Quantcast


Roland Verselab MV-1: Um Estúdio Musical Portátil?

Roland Verselab MV-1: Um Estúdio Musical Portátil?

Miguel Grazina Barros

A nova ferramenta de produção da Roland, o Verselab MV-1, tem um objetivo muito claro: ajudar-te a capturar, refinar e finalizar as tuas ideias – com um foco na captação/processamento da voz.

Ao contrário de outros sequenciadores em hardware, o novo Verselab MV-1 é um sequenciador, sampler, integra um software de instrumentos e utiliza tudo isso para suportar a tua voz. O objetivo é dinamizar o processo de gravação e pós produção sem nunca ser preciso um computador. No entanto, esta integração pode ser feita se assim o desejares.

O MV-1 apresenta um pequeno ecrã LCD e vários botões bem visíveis. Há 16 botões que correspondem ao sequenciador, dispostos ao longo da extremidade inferior, e há 16 pads quadrados no centro da unidade para tocar batidas e outras funções.

Na parte de trás, há uma entrada de alimentação e um interruptor de ligar/desligar, uma porta USB-B, entrada/saída MIDI de tamanho normal, ranhura para cartões SD, entradas de linha esquerda e direita de 1/4″, uma entrada de microfone XLR, e finalmente, saídas de linha esquerda e direita de 1/4″. O painel frontal possui saída de auscultadores de 1/4″ e 1/8″, e uma pequena grelha cobre um microfone incorporado. A estrutura em si é feita em plástico, já típico da gama AIRA da Roland – por um lado não é a mais resistente de sempre, mas permite aos produtos terem um preço competitivo, serem leves e de transporte fácil.

O Verselab pode ser alimentado a partir do transformador incluído ou mantido portátil com um powerbank USB. Existem botões para escolher diferentes tipos de faixa de bateria (como kick, snare), para cada tipo de faixa melódica (baixo, instrumento 1, instrumento 2, vocal), e uma secção de Workflow, realçada com um painel branco e uma progressão da esquerda para a direita – Seq(uence), depois Section, Song, Mixer, e finalmente Mixdown, terminando com um gráfico de um ficheiro WAV – é uma representação literal de como se faz música com este produto.

A Roland fornece alguns templates de projectos se precisares de desenvolver algo mais rapidamente. Existem mais de 1000 sons e mais de 80 kits que pertencem à biblioteca de sons ZEN-Core da Roland, partilhável entre instrumentos e software compatíveis. Estes presets são editáveis até certo ponto, embora disponhas de um grande número de sons que podes utilizar. O MV-1 liga-se ao computador ou dispositivos móveis através da aplicação Zen Beats. Através de USB, podes enviar e receber áudio multicanal e MIDI.

O Verselab MV-1 brilha realmente na forma como incorpora a voz humana no mundo da sequenciação e do hardware. O MV-1 mantém os elementos da groovebox MC-707 da Roland, como sampling, sequenciação, e controlos suficientes para interacção ao vivo mas dá preferência à captação, importação e processamento vocal.

Os 16 pads são para tocar batidas, mas também servem como um teclado em grelha, com a capacidade de atribuir escalas e acordes a cada pad individualmente. São também utilizados como ferramenta de selecção para determinadas funções, como a escolha de um take vocal para carregar numa pista, ou a selecção de patterns antes de os encadear, formando uma canção.

A fila de botões inferior mais pequenos é tipicamente utilizada para a sequenciação – não há surpresas se já tiveres utilizado qualquer caixa de ritmos da Roland ou groovebox. Cada pad representa um “degrau” num pattern para a pista e instrumento actualmente seleccionados.

A gravação da voz pode ser feita através do microfone incorporado ou ligando um microfone à entrada de microfone traseiro (com 48v phantom power disponível). São permitidos até 16 takes de voz em cada projecto. As gravações podem ser importadas através do cartão SD, por isso, se necessário, podes fazer alguma edição e preparação primeiro.

Há um conjunto de efeitos vocais disponíveis, que podem ser aplicados durante ou após a gravação – apesarem de serem bastante restritos. Há controlos dedicados para ligar/desligar o processador vocal, ligar/desligar o microfone e para o ganho. Usa um pad para seleccionar um take vazio e gravar a sua performance vocal, depois define os pontos de início e fim, e coloca na linha temporal do sequenciador, usando a fila inferior inferior de botões.

O workflow continua em direção à mistura e masterização – com efeitos de masterização como um compressor multibandas, equalizador, e um limitador. Podes então criar uma mistura estéreo no cartão SD com a canção completa, instrumentos ou apenas vocais.

O Roland Verselab é um take moderno das antigas gravadoras de cassetes que serviram para gravar bastantes demos simplificadas – mas claro, com capacidades e funções muito mais avançadas e impressionantes.

Para mais informações visita o site oficial da Roland.