graça. Já está em todas as plataformas de streaming.

Spitz – “Slasher”// Spitz é a união entre o rap e o cinema de terror, e fruto dessa ligação macabra nasceu o álbum Infâmia, que surgiu no dia 22 de Julho aos olhos de todos. Esta rapper nortenha, tem como primeiro destaque pertencer ao duo Poker, 2008. Entre participações em vários projetos, a rapper é um recente membro do coletivo MCNk. Infâmia promete ser uma viagem cheia de mudanças e epifanias com pulso firme, e sobretudo sem dar qualquer quietude aos causais bons impulsos através da voz de uma interlocutora psicologicamente instável e deveras subversiva na sua visão de bem e mal. Inspiradas sobre as obras de Stephen King, as líricas particularmente sádicas  deste álbum projectam o paralelismo entre o universo misterioso e a cultura hip-hop.

João Farinha & Tiago Nogueira – “Tão Longe”// É o quarto e último single que João Farinha lança na antecipação do seu disco “Ao Vivo”, que tem lançamento marcado para o dia 26 de Setembro. O tema é uma composição de Tiago Nogueira (Os Quatro e Meia) e foi escrito em resposta a um repto que João Farinha fez para cantarem um dueto em concerto ao vivo. Com arranjos dos músicos que acompanham Farinha no seu projeto, a composição de “Tão Longe”; tem a genialidade do trabalho de Tiago Nogueira recebendo influências do Fado e da Pop para desbravar paisagens sonoras inéditas e repletas de desafios. A digressão de “Ao Vivo” inicia-se em Outubro, com concertos no dia 1 no Cineteatro Messias (Mealhada), no dia 15 no Auditório CCOP (Porto) e a 28 no Salão Brazil (Coimbra).

Katia Guerreiro – “O Santo António na Aldeia”// O primeiro single do novo disco de Katia Guerreiro chama-se “O Santo António na Aldeia” e faz parte da sua nova obra intitulada “Mistura”, que já tem data marcada para um mês depois, 14 de Outubro. Com letra de Feliciano da Silva e Música de Pedro de Castro que aqui também é o responsável pela Produção e Direção Musical. O Vídeo é Realizado por Aurélio Vasques e foi filmado na Aldeia de Castelo Novo. «O que importa é bailar, libertar o corpo, deixarmo-nos levar pela batida, pela alegria, pelo toque, pela loucura que nos devolve idade. Não importa que vejam, que riam, que notem que pisámos um pé. Na dança somos livres, somos de novo jovens, os pés parecem asas e todas as cores ganham vida.»

 

Ledher Blue – “Sand Castles“// Este é o segundo lançamento de “Downside Up”, EP de estreia dos Ledher Blue. Depois de “Jar”, que espelha o final da jornada, chegam as justificações. Passamos do resultado ao fundamento – o que deu nome ao projeto. “Sandcastles” é tão pós-rock como é pós-conflito. Um baixo quente temperado com linhas de bateria livre; e guitarras que criam pressão, durante o verso, para explodir, em suaves violinos, no refrão. A letra mostra o conflito comum às canções da banda. Um conflito entre melodias alegres e tons pesados, entre ritmos rígidos e métricas suaves e sussurradas (entre memórias reprimidas e mantras esperançosos). Tal como não se pode entrar de babouches amarelas num casino em Marrakesh, também não se pode compreender o ambiente deste EP sem primeiro escutar “Sandcastles”. A canção preocupa-se com a nostalgia, frustração e raiva acumulada; com a popularidade de um moço, e suas interrogações naïves quanto ao que é verdadeiramente ser humano; e, com mais importância, com a explosão calma que resulta no seu mantra: “don’t build your dreams on that”. Uma espécie de moral da história; uma aula, dada sem condescendência, sobre não deixarmos que os nossos falhanços controlem, em demasia, decisões futuras. A dicotomia dos sentimentos e sensações – própria do humano – é fundamental no processo da banda. A apreensão, aceitação e compreensão de tudo o que engloba viver e saber viver –  com uma nota positiva para o dia de amanhã. Da mesma forma que o café alimenta o cigarro, os arrependimentos também podem alimentar a felicidade, desde que não nos consumam.

