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Pete Townshend, Melhor de Dois Mundos

Pete Townshend, Melhor de Dois Mundos

Nero

Fender e Gibson lançam modelos de assinatura a homenagear o espírito modificador e irascível do guitarrista dos The Who.

Além de ser considerado um dos mais determinantes guitarristas na história do rock ‘n’ roll, e para isso bastaria lembrar que está na origem dos stacks de amplificação, como os conhecemos hoje, do seu impacto sonoro, necessariamente, em The Who, e da intensidade das suas performances, Pete Townshend é considerado um grande modificador de guitarras e também um bárbaro destruidor destas! Fender e Gibson homenagearem cada um destes aspectos do guitarrista.

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Demorou um pouco, após vários anos com Rickenbacker e Les Paul, por exemplo, até Townshend eleger a Stratocaster como o seu modelo de eleição. Foi em 1989, durante a primeira digressão e reunião dos Who, que o guitarrista pegou num modelo “Eric Clapton”, no qual, obviamente, promoveu várias modificações. A mais famosa será o uso de um transdutor piezo. Colocado directamente no saddle, este pickup permite atingir um som similar à ressonância acústica, captando a vibração da madeira no corpo da guitarra. Nas suas próprias palavras, Townshend teve a sua primeira interacção com esta solução quando conheceu a lenda da guitarra jazz Pat Martino. Townshend estava a trabalhar no musical “Tommy” e, intrigado com a guitarra de Martino, pediu ao seu técnico, Alan Rogan, para investigar a modificação.

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Pouco depois, Townshend incorporou o piezo: «É bastante útil em palco, consigo obter o som cepitante das cordas com o piezo, ficando com mais cor e detalhe no sustain e no som que, actualmente, uso ao solar». Em entrevista com a Premier Guitar, em 2010, o guitarrista desenvolvia mais a ideia: «Há benefícios acrescidos. Uma das minhas técnicas consiste em bater na ponte e no pickup com a palma da mão e com o punho, ao fazer isto rapidamente consigo criar um tipo de som trovejante e explosivo – como uma metralhadora de calibre pesado. O piezo tem um papel determinante neste som, porque capta o som da guitarra a ser atingido. A Fishman tem trabalhado muito para tornar estes sistemas piezo extremamente suaves». Para acolher o pickup piezo, Townshend necessitou de alterar o corpo das Strats de Clapton, nomeadamente acrescentar um potenciómetro de volume, abaixo da ponte. Em modelos mais recentes, principalmente nas versões Torino Red, a unidade usada é um Fishman VMW Powerbridge conjugada com um pré-amp EMG. A Fender Custom Shop concebeu a Pete Townshend Stratocaster, com o Fishman Powerbride, de dois estágios, e com três single coil Lace Sensor Gold. As guitarras, de edição limitada, possuem um perfil de braço em “V” suavizado, com o neck plate de 4 parafusos e ajuste Micro-Tilt. O braço e a escala são em maple. O corpo tem umpickguard de três camadas (Branco/Preto/Branco) e o hardware é cromado.

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Antes da Fender, como referido, Townshend usou modelos Gibson Les Paul, que agora editou um modelo de assinatura inspirado (não é uma réplica exacta) na Deluxe Gold Top ’76, feita famosa quando Townshend a partiu em palco, num concerto dos The Who em Boston Garden, 1976. Os “restos mortais” da guitarra estão em exposição em Londres, no Victoria and Albert Museum. A nova versão possui mini-humbuckers, com um DiMarzio Super Distortion (no modelo origial encontrava-se um Dual Sound) no meio, com controlos de pickup blend e um segundo alternador de três posições específico para esse pickup, além, claro, dos controlos tradicionais Les Paul. O corpo (tal como o braço) em mogno possui uma tira de walnut. No braço, de perfil arredondado, há uma homenagem ao modelo original, através de um autocolante que refere “Break Here” (Partir Aqui), na zona do oitavo traste. A ponte é um modelo wireless ABR e os afinadores são cromados. Este é um modelo de edição limitada – apenas foram construídas 150 unidades.

No vídeo, em baixo, Alan Rogan (técnico de guitarra de Townshend) explica o modelo Fender.