Guadalupe Plata faz crescer pêlos no peito
Vencedores do prémio Impala de 2013, os Guadalupe Plata começam hoje uma mini tour por Portugal. São 3 datas e passam pelo Musicbox em Lisboa (15 de Maio), Club Vila Real (16 de Maio) e Maus Hábitos no Porto (17 de Maio), concerto com o selo do Bodyspace.
Em Maio de 2013 editaram o disco homónimo com o selo da Everlasting Records e já tocaram no Barreiro Rocks, Lounge e Primavera Sound do Porto. Os preços dos bilhetes no Porto e em Lisboa são de 6€ enquanto que em Vila Real de 4€. Não ir é o mesmo que desejarem passar uma noite de intimidade com a Conchita Wurst!
O guitarrista/vocalista Pedro de Dios trocou algumas palavras connosco e promete músicas do terceiro álbum, que está perto do final das gravações.
LÊ A REVIEW DA ARTE SONORA AO BRILHANTE DISCO HOMÓNIMO
White Stripes fora de acção (ainda que o Jack White não sossegue) e os Black Keys a abraçar o psicadelismo. Este é o momento para os Guadalupe Plata…
Há muita gente a mover-se neste género, é um caminho de blues e underground, nada mais. Bandas como essas estão num outro patamar, por boas que sejam, não estão tão dentro dos “pântanos”, não são algo tão “sujo”.
E como uma banda da Andaluzia ganha um som, como dizes, pantanoso?
É apenas por gosto e intenção. Ouves mais coisas e descobres mais coisas. Não importa se és americano, inglês ou ibérico. Já existe blues gravado desde os anos 1920 ou 30, há muita documentação. Se depois de conheceres os clássicos, fores ouvir aquilo em que se inspiraram, descobres muita coisa. O que ouves faz o teu som.
Sinto-me mais confortável e feliz a tocar numa sala média ou mesmo pequena. Se são apenas 50 ou 500 pessoas, são pessoas que estimam mesmo o que fazes.
Estão a trabalhar no vosso terceiro disco, vamos ouvir temas novos nestes concertos em Portugal?
Acabámos de gravar umas quantas canções e estes concertos são os primeiros depois disso. Claro que queremos experimentar algumas ao vivo. Aliás, nem gostamos muito de repetir sempre as mesmas coisas.
O disco anterior trouxe reconhecimento e prémios. As bandas dizem sempre que não se vão vender, mas acabam sempre por fazê-lo…
Entendo perfeitamente o que dizes. Há bandas muito boas que atingem esse reconhecimento, de facto, e acabam por mudar o seu som. Não sei porque motivo… Não sei se por dinheiro ou ambição, em tornarem maior o seu público. Penso que estamos a salvo disso. Se não gravássemos discos, tocaríamos em casa, nas nossas salas. Esta é a música que queremos tocar e não me vejo a tocar qualquer tipo de música que não ouvisse em casa. E também não tenho qualquer ambição de tocar em palcos gigantescos. Sinto-me mais confortável e feliz a tocar numa sala média ou mesmo pequena. Se são apenas 50 ou 500 pessoas, são pessoas que estimam mesmo o que fazes.
Como se integra um instrumento como o washtub bass com a força das tuas guitarras?
Amplificamo-lo, naturalmente, e, como uso muito chicken pickin’, os graves do instrumento colam-se muito bem à guitarra. A fusão é muito fácil, não necessita de muito trabalho. Dá-nos a sensação de soar muito bem e naturalmente.
E o teu som de guitarra?
Tenho quatro modelos de guitarra, que uso consoante o dia. Basicamente, gosto muito de guitarras com um som cristalino e transparente, como são as Jaguar ou Telecaster. Vou alternando entre esses modelos e uma Harmony semi-acústica. Gosto muito do som gordo da caixa, nas semi-acústicas. Depende de como acordo nesse dia.