Carolina Deslandes – “Vai Lá“// Carolina Deslandes desvenda o segundo avanço do novo disco “Caos” a ser editado brevemente. “Vai Lá” já se encontra disponível aqui e em todas as plataformas digitais. Fala sobre um lugar muito específico das mulheres, uma situação que Carolina afirma ser bastante comum, de passar por uma circunstância onde existe uma certa intuição de que lhes estão a mentir, fazendo-as passar por loucas. É sobre instinto que muitas vezes lhes é contrariado pela aberração de que estão a ser malucas, quando efectivamente estão com certezas de si próprias. Esta é a segunda canção composta em conjunto com Feodor Bivol, o guitarrista principal que já a acompanha há 7 anos, e foi elaborada num camarim durante um concerto em Torres Vedras. Nomeada para o Globo de Ouro de ’Melhor Actuação 2022’, Carolina Deslandes anunciou ontem uma segunda sessão para o concerto de dia 8 de Outubro em Braga, no Theatro Circo. Este espectáculo será a oportunidade para ouvir alguns dos temas do novo disco.

João Pires – “Guarida“// João Pires, compositor e guitarrista português, tem na pegada da viola um universo, dos mais interessantes que se pode encontrar num instrumentista lusófono. Acaba de lançar o terceiro álbum a solo, intitulado “Guarida”, já disponível em todas as plataformas digitais. No dia 22 de Setembro o disco será apresentado pela primeira vez ao vivo, pelas 21h00, na Biblioteca de Marvila. Neste espetáculo, para além da sua guitarra, João Pires vai fazer-se acompanhar de André Xina (Xafu, Imidiwan) na programação electrónica e Juninho Ibituruna nas percussões. O longa duração, composto por nove temas inéditos, que contou já com dois singles de avanço, “Jangada” e “CAÊ”, é composto por um repertório instrumental baseado no diálogo da sua guitarra com paisagens electrónicas e ritmos afro-lusofonos. Uma viagem onde se fazem sentir as suas raizes da Beira-Alta, as andanças nas ruas do fado, as viagens pela Espanha Andaluza, África, e claro, o Brasil. A apresentação do disco Guarida tem uma vertente visual forte que combinado com a música cria uma experiência sensorial única.

Vila Martel – “Obituário Inacabado de V.”// O quinteto Lisboeta Vila Martel edita hoje “Obituário Inacabado de V.”, o terceiro single de avanço do novo álbum de originais que será editado ainda este ano. Uma canção cheia, profunda e que percorre o rock com todo o respeito, volta a provar o talento do grupo, agregado ao timbre único e intenso de Rodrigo Marques Mendes. A faixa já se encontra disponível a partir de hoje em todas as plataformas de streaming. «Este single surge da ânsia que muitos de nós têm na incerteza da marca que conseguimos deixar após a morte. Deste tumulto espiritual surgem inseguranças reveladas na letra, e grandes contrastes presentes no instrumental ao longo de toda a música, evidenciando uma tentativa de perdurar na história após a nossa morte, deixando a nossa chamada a arder», explica a banda.cDo novo disco de estúdio, “Terceira Metade”, já são conhecidos “Não Leves Tanto a Peito” e “Amanhã não Vou ficar”. As guitarras como essência do seu som e os refrões orelhudos rapidamente os levaram a dar nas vistas em  diversas rádios e podcasts, tendo estado em primeiro lugar nos tops da Antena 3, Vodafone FM e Radar. Formados em 2019, os Vila Martel são uma banda lisboeta composta por Afonso Alves, Francisco Botelho, Francisco Inácio, Rodrigo Marques Mendes e Tiago Cardoso. O segundo longa-duração, sucede ao trabalho de estreia “Nunca Mais É Sábado”. “Obituário Inacabado de V.” conta com produção de João Só e mistura e masterização de João Mendes.

