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Viriatada Dezembro #1: Moullinex & Xinobi, Papillon, Minta & The Brook Trout, Orquestra Jazz de Leiria, Entre Outros

Viriatada Dezembro #1: Moullinex & Xinobi, Papillon, Minta & The Brook Trout, Orquestra Jazz de Leiria, Entre Outros

Redacção

Mais uma semana, mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.

A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.

MOULLINEX & XINOBI – “Imaginary Numbers”// Num ano em que Moullinex e Xinobi cresceram individualmente, de forma criativa e sem limites, a dupla volta a unir forças em estúdio. Do lado de Moullinex, o ano foi marcado por “Requiem for Empathy”, o último longa duração repleto de colaborações como Selma Uamusse, Sara Tavares, Ekstra Bonus, Afonso Cabral e GPU Panic. A lista de parcerias é ainda alargada com os remixes de Quantic, Damian Lazarus, Poolside e Seb Wildblood em “Remixes for Empathy”. Ainda sobrou tempo para uma colaboração com Angélica Salvi no single “Burnt Cork” e para compôr a banda sonora do rebranding do Novo Banco. Do lado de Xinobi, o ano começou com a edição expandida de “On The Quiet” que nos levou de volta a muitos temas tão especiais e alguns temas inéditos. A este trabalho, juntaram-se ainda o single “Morango”, editado via Frau Blau, e ainda um remix para o tema “Tábuas do Palco I” de Gisela João. Xinobi não parou por aqui e completou o ano com o lançamento do single “Helium”, no regresso ao estúdio para terminar o seu próximo álbum agendado para Abril de 2022. Moullinex e Xinobi voltam a unir forças depois de “Azul” (2019), para o lançamento do single “Imaginary Numbers”. Inspirados no Trance e no House, a dupla desconstruiu os sons mais impetuosos unindo-os a sonoridades cristalinas e carregadas de emoção. Um tema que é também mote para o regresso à digressão de Moullinex e Xinobi – DTX Marks the Spot.

NEKO’RS – “Nada É Por Acaso”// No regresso aos lançamentos, Neko escolhe ir atrás do seu coração, e mais uma vez presenteia-nos com um som de rimas delicadas e sentidas; este tema relata uma relação amorosa que se encontra numa fase inicial e que abrange os receios de ver esse amor acabado, com a certeza de que ninguém que passa na nossa vida, passa por acaso. Adoptando um estilo mais melódico e envolvendo as suas rimas com melodias no refrão, Neko consegue fazer uma transição que pode ser apreciada num todo, tornando-se assim num artista mais versátil, comunicativo e abrangente. Este trabalho será incorporado no seu próximo EP com data prevista de lançamento no final de Janeiro. Neko’Rs, rapper da Linha de Sintra (RINCHOA), descobriu o seu gosto pelo RAP aos 14 anos e desde então foi aperfeiçoando as suas habilidades. Começou pelo Rap Crioulo com o seu amigo de longa data e também Rapper P.Jay. Incorporou no exército português em 2014 tendo assim deixado o rap um pouco para trás. Mas foi em 2017 que veio vincular-se maioritariamente no RAP TUGA. Em 2019 fez parte da banda sonora do filme “O GABRIEL” com o seu Single “INCENTIVO”. Em 2019 lançou o seu 1º Álbum “MARFOR” em 2020 lançou a sua 1ª Mixtape “ADN”. O Rapper tem vindo a mostrar grande evolução a nível pessoal e artístico.

