YouTube: 32 Mil Dólares de Lucro por Minuto. Quanto Fica para a Música?
A Alphabet/Google anunciou os seus resultados financeiros do primeiro trimestre de 2020. Há alguns pontos que dizem respeito à indústria musical e que valem a pena estudar.
O mais normal para editoras discográficas e criadores de conteúdos no YouTube é obter receitas através de anúncios publicitários. Esses anúncios, nos primeiros três meses do ano, resultaram em receitas de 32 mil dólares por minuto (aproximadamente). No primeiro trimestre, que foi tudo menos normal, as receitas da Alphabet/Google dispararam para os 4 biliões de dólares. No YouTube subiram 33%, atingindo valores acima do bilião de dólares, o número equivalente ao total do ano de 2019.
Os números são mais impressionantes se pensarmos que, com o recuo económico, devido às medidas de contingência de milhares de marcas e empresas em todo o mundo em resposta à pandemia, as receitas de publicidade desceram. A Music Business Insider apresenta os relatórios de forma mais completa e coloca a questão: quanto de todo este dinheiro foi gerado pela música?
De acordo com uma análise da Pex, a categoria YouTube Music foi responsável por apenas 5% do volume de conteúdos em 2019, proporção coerente com o ano de 2018. A Pex baseia a sua análise na categorização dos vídeos feita pelos próprios indivíduos que lhes fazem upload. Nesse sentido, pasme-se, no ano passado a música é a categoria mais pequena ao lado de outras como Entertainment 10%, People and Blogs (21%), Gaming (37%) e Other (19%), apeans se equipadando a Film & Animation, também nos 5%.
Dinheiro em streaming: descobre o valor dos números nas plataformas digitais
Existem websites que calculam os ganhos nas diferentes plataformas de streaming: Spotify, Apple Music, Tidal, Soundcloud, etc. Selecciona o país, introduz o número de reproduções e descobre quanto vale um música na internet.
A questão é que, ainda assim, os vídeos na categoria Music, atraíram 22% do total de visualizações do Youtube em 2019. Número também muito próximo e consistente com o ano de 2018. Portanto, o YouTube gerou 15.15 biliões de dólares em publicidade em 2019. A Alphabet refere que pagou aproximadamente a $3 biliões a detentores de direitos musicais – um número que combina receitas de publicidade e subscrições. O último dado diz-nos que o número de subscrições YouTube Music rondou por excesso os 20 milhões no ano passado. Isto equivale a uma receita de cerca de bilião e meio…
Se pegarmos no modelo Spotify, 70% do valor das subscrições será pago aos donos de direitos autor. Neste caso, o YouTube pagou cerca de 1 bilião para este efeito, resultante das receitas de subscrições em 2019. Isso deixa cerca de dois biliões por contabilizar em receitas de publicidade que ficam para os donos de direitos de autor, considerando aqueles 3 biliões pagos em 2019.
Portanto, se o YouTube advoga pomposamente que 55% das suas receitas de publicidade são direccionadas para os donos/criadores dos conteúdos e em 2019 essas receitas foram de 15.15 biliões, 55% desse valor seria à volta dos 8 biliões. Se a música obteve 22% do total de visualizações, fica essa percentagem dos 8 biliões, o que resulta nos quase dois biliões. Esse é o valor do ano passado que, recordamos, foi atingido no primeiro trimestre de 2020.