Ana Mariano – “Poeta”// Ana Mariano mostra “Poeta”, o segundo single do álbum de estreia, “Nuvem”, que será dado a conhecer aos fãs ao longo do próximo ano. “Poeta” sucede a “Girassóis à Beira-Mar”, a primeira faixa do disco a ser revelada, e chegou a todas as plataformas de streaming, com videoclipe oficial já disponível no YouTube oficial da artista de Aveiro. Ainda este ano, a artista será convidada especial no concerto de João Só, a 23 de novembro, ao lado de outras vozes femininas bem conhecidas : Bárbara Tinoco, Nena e Carolina de Deus. No ativo desde fevereiro de 2020, ano em que se licenciou em Comunicação e Cultura em Lisboa, Ana Mariano editou o EP de estreia intitulado “Everything I Touch”. Este conta com cinco temas, entre os quais “Ordinary View”, “Insomnia” e “Plastic Wings”, singles que já passaram pelos ouvidos dos portugueses em várias rádios nacionais, entre as quais Antena 3, SBSR e Vodafone FM. Apaixonada pela música desde os 11 anos aprendeu a tocar guitarra com o principal intuito de musicar as letras que ia escrevendo. Depois de explorar a produção anglo-saxónica, apresenta-se agora em português, já com dois singles conhecidos do próximo projeto, “Nuvem”, um disco de canções em português com data de edição agendada para 2023.

IAN – “Fighter”// “Fighter” é o primeiro single de avanço do seu próximo álbum de originais de IAN, sucessor de “RaiVera”. A faixa que desvenda o novo trabalho de originais é um dos temas mais pessoais do disco e um honesto grito sobre o presente. Através da voz da artista russa, que adotou Portugal há mais de 20 anos, conhece-se uma verdadeira lutadora verbal, sem receio de ter uma opinião pública e continuar a combater pela justiça. O videoclipe oficial de “Fighter” já se encontra disponível no YouTube oficial da artista e nas plataformas digitais. IAN explica que «este próximo álbum é uma reflexão dos últimos dois anos e também uma reflexão do que se passa no presente. O single “Fighter” (num contexto verbal e não no sentido literal da palavra, não confundir com a luta física), é uma música com eletrónica áspera a contrastar com as vozes por vezes angelicais. A vontade de ter uma massa pública sem a própria opinião. O facto de viver num país democrático há mais de duas décadas fez-me perder o medo de dar a minha própria opinião) Alguma revolta sim, mas sempre com esperança e positivismo». Ianina Khmelik adotou Portugal aos 15 anos de idade, depois de vários anos de crescimento no universo musical. Nascida em Moscovo em 1983, IAN iniciou os seus estudos musicais nessa mesma cidade com apenas cinco anos. Mais tarde ingressou na Escola Profissional de Música Gnessin, na classe de L. Shevrekuko, onde aos oito anos fez a sua primeira tournée com a Gnessin Virtuosos Orchestra.

HOLLY – “Minha Vida – Love”// O produtor português Holly lançou o seu muito aguardado EP “Minha Vida – Love” através da sua nova editora iLex Records (via InGrooves/UMG), abrindo assim o primeiro capítulo da sua ambiciosa trilogia de EPs “Minha Vida”. Após os singles “Close 2 Protect” e “Looking For My Peace”, o produtor examina a dicotomia de perdas pessoais e sucessos profissionais através da complicada lente e em constante mudança do amor. A cura e a espiritualidade desempenham um grande papel na trilogia ‘Minha Vida’, com a música do EP “Minha Vida – Love” dando voz à própria luta interior de Holly. A música é a forma que encontrou para processar as emoções resultantes de um período desafiante, com o artwork do EP, desenhado pelo norte-americano Michael McAfee, a funcionar como a ‘aura’ emocional que o artista sentiu durante o processo de composição deste novo trabalho.

Pedro Peres – “Traffic Lights”// “Traffic Lights” é o single de apresentação do EP de estreia do cantor e compositor Pedro Peres, um trabalho que contempla uma viagem sonora por 5 temas, onde a ordem das músicas ilustra as etapas do fim de uma relação até voltarmos a sentirmo-nos plenos. “Traffic Lights”, o primeiro tema do EP de Pedro Peres, aborda precisamente o  fim de um relacionamento amoroso. Ao longo do tema, fica claro que a vida é para ser vivida sem arrependimentos e que momentos difíceis, como uma separação, também são momentos que nos permitem aprender mais e nos fazem crescer. Em “Traffic Lights”, queremos viver a vida intensamente, queremos sentir o mundo num só momento. Carpe Diem. Com uma batida dinâmica e uma melodia envolvente, guiada pela suavidade da voz de Pedro Peres, “Traffic Lights” transporta-nos numa viagem emocional onde são notórias as influências de grandes nomes como Eric Clapton, Ben Howard, John Mayer, Craig David e Adam Levine. Com produção musical de MRoger, Pedro Peres explora as sonoridades da Pop, Indie e R&B, uma pluralidade de estilos e versatilidade musical que lhe permitem um lugar de destaque na nova escola de artistas pop nacional.