PAPILLON – “01 Coisa Leve”// Confiar no processo é uma ideia difícil de interiorizar, principalmente nos momentos em que tudo se torna mais doloroso e incerto. Tão doloroso que às vezes parece um teste de sobrevivência, algo do qual temos que sobreviver para conseguir contar a história. “01 Coisa Leve”, o novo single de Papillon, representa o fechar de um ciclo de temas experimentais – desde o “Aceso” (Março 2019), passando por “Camadas”, “Sweet Spot”, “AAA”, “Chillin’” e “00 Fala Bonito” (Outubro 2020) – até chegar aqui. Durante estes lançamentos, Papillon explorou territórios por descobrir da sua criatividade e propôs-se ao seu desenvolvimento artístico. «Um dos meus grandes objetivos era desenvolver as minhas skills de produção e finalmente sinto que alcancei essa meta nesta que é a minha primeira produção própria onde coloquei em prática muito daquilo que aprendi com todos os meus amigos produtores. E é assim que nasce “01 Coisa Leve”. Nasce da vontade de ir à luta e de não recuar perante o desafio. É o mantra que faz parte do meu dia-a-dia e a ferramenta que uso para relativizar as dificuldades. Hoje posso dizer orgulhosamente que sobrevivi ao processo e que trouxe comigo mais um ensinamento em forma de música, que quero muito partilhar com o mundo, para que este seja também o mantra de quem escuta e está à procura do seu caminho. Confiar no processo é uma ideia difícil de interiorizar porque o processo pode demorar, pode doer e estar cheio de altos e baixos, mas confiar no processo é o que faz tudo isso valer a pena. É Coisa Leve.»

MINTA & THE BROOK TROUT – “The Fake Outdoors”// “The Fake Outdoors” é a terceira faixa de “Demolition Derby”, disco editado a 16 de Abril, o quarto da banda de Francisca Cortesão. O vídeo, que chega agora é editado por Diana Mendes a partir de imagens captadas por Joana Linda e Gonçalo Castelo Soares ao vivo no Teatro Maria Matos no passado dia 13 de Julho. Editado primeiramente em CD, cassete e digital, a edição em vinil chegou no final do passado mês de Outubro e pode ser adquirida, juntamente com os restantes formatos, no bandcamp da banda. 

SCRIPTHA – “Incerto é o Caminho”// Scriptha disponibiliza o seu primeiro single intitulado “Incerto é o Caminho“, editado de forma independente nas principais plataformas digitais. Neste tema são retratados, através de sonoridades que vão do Rap ao Soul, os tempos cada vez mais conturbados em que vivemos, assim como a crescente sensação de incerteza em relação ao futuro. Sociedades marcadas pela desigualdade, ausência de valores morais e as inquietações vividas no quotidiano, fazem igualmente parte da temática abordada pelo artista. Entre os vários e talentosos músicos convidados a colaborar no tema, há um especial destaque a Selma Uamusse, ilustre autora e intérprete que dá voz às melodias, enriquecendo de forma significativa a mensagem transmitida. O instrumental é produzido ao detalhe, o ambiente aparentemente sereno, conferido sobretudo por teclas e guitarras, logo dá lugar a manifestações mais efusivas, destes e de outros elementos que se vão incorporando, sem nunca deixar de remeter o ouvinte para um lado mais emocional ou reflexivo. A acompanhar este single de estreia, também é lançado o respectivo videoclip, produzido e filmado pelo Todos Creative Hub, onde é possível sentir a vibração da narrativa que, desde o seu início, capta incessantemente a atenção de quem assiste. A proposta do trabalho é clara e convida-nos a uma reflexão sobre os nossos comportamentos enquanto indivíduos, acreditando que ainda é possível um re-começo, «como vida num solo extinto pronta a se erguer, abraça o novo dia dá valor ao teu viver».

CARLUZ BELO – Passos No Escuro// “Passos No Escuro” é o novo single do cantautor português Carluz Belo. A canção pertence ao seu álbum de estreia “Menino da Praia”, já disponível nas plataformas digitais. Para Carluz Belo, este tema é a sua «Oração da Memória LGBTI+, um Hino ao Amor e contra a homofobia. A ideia de Passos No Escuro tem a ver com caminharmos sem rede, seguirmos os nossos instintos, paixões e desejos, mesmo sem sabermos como será o dia de amanhã ou qual a reação dos outros. É preciso coragem para ser-se músico, viver-se da arte. Da mesma forma, é preciso coragem sempre que dois rapazes dão a mão ou se beijam nas ruas da sua vila ou cidade.» Com este videoclipe, o músico pretende «prestar tributo às vítimas de crimes homofóbicos, cujas histórias de amor ficaram por viver. É preciso cuidar destas feridas no nosso imaginário coletivo. Produzir este vídeo foi a melhor forma de dar corpo e visibilidade a uma dessas possíveis histórias, retratando o surgimento do afeto romântico entre dois rapazes.» Carluz Belo fala-nos ainda sobre o que sente aqui em Portugal: «Na última década houve avanços políticos significativos. Ainda assim, a homofobia continua a assumir velhas formas, como por exemplo o bullying nas escolas. Penso que a educação continua a ser a chave para erradicarmos de vez o preconceito nas gerações vindouras.»

