O importante em “Back To Roots” não passa tanto por aprofundar o quanto a banda conseguiu suceder naquilo a que se propunha (fundir a cultura portuguesa com o blues). Até porque, musicalmente, não é claro que o álbum seja bem sucedido nessa intenção. No fundo, as correntes estéticas não estão fundidas, mas são sugeridas através de cruzamentos suaves, mesmo em “Going Down South”, e a integração de ganchos melódicos tão particulares da música portuguesa ou “Blues Sticks With You” e o seu ar minhoto. Mesmo no tema que mais explicitamente aplica essa teoria, até pela participação de Galandum Galandaina, o resultado é mais country que folk, exceptuando os interlúdios, naturalmente.
Não é claro que a banda tenha sido totalmente bem sucedida na fusão da música tradicional portuguesa com o blues. Mas no processo a banda conseguiu o seu melhor álbum.
O importante, no fundo, é que estamos, possivelmente diante do melhor álbum da banda. E que, através da intenção com que partiram para o disco e na ressaca da singularidade do álbum em parceria com Maria João (onde ganharam mais mestria, se possível, nas dinâmicas instrumentais), acabaram por definir de forma ainda mais vincada a sua própria abordagem ao blues e conseguem voltar a exalar um tremendo charme sonoro. A subtileza com que a banda percorre correntes mississipianas, passa pelo Texas ou Chicago, o tradicional do género ou o anabolizado estilo de Bonamassa é extraordinária.
O importante é que este é um discaço, carregado de grandes canções.