Amaura – “Chakra Sacro”// Imediatamente apontada como uma das revelações musicais nacionais, quando em 2019 divulgou os primeiros temas, Amaura desde logo se distinguiu pela voz quente e portentosa que, na sua curta carreira, valeu colaborações com nomes sonantes da cultura urbana, como Sam The Kid ou Fred Pinto Ferreira (Buraka Som Sistema, Orelha Negra). Produzido por Iuri Rio Branco, “Chakra Sacro” transporta-nos para uma fusão de culturas e sonoridades, em que artista escolheu abordar um dos sete Chakras – o Sacro – por ser o centro de tudo aquilo que sentimos e tanto se manifesta na criatividade, como na sexualidade, apelando à partilhar e libertação dos corpos.

Sónia Oliveira – “Somos Dois”// “Somos Dois” é o single que marca o regresso às edições da cantora e compositora portuguesa Sónia Oliveira. Com autoria da própria é um tema divertido, pautado por uma certa ironia e com uma sonoridade muito bem-disposta. Gravado nos estúdios Ponto Zurca, “Somos Dois” conta a história de quem assume os seus defeitos e sabe que a personalidade pode ser forte e opinativa; mas, em contrapartida, é uma pessoa cheia de motivação para levar os seus projectos avante, inclusive projectos a dois. Só que, às vezes, parece que é a única a querer fazer as coisas acontecer…

Beato – “Bonança”// Beato nasceu rodeado de guitarras, farfisas, baterias e horas infinitas de cassetes de vídeo BETA com o melhor da música e dos telediscos dos anos 80. Foi em Cantanhede, onde nasceu, que começou a tocar guitarra e a escrever as primeiras músicas em bandas que criava com amigos do liceu. Esta paixão levou-o, em 2005 e já em Lisboa, a começar o seu percurso com artistas como Flak, Jorge Palma, Rádio Macau ou GNR. Em 2011, juntamente com Nuno Figueiredo dos Virgem Suta, criou o projecto Ultraleve que viria a receber uma nomeação para um Grammy Latino. Seguiram-se bandas sonoras, produções de discos e até uma participação no Festival da Canção. Mas é agora, em 2022, que como Beato lança o seu primeiro disco de originais a solo, “Bonança”, que será apresentado em concerto no dia 20 de Outubro, no Auditório Carlos Paredes, em Lisboa. Depois de conhecermos “À Beira-mar”, “Com justa causa”, “Assim na terra, como no céu” e “Nem te vi”, chega hoje às lojas e plataformas digitais o disco de estreia de Beato. Produzido pelo próprio e por Nuno Rafael, navega por universos de pop fresco, desembaraçado e cativante, repletos de canções de amor e desamor, de histórias de vidas como as nossas, que não deixarão os ouvintes indiferentes. “Bonança” foi produzido por Nuno Rafael e Beato, misturado e masterizado por João Bessa e gravado por João Pedreira nos Estúdios Valentim de Carvalho e Estúdio do Beato.
O disco conta com o apoio da Antena 1.