LOBO MAU – “Aos Olhos da Aldeia”// “Aos Olhos da Aldeia” é o single e o primeiro vídeoclip de apresentação do EP “Vinha a Cantar do Lobo Mau que será editado dia 17 de Dezembro. “Aos Olhos da Aldeia” é uma canção que narra a história de duas pessoas que se cruzam e se seduzem numa realidade rural que nos parece transportada do passado, mas na qual nos revemos e da qual também fazemos parte. Inspirada nas histórias reais de quem as viveu desta forma, ela fala-nos da expectativa do momento aguardado, de amor, do que foi e do que ainda é. Cruzando, na sua sonoridade melódica, elementos da música de raiz portuguesa com sons contemporâneos, ela é intemporal no seu foco poético e é o single que dá o mote ao conjunto de canções do EP “Vinha a Cantar. O videoclip da canção, realizado por Gil Chagas, é o retrato de um baile ao relento, pela noite dentro, levados pelo vento, pela música e pelas pedras que testemunham as relações humanas ao longo dos tempos. Lobo Mau é a banda de David Jacinto, Gonçalo Ferreira e Lília Esteves. Depois de colaborarem na mítica banda TvRural, uniram-se na criação do universo sonoro das canções que nascem da sua partilha artística, enquanto músicos, autores, compositores, intérpretes e produtores. Após o lançamento do seu primeiro álbum, “Na Casa Dele”, em Abril de 2020, o Lobo Mau apresenta agora o EP “Vinha a Cantar, com o Apoio da Fundação GDA. Um conjunto de canções que nasceram do processo criativo inspirado na comunhão das pessoas com a sua história, as suas raízes, as suas contemplações e os seus jeitos de viver e sentir. É uma reflexão sobre a identidade comum entre a ruralidade de uma aldeia portuguesa e a realidade urbana da actualidade. Com a sonoridade própria do Lobo Mau, “Vinha a Cantar é um passo em frente na experimentação sonora do repertório original e desinibido da banda, enquadrado no espectro que engloba o rock independente, a música folk e a canção portuguesa e que abraça a multiculturalidade musical e poética do Portugal actual. O EP “Vinha a Cantartem lançamento marcado para 17 de Dezembro e será apresentado ao vivo no dia 18 de Dezembro no CRIARTE, em Carcavelos. Ao vivo, o Lobo Mau pode ser intimista e envolvente, com uma guitarra e duas vozes, mas também arrojado e intenso quando a ele se juntam a bateria, a percussão, o baixo, o contrabaixo, as teclas ou qualquer outra das texturas sonoras dos músicos convidados que enriquecem o seu universo. O palco é a sua casa, e a sua casa é o local onde a sua música cria laços com quem o ouve, com quem lhe reconhece as estórias, as sensações e a essência da sua sonoridade indie, rock, folk, tuga, com qualquer coisa de indefinível e que faz eco em quem o sente e ao qual também pertence.

