Até Sempre, Zé Pedro
O guitarrista e fundador dos Xutos & Pontapés morreu em casa, Lisboa. O músico tinha 61 anos.
Um dos maiores vultos do rock português, Zé Pedro, morreu hoje em sua casa, em Lisboa, vítima de doença prolongada. Já em 2011, o músico foi submetido a um transplante de fígado, devido a uma Hepatite C. O Blitz e o Expresso avançaram a triste notícia e mais meios de comunicação têm vindo a confirmar a morte do guitarrista que foi impulsionador de projectos como os Ladrões do Tempo ou Palma’s Gang. E, claro, da banda com a carreira mais longa e bem-sucedida no rock luso, os Xutos & Pontapés.
Zé Pedro foi um dos fundadores dos Xutos, em 1978. Ao longo de praticamente 40 anos de carreira, a banda editou 13 discos. Os primeiros álbuns e, principalmente a tríade composta por “Cerco”, “Circo de Feras” e “88”, são monumentos na história da música nacional. Ficarão para sempre como o legado de um guitarrista que nunca procurou destacar-se pelo virtuosismo, mas pela alma que emprestava ao som da banda.
José Pedro Amaro dos Santos Reis nasceu em Lisboa, em 14 de setembro de 1956, numa família de sete irmãos. Sempre a lutar contra a Hepatite C, mesmo após o transplante bem sucedido, em 2011, e os cuidados que Zé Pedro passou a ter a partir daí, nos últimos meses a sua saúde deteriorou-se imenso. No início de Novembro, o guitarrista anunciou nas redes sociais que tinha começado um novo tratamento. Eis o texto que partilhou, com um vídeo do último concerto de Xutos & Pontapés no Coliseu dos Recreios, ocasião em que a sua debilidade física foi bem evidente:
«Entrar em qualquer sala com lotação esgotada é maravilhoso. Os Coliseus têm uma magia muito própria e o concerto de ontem foi muito especial. Como sabem tenho andado na luta da vida com alguns problemas de saúde… Tentei e tento dar sempre o melhor de mim. O vosso carinho, o vosso amor, a vossa energia, toda a força que me transmitem é-me tão forte e vital que só posso humildemente agradecer…. Obrigado também a todos os que ontem gritaram o meu nome e fizeram com que tivesse força para continuar naquele palco até ao fim. Obrigado à Cristina e aos X&P por tudo e por tanto. Amanhã começo um novo tratamento e garanto que é para GANHAR. EU SEI LUTAR E ACREDITO».
A agência de comunicação já confirmou a notícia, dizendo que as cerimónias fúnebres decorrerão a partir de amanhã dia 1 pelas 16h, no antigo Museu dos Coches. Sábado dia 2, a missa de corpo presente terá lugar no Mosteiro dos Jerónimos às 13h30, seguida de cerimónia privada reservada à família.
Foto: Pedro Mendonça