Miguel Feraso Cabral – “Indo Por Ali Longe”// Já está disponível em todos os serviços de streaming o novo single “Indo Por Ali Longe” de Miguel Feraso Cabral. Depois de “Arcada”, tema lançado em Julho deste ano, voltam as guitarras eléctricas sobre loops, percussões e electrónicas lo-fi, em tom de banda sonora. O vídeo do single, realizado e protagonizado pelo próprio, já se encontra no seu canal de Youtube. O pequeno filme que acompanha a música “Indo Por Ali Longe”, produzida em 2022 e que agora é lançada, tem a particularidade de ter sido filmado há sete anos (2015). Após uma viagem de alguns anos pela música experimental, onde abordou técnicas de gravação alternativas com instrumentos alterados ou inventados por ele próprio, actuou ao vivo com regularidade (ZdB, Jazz em Agosto – Gulbenkian, Festival Alkantara, Music Box…) e editou diversos álbuns (pela AnAnAnA e pela sua editora Rudimentol), Miguel Feraso Cabral toma agora a guitarra eléctrica como o seu principal instrumento melódico. Em meados de 2017, começou a fazer apresentações improvisadas ao vivo (Sofar Sounds Lisbon, O Povo, Zaratan, Café Tati, SMUP…) num formato a solo com guitarra eléctrica e electrónicas, explorando composições em tempo real sobre loops e recolhendo material sonoro para, posteriormente, trabalhar no estúdio caseiro. Sobre essas gravações assentam os temas deste projecto instrumental; são executadas manobras de corte e costura e adicionadas camadas de percussões caseiras, bateria, electrónicas lo-fi, gravações que ficaram na gaveta – e mais guitarras. A música é enérgica, cinematográfica e, por vezes, melancólica. Em 2018, acerca de uma maquete de ‘Indo Por Ali Longe’, a Vice comentava: «Há uma alma lusa que os Dead Combo recriam da melhor forma. Miguel Feraso Cabral também está no bom caminho.»

Mariana Dalot – “Contigo”// Depois dos singles “No Final” e “Coisas Simples”, a cantautora Mariana Dalot lança “Contigo”, o seu terceiro single antes do lançamento do álbum de estreia, que será editado em outubro de 2022, com distribuição da Universal Music Portugal, contando com a produção de “Pity”, dos The Black Mamba. Neste terceiro single, Mariana Dalot oferece-nos uma canção sobre o sentimento universal e íntimo de ter saudades de alguém. No seu registo pessoal, emocional e contemplativo, a cantautora bracarense lembra-nos das “saudades que não se explicam” e que “não se cantam”, sempre que o mundo pára e o tempo “só pede para respirar”. “Contigo” é uma canção introspectiva sobre a importância das relações familiares, de amor e de amizade, que muitas vezes tomamos por garantidas e que só realmente valorizamos quando delas somos privados. “Contigo”, música distribuída pela Universal Music Portugal, chega agora a todas as plataformas digitais e conta com letra e música de Mariana Dalot e produção de Pity, músico e produtor que tem trabalhado com nomes como Ana Moura, Dino D’Santiago, Cuca Roseta, Bárbara Tinoco, entre outros, para além de integrar o grupo The Black Mamba.

David Bruno – “Sangue & Mármore”// O ano é 2001 e o lugar é Avintes. Um corpo sem vida surge alumiado pelos primeiros raios de sol da madrugada e coloca o povo em sobressalto: quem seria aquele homem que jazia numa poça de sangue à porta do Zoo de Santo Inácio com uma unha de gel vermelha num bolso e uma foto de uma mulher noutro? Assim começa esta novela, uma obra que segundo o seu autor – David Bruno – o salvou durante a pandemia. Inspirada num misto de observações feitas pelo mesmo durante as longas horas passadas à janela em casa durante o período de confinamento e memórias de infância, “Sangue & Mármore” é uma história que nunca aconteceu – mas podia perfeitamente ter acontecido. Mais tarde o autor decidiu narrá-la para a passar para o formato de áudio novela e de seguida criou uma banda sonora original – cada personagem teve direito a um tema – para a qual contou com as participações de Gisela João, Marlon Brandão (Os Azeitonas) e Rui Reininho. Sangue & Mármore não é um disco. Sangue & Mármore não é uma novela. Sangue & Mármore é a história mais humilde que ouvirão nas vossas vidas, uma ode aos dramas do lado B de Portugal e aos lugares comuns das nossas vidas. O disco já está disponível em todas as plataformas digitais e pode ser ouvido, aqui. 

Beatriz Pessoa – “Dona da Verdade”// “Dona da Verdade” é o tema de avanço do próximo álbum de originais de Beatriz Pessoa. Um título afirmativo que se desenrola numa doce ginga alusiva à viagem. Uma viagem que se vai construindo com e pelo caminho inspirada pela liberdade de deixar ser e embalada pelo balanço do tempo. Com letra de Beatriz Pessoa, Mallu Magalhães e Marcelo Camelo, que assina também a composição, “Dona da Verdade” abre caminho ao álbum a ser editado no primeiro trimestre de 2023 e que resulta de uma parceria, há muito desejada, entre a cantautora portuguesa e o músico, compositor e orquestrador Marcelo Camelo, responsável pela direcção artística e produção do disco. Recorde-se que Beatriz Pessoa apresenta-se ao vivo no próximo dia 7 de Outubro no Muscibox, em Lisboa. 