CELSO – “Não Se Brinca Com Coisas Sérias”// Nascidos em Lisboa nos finais de 2017, “Não Se Brinca Com Coisas Sérias” é um marco importantíssimo para a banda – o primeiro longa duração, gravado e produzido por Artur Gomes da Costa, com mistura e masterização de Luís Montenegro. Bejaflor brilha também na produção em dois dos oito temas que fazem o disco. Oito momentos de CELSO no seu estado mais puro e pleno. Derivando de uma panóplia variadíssima de influências, muitas ainda inexploradas no contexto nacional, o som revela-se um sério upgrade a CELSO, com devaneios de eletrónica, folk, alternativa/indie, folclore nacional e rock português clássico. Mais uma vez, cada tema traz consigo a motivação de chegar mais longe, o desejo de quebrar barreiras e crescer. Ao mesmo tempo, a banda mantém uma estética unificadora entre cada música, desenvolvendo a tal marca já distintiva de CELSO. O disco explorará vários paradoxos e contra sensos, quer sonoros como temáticos, com recurso à “portugalidade” e ao tradicional. Ficará claro que até no tradicional, como em tudo, há espaço para “brincadeira” e experimentação, mas que, embora com ligeira galhofa e esporádica subversão aqui e ali, CELSO é coisa séria. “Não se Brinca com Coisas Sérias” de CELSO, já está disponível em todas as plataformas de streaming.

ORQUESTRA JAZZ DE LEIRIA – “Dez”// A Orquestra Jazz de Leiria (OJL), um projeto da autoria do músico César Cardoso, surgiu em Fevereiro de 2011 com o objectivo de criar uma formação de qualidade que reunisse os músicos da região que se dedicassem à prática deste estilo de música. Ao longo da sua existência a orquestra produziu e realizou dezenas de concertos, muitos deles com convidados especiais, das mais variadas áreas da música portuguesa. Estes concertos foram específica e individualmente preparados para cada um dos artistas convidados, que viram a sua música “reescrita”, adaptada e arranjada ao contexto de “Big Band”. Com o objetivo de celebrar da melhor maneira a primeira década de existência, a Orquestra Jazz de Leiria lançou o desafio a todos os convidados a participarem neste primeiro álbum ao qual deu o nome de “Dez”, e com o qual pretende deixar a sua marca na história da música em Portugal. “Dez” conta com os convidados Ana Bacalhau, António Zambujo, Aurea, Camané, David Fonseca, Herman José, Jorge Palma, Luísa Sobral, Maria João, Miguel Araújo, Pedro Abrunhosa, Pedro Moreira, Tomás Pimentel e Vânia Fernandes, contém o  tema inédito “It Ain’t Over”, escrito pelo David Fonseca e com arranjo de César Cardoso que é o primeiro single do disco. O repertório presente no álbum está assente em música original, música portuguesa e standards de jazz, todos eles com arranjos especificamente realizados para a Orquestra Jazz de Leiria por César Cardoso e Pedro Nobre. “Dez” está disponível para compra e nas várias plataformas digitais.

CUCKOO LET US – “Before the snowball tumbles”// Antes que a bola de neve caia com estrondo e as músicas do próximo álbum de comecem a cair, Cuckoo Let Us lançam “Before the Snowball Tumbles”, a música inspirada nas músicas de Natal mais alternativas para ir dançando enquanto se passeia nas cidades iluminadas e se escolhem os discos de vinil para oferecer aos amigos mais próximos. Gravada em casa e sempre com o aquecedor ligado, fala sobre o desejo e a ânsia que as crianças têm em mostrar o amor que têm à sua família. A música foi produzida por Tiago Covas e masterizada por Raquel Custódio (Palmers/Rachel Bangs). A artwork, ficou a cargo da artista Rita Oliveira.

CURT DAVIS – “Company”// Depois de “Stress”, Curt Davis apresenta agora o seu segundo tema “Company”. A canção, escrita pelo artista e produzida por Ricardo Ferreira, fala da vontade de voltar para casa para alguém que nos é querido e do tempo que por vezes não investimos como deveríamos nas pessoas que nos são importantes. Segundo Curt Davis, «“Company” aborda o facto de por vezes certas distrações – que no momento parecem ser a melhor coisa para nós – poderem comprometer relações às quais deveríamos dar mais valor.» “Company” tem letra e música de Curt Davis, com produção e arranjos de Ricardo Ferreira, programação, baixo e teclas de Ricardo Ferreira e Bruno Duro. Foi gravado no RF Music Studio e misturado e masterizado por Sassa Nascimento.

