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Baroness

Purple

Abraxan Hymns, 2015-12-18

EM LOOP
  • Shock Me
  • Chlorine & Wine
  • If I Have to Wake Up (Would You Stop the Rain?)
Nero

Desde 2007 e do álbum “Red” que os Baroness vinham, sucessivamente, a prometer um álbum de jarda épica que, por um ou outro motivo, ia sendo adiado. A banda sempre teve carisma, grandes riffs, grandes temas, dinâmica e peso, mas nunca havia conseguido uma solidez arrasadora ao longo de um registo inteiro. Até este “Purple”. Depois do vermelho, azul e amarelo e verde, o triunfal álbum púrpura é o melhor dos Baroness.

Como tantas vezes sucede, a afirmação plena da banda deriva de uma série de acontecimentos significativos. Falamos do violente acidente rodoviário, em 2012, que acabaria mesmo por ditar mudanças de line-up – entrando Nick Jost e Sebastian Thompson para a bateria e sintetização, respectivamente. O guitarrista Pete Adams tratou de explicar a reacção da banda a essa tragédia: «Não queríamos fazer algo morno, triste e negro. Precisávamos de ritmo. Precisávamos de ser melódicos, mas também agressivos». Falamos também da criação de um selo editorial próprio, a Abraxan Hymns, e de uma maior independência logística que daí adveio.

Falamos também da mudança de produtor. Em “Red”, Phillip Cope, dos Kylesa, conseguira orientar a banda para o seu registo mais brutal, “Red”, e depois John Congleton (com um sentido mais pop) redimensionou o som da banda, mas atenuou a sua pujança. Em “Purple”, Dave Fridmann mantém a fusão de ambas as latitudes sonoras da banda, mas a sua fixação no “Wall Of Sound” de Phil Spector consegue tornar este álbum um leviatã sonoro, tão grande quanto aberto.

Num sentido visual, o púrpura é a mistura do vermelho e do azul. Sonoramente, “Purple” cruza “Red” e “Blue”.

Muito mais curto que o anterior duplo álbum, “Yellow & Green”, “Purple” é um trabalho directo ao assunto, numa duração clássica de 43 minutos. Desde o tema de abertura, “Morningstar”, que a banda cumpre a afirmação, acima referida, de Adams. Sem oscilações abruptas entre os picos de intensidade e respiração, com uma dinâmica irrepreensível, este é um álbum com jarda nos seus vários momentos e onde os coros grandiosos, já algo clássicos da banda, o peso demolidor e a imponência melódica reduzem significativamente o espaço qualitativo entre os Baroness e os parceiros estatais Mastodon.