Falso Nove – “Febre em Dois Andamentos” // As temperaturas estão instáveis e causam conflitos interiores, desconforto e ansiedade. Este é o mote de “Febre em Dois Andamentos”, o terceiro e mais recente lançamento de Falso Nove, já disponível nas principais plataformas digitais. O single é acompanhado por um videoclipe realizado por Claudia Moreno, com base em filmagens feitas em Alcácer do Sal e na praia da Ilha do Pessegueiro, com concetualização conjunta de Adriana Conceição e Direção de Produção de Carolina Bastos. “Febre em Dois Andamentos” parte de um “conflito interior” que se manifesta numa série de “comportamentos erráticos”, diz a banda. Envolvida em ansiedade, que aumenta proporcionalmente com a intensidade da composição musical, Falso Nove pretende explorar esta questão através de uma dicotomia num “conflito interior que chega ao final ainda por resolver”. Gravado, misturado e masterizado por Manuel dos Reis, esta faixa “corresponde à nostalgia daquilo que ficou por fazer”, remata o grupo. Num primeiro momento, a letra descreve com cuidado uma sensação de melancolia e desconforto, ou preocupações que ficam “engarrafadas ao longo dos dias normais”. Além deste “relato das prisões”, a primeira fase da canção foca-se num tempo passado onde existia despreocupação. Fazendo jus à premissa do título, no segundo andamento o grupo representa o rebentar de tensão, em que a apatia anterior evolui para “pensamentos mais fortes e a ansiedade atinge um ponto de ebulição”. A faixa finaliza com um momento em que “a realidade é ultrapassada e o cansaço vence”. Falso Nove é um projeto de indie rock cantado em português. Nas suas canções, exploram temas como a solidão, a ansiedade, a incerteza, a memória, ou as incoerências da realidade. Devido aos diferentes percursos e influências musicais, o seu processo criativo não se limita às sonoridades do indie rock, servindo-se também de recursos do clássico, do jazz, da música tradicional portuguesa, ou do pós-rock para dar corpo a cada canção. O grupo aborda a criação como uma viagem musical, contando uma história ao longo de um universo vasto de paisagens, experiências e emoções.

Tiago José – “Sentido da Viagem” // “Sentido da Viagem” o mais recente single de um EP de Tiago José, em breve disponível. Um trabalho inteiramente gravado no Estúdio Zeco, com a participação de Miguel Casais (bateria), Nick Suave (arranjos e teclados) João Só (arranjos, baixo, guitarras e teclados) brilhantemente produzido por João Só e masterizado por Sassá Nascimento. Com a plena convicção de que “tudo aparece no tempo certo”, chega o momento de apresentar mais um trabalho a solo, “O Sentido da Viagem” um novo single que antecede outras músicas que fazem parte do seu primeiro EP, em nome próprio, disponível no próximo ano.

Agir – “Cantar Carneiros” // “Cai a noite, cantando carneiros palavras dançam.” conta Agir no novo disco. Cantar Carneiros” já se encontra disponível em todas as plataformas digitais e à venda locais nos habituais. O videoclipe de “Constelações”, single que acompanha a estreia, com a participação especial de Milhanas, já está disponível no canal do Youtube de Agir. O novo disco conta com várias colaborações de peso: além de Bárbara Tinoco, Milhanas, Tainá e a atriz Isabel Ruth nas vozes, Bordalo II também empresta a sua arte à capa do disco, sobre uma fotografia analógica de Arlindo Camacho. «“Cantar Carneiros” é o meu mais recente trabalho discográfico, um disco completamente acústico, onde o eletrónico fica de para a. Uma tentativa de abdicar da perfeição em prol da verdade, assumindo, assumindo assim, os erros que só o primeiro leva nos dá. Numa viagem em que o cuidado com as palavras e a língua é prioridade, convido-vos, então, a vir experienciar o resultado das minhas noites de insónias», diz Agir. Agir apresenta o 25 de Outubro, na íntegra, no Teatro São Luiz, “Cantar Carneiros”. Os bilhetes para o concerto de apresentação já estão à venda nos locais habituais.

 

[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]