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David Murray - Foto: Laurent Elie Badessi

Gnration e Theatro Circo voltam a juntar-se para mais uma edição do Julho é de Jazz

13 Março, 2025

Após a celebração de dez anos de existência, que se dividiu entre o gnration e Theatro Circo, o Julho é de Jazz volta a apresentar um programa que percorrerá os dois espaços de Braga.

Entre 2 e 12 de julho, o Julho é de Jazz regressa ao pátio exterior do gnration e ao Theatro Circo. O programa para a décima primeira edição reúne nomes como David Murray Quartet, Orquestra Jazz de Matosinhos com Peter Evans, Vijay Iyer Trio e Mary Halvorson’s Amaryllis Sextet, no Theatro Circo, e Ava Mendoza com Brad Jones e Hamid Drake, Ricardo Toscano e Gabriel Ferrandini, Zoh Amba Sun Ensemble e Fourward, no gnration.

De regresso está também o programa de cinema, com o filme de ficção científica protagonizado por Sun Ra, “Space is The Place”, de John Coney, e o documentário “Inside Scofield”, de Joerg Steineck, sobre o lendário guitarrista.

O programa de concertos da edição de 2025 do Julho é de Jazz arranca no Theatro Circo, a 3 de julho, com Vijay Iyer Trio. O pianista norte-americano tem-se destacado como um dos nomes mais influentes da música improvisada do século XXI e um dos nomes mais elogiados pela crítica especializada. Chega a Braga acompanhado pelo baterista Jeremy Dutton e pelo contrabaixista Harish Raghavan.

No dia seguinte, 4 de julho, é a vez dos portugueses Ricardo Toscano e Gabriel Ferrandini arrancarem com o programa no gnration. Dois dos músicos mais elogiados do jazz nacional, juntaram-se em duo no verão de 2020, desafiados pelo compositor e produtor Eduardo Queiroz a passar dois dias em estúdio a gravar música. Desse encontro nasceu o disco “Unpredictable Sessions” (2024), que é também mote para esta passagem.

Na tarde de sábado, 5 de julho, as atenções voltam-se para um trio inédito, formado por convite do gnration. Ava Mendoza, uma das grandes guitarristas da sua geração e um dos nomes mais aplaudidos das últimas décadas, o contrabaixista Brad Jones, líder de AKA Alias e Avant Lounge, e a lenda da percussão Hamid Drake, que colaborou com gigantes como Pharoah Sanders, Herbie Hancock, Don Cherry ou Joe McPhee, unem forças para fazer do momento história.

De noite, o Theatro Circo recebe outra lenda do jazz, o saxofonista David Murray. Acompanhado pelo seu quarteto, composto por Luke Stewart, no contrabaixo, Russel Carter, na bateria, e Marta Sanchez, no piano, Murray apresentará os seus mais recentes trabalhos, “Birdly Serenade” e “Francesca”. Lançado em 2024 pela editora Intakt, “Francesca” integrou as listas dos melhores discos do ano, de publicações como a Downbeat e a Jazzwise, além de alcançar a segunda posição no New York Times.

Aprendiz de David Murray e nome em rápida ascensão no jazz, Zoh Amba dá o pontapé de saída para o segundo fim de semana do Julho é de Jazz. Aos 24 anos, a saxofonista norte-americana coleciona elogios de renomados improvisadores com o dobro ou o triplo da sua idade, como John Zorn, William Parker, Shahzad Ismaily ou Steve Gunn. Chega ao gnration a 10 de julho com o seu Zoh Amba Sun Ensemble, acompanhada por Lex Korten, no piano, Caroline Morton, no baixo, e Russell Carter, na bateria.

A 11 de julho, Mary Halvorson regressa a Portugal, acompanhada do seu Amaryllis Sextet, para um concerto no Theatro Circo. A compositora e guitarrista apresenta “Cloudward”, distinguido como um dos melhores discos de 2024 para as revistas The Quietus e PopMatters e elogiado por publicações como The Guardian, Uncut e Pitchfork. Para além de Halvorson, na guitarra, o Amaryllis Sextet conta ainda com Patricia Brennan, no vibrafone, Nick Dunston, no contrabaixo, Tomas Fujiwara, na bateria, Jacob Garchik, no trombone, e Adam O’Farrill, no trompete.

O último dia do Julho é de Jazz, 12 de julho, começa no gnration com o jovem quarteto Fourward. Promessas para a nova geração do jazz nacional, este quarteto é formado por José João Viana, na guitarra elétrica, Gonçalo Cravinho Lopes, no baixo e contrabaixo, Simão Duque, no trompete, e Tomás Alvarenga, nos sintetizadores e bateria. Os quatro com raízes em Braga, apresentam algumas das composições que compõem o seu disco de estreia, gravado com o apoio do gnration.

A Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) convida o trompetista Peter Evans, figura fundamental do jazz moderno, para o concerto de encerramento da décima primeira edição do Julho é de Jazz. Com a direção musical de Pedro Guedes e Evans como solista, vão reconstruir o som expansivo dos discos “Miles Ahead” (1957) e “Porgy & Bess” (1959), trabalhos essenciais da história do jazz e da música improvisada.

O Julho é de Jazz volta a ter um programa de cinema, com títulos essenciais para a história do género. A 2 de julho é apresentado o filme de ficção científica “Space Is the Place” (1974), de John Coney.

Protagonizado pelo icónico Sun Ra, esta obra combina elementos afrofuturistas com uma narrativa surrealista, explorando temas como a identidade negra, a espiritualidade e a resistência cultural. Na semana seguinte, a 9 de julho, é exibido o documentário “Inside Scofield” (2022), de Joerg Steineck. Debruçando-se sobre a vida e a carreira do guitarrista John Scofield, este filme combina imagens de bastidores, com entrevistas e performances ao vivo, acompanhando o guitarrista e destacando a sua influência no jazz atual.

Estão disponíveis passes para a primeira e segunda semanas do Julho é de Jazz, que dão acesso aos concertos e filmes de cada semana. Estes passes têm um valor de 25 euros cada e podem ser adquiridos nas bilheteiras do Theatro Circo e gnration, locais habituais, e nas respetivas bilheteiras online, e Os bilhetes para cada espetáculo estão disponíveis nos mesmos locais.

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