WAZE – “Meu Fim”// Waze está de volta com mais tema inédito, “Meu Fim”, está em todas as plataformas digitais. Um tema intimista que é ao mesmo tempo o relato de uma vivência do artista, a partilha de algo doloroso e seu. “Meu Fim” relata a história de um relacionamento tóxico que acaba por corroer o psicológico de um casal que está divido entre momentos de amor intenso e discussões intermináveis. Retrata a decadência da relação e a visão de um dos elementos que dá por si afogado numa maré de drama e dúvidas que parecem pôr em causa todos os planos que tinha para um futuro a dois. Com uma produção instrumental de Nuno Ribeiro, WAZE deu vida a uma temática muito comum nas relações dos dias de hoje, naquilo que é um tema narrado na primeira pessoa, baseado nas vivências pessoais do artista.

CATARINA BRANCO – “Solitário Sudoku”// Catarina Branco avança “Solitário Sudoku, antecipando “Vida Plena– LP de estreia de Catarina Branco, produzido por Luís Severo, com data de lançamento agendada para o início de 2022, numa edição conjunta entre a Maternidade e a Cuca Monga. «Esta canção foi das primeiras do disco a surgir. Estava aborrecida a andar de barco enquanto a pessoa que me acompanhava jogava Solitário no telemóvel. Como não conseguia comunicar com ela naquele momento comecei a cantar “sem ti sou Solitário, Sudoku”. A restante letra fala sobre permanecer desligada numa realidade que força constantemente conexões.»

GOBI BEAR – Where We Are// “Where We Are”, o primeiro avanço do novo EP de Gobi Bear. Com edição agendada para 10 de Dezembro, o EP sairá em formato digital e CD e celebra dez anos de actividade do Urso. “Where We Are” articula drum machine e dezenas de guitarras, abrindo portas à linguagem do EP que rema contra os discos passados com caminhos mais luminosos e uma nova fase na sua música. O single já está disponível para escuta no bandcamp da Planalto Records e em todas as plataformas digitais e é acompanhado por este videoclip, realizado pela Katharina Leppert. 

PEDRO FLORES – “Última Lágrima”// Já é possível assistir à vídeo performance do tema “Última Lágrima” (com banda), de Pedro Flores, no Youtube. Este foi o segundo single que Pedro Flores lançou, primeiro na versão “cordas e piano”, com letra de Matias Damásio, e que esteve presente em vários rádios nacionais e na banda sonora de uma telenovela. As duas versões do tema fazem parte do álbum de estreia do artista. Chegada a oportunidade de trabalhar sobre a sua estreia discográfica, Pedro Flores chamou para a produção aquele que considera ser o seu “mentor no fado”: Diogo Clemente (músico e produtor de álbuns de Mariza, Carminho ou Sara Correia). Diogo Clemente era já alguém que sempre o tinha apoiado e incentivado a cantar, com a vantagem enorme de ser não apenas um músico de excepção mas também de conhecer tão bem Pedro que saberia que a sua verdade só seria revelada num disco que partisse do fado e fosse mais além. Dez anos depois de terem gravado umas primeiras maquetas que não saíram da gaveta, Pedro e Diogo voltaram a juntar-se em estúdio e trabalharam num reportório que homenageia os grandes crooners portugueses de outra época, com vozes que sobrevivem ao teste do tempo, juntando temas popularizados por Tony de Matos (“Cartas de Amor” ou “Só Nós Dois”), Francisco José (“Maria Morena Maria”) ou Rui de Mascarenhas (“Maria Helena”). É a essas canções intemporais que Pedro se entrega agora por inteiro, num disco que é todo ele um monumento erguido à excelência da interpretação e ao espaço criado para deixar a sua voz brilhar. A esse reportório que canta o amor de forma intensa, vestígios de quando o amor se vivia por carta e não por emojis, Pedro Flores e Diogo Clemente juntaram ainda três inéditos, alinhados com a mesma temática. De Matias Damásio chegou “Última Lágrima”, de Agir veio “Leonor”, o próprio Diogo avançou com “Despe-te Agora”. Provas de que o amor, ontem como hoje, se canta de uma mesma maneira, sobretudo quando uma voz, grande e única como esta, sabe cantar por dentro das emoções e levar-nos consigo.