Ainda que seja mais conhecido pelo seu trabalho em “Titanic”, o compositor assinou bandas-sonoras de imensa beleza e poder emocional. Deixamos as 10 preferidas, por ordem cronológica, da Arte Sonora.
James Horner, reputado compositor norte-americano, morreu neste dia 23 de Junho, em 2015. Tinha 61 anos. O compositor foi vitimado pela queda de um avião, onde viajava, que se despenhou em Santa Barbara na Califórnia. Horner, que nasceu em Los Angeles, onde cresceu e estudou música, construiu uma prolífica carreira no mundo do cinema. Ainda que seja mais conhecido pelo seu trabalho em “Titanic”, o compositor assinou bandas-sonoras de imensa beleza e poder emocional. Deixamos as 10 preferidas, por ordem cronológica, da Arte Sonora.
A série Star Trek, iniciada em 1979, procurava ainda trilhar o sucesso explosivo de Star Wars. No segundo filme, o orçamento era limitadíssimo. A produção escolheu um compositor a dar os primeiro passos. É certo que Horner não se aproxima da espetacularidade de John Williams na saga de George Lucas, mas conseguiu dar vitalidade à história e determinar muitos dos seus ambientes, recorrendo a componentes electrónicos e sintetização, que fornecem uma atmosfera mais sci-fi ao score de Star Trek.
Um ano depois de “Wrath Of Khan”, Horner criou uma das menos conhecidas e mais singulares bandas-sonoras da sua carreira. Se não suplantou John Williams em Star Trek, criou aqui uma dinâmica de magia e mistério, em alguns momentos bem spooky, a que Williams se colocou quando criou a música para a saga Harry Potter. De resto, Williams escreveu mesmo uma peça, para a saga de Potter, intitulada “Something Wicked This Way Comes”.
Livro fenomenal, adaptação cinematográfica bastante aceitável e uma banda-sonora surpreendente. Horner optou por criar os ambientes negros e pesados do mosteiro italiano acrescentando sintetização aos motivos de música medieval. Essa decisão acrescenta muito mais suspense aos momentos de maior tensão, ao mesmo tempo que mantém muitos dos motivos crus e despidos da música litúrgica da época. Fria, rígida, negra e ameaçadora, a banda-sonora retrata os traços da Inquisição.
O filme foi um tremendo fracasso de bilheteira, mas é uma divertida aventura para assistir naquelas matinés domingueiras. Muito dessa diversão é potenciada pela banda-sonora que marca toda a dinâmica do filme. Cheia de arpeggios que sugerem aventura, de pontuações de percussão de indicam coragem e com imensos momentos melódicos carregados de ternura, que assinam a a devoção do pequeno aprendiz de feiticeiro à recém-nascida princesinha Elora Danan. Depois de “Krull”, “Willow” confirmava a capacidade de Horner para a dinâmica orquestral necessária a uma boa OST em filmes de fantasia.
Um dos trabalhos mais brilhantes de James Horner. As composições carregam um filme de uma força emocional e épica inesquecível. Percussões militares, metais, sopros, e a grandiosidade do grupo coral Boys Choir of Harlem. Tão simples como bonita e majestosa.
Outro filme meio desconhecido do grande público, outra banda sonora soberba. Para a AS é mesmo a melhor. Com uma atmosfera aventureira e divertida e a sugerir um sentido bélico, devido à ameaça nazi. Também capaz de evocar a vibração big band dos chiquérrimos clubes de Los Angeles da época. Mas acima de tudo, Horner foi capaz de sonorizar algo tremendo, a excitação de voar.
Uma das mais aclamadas bandas-sonoras de Horner, merecidamente. A ideia seria acompanhar a crueza do filme. Horner foi capaz de usar instrumentos tradicionais nas composições sem saturar (como fez em “Titanic”, por exemplo). Para isso optou por juntar instrumentos folk, a uma deslumbrante harpa e à poderosa London Symphony Orchestra, que se destaca particularmente nas cenas de batalha.
Mais outro trabalho em que James Horner foi capaz de captar musicalmente o núcleo da história. A coragem e capacidade de sacrifício dos astronautas, o espírito de conquista e engenho da humanidade são sonorizados nesta banda-sonora. Do mesmo ano que “Braveheart”, 1995, a mostrar o compositor no topo das suas capacidades. Ambas as OSTs foram nomeadas ao Oscar.
Depois dos óscares vencidos, Horner parece ter entrado num certo tipo de descompressão e apenas em 2001 criou um trabalho de relevância. Curiosamente, este foi o seu primeiro trabalho centrado na 2ª Grande Guerra. É certo que Horner havia construído motivos melódicos militarizados anteriormente, mas aqui teve a possibilidade de lhes acrescentar uma emotividade romântica.
Certamente que James Horner teve trabalhos mais conseguidos que este, mas um mais difícil é pouco provável. O compositor escolhido era Gabriel Yared, que trabalhou no filme durante um ano. A sua banda-sonora acabou por ser rejeitada. O prazo para a compleição do novo trabalho era cerca de 10 dias. Horner aceitou. A banda-sonora não é brilhante, mas consegue momentos exuberantes, com as percussões que pontuam o confronto entre Aquiles e Heitor em frente às portas de Tróia.
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