MEO Kalorama 2023: Foals, A Melhor Banda Sonora de Fim de Verão?

Os Foals regressaram a Portugal para celebrar o fim do verão com um concerto bem refrescante e repleto de boas vibrações. Indie rock gingão ao pôr do sol foi o que a banda de Yannis Philippakis nos serviu.

Desde a sua formação, em 2005, os Foals têm sido uma presença assídua nos palcos portugueses. Com a maioria das suas apresentações a acontecerem em festivais poderíamos achar que o interesse em rever a banda britânica, que já tinha cá estado no ano passado para apresentar “Life Is Yours”, poderia passar um pouco ao lado daqueles que se deslocaram até ao Parque da Bela Vista no última dia do MEO Kalorama 2023. Contudo, o mesmo não aconteceu e à hora marcada dos Foals subirem ao palco voltou a juntar-se uma multidão à frente do Palco MEO.

A novidade funky “Wake Me Up” foi a escolhida para abrir o concerto que assinalou o encerramento de uma extensa tour de verão. Com a voz aparentemente desgastada e um pouco rouca de Philippakis, a banda prosseguiu com “Mountain at My Gates” e “Olympic Airways”. Sempre acompanhado da sua Travis Bean TB1000S, o vocalista acabou por colmatar o desgaste vocal com as várias aproximações que fez ao público ao descer as escadas que estavam junto ao palco.

Um momento de inteligente mestria musical foi o interlúdio instrumental “(summer sky)”, que os Foals anexam ao vivo a “2001”, e que serviu de ponte para o grande êxito da banda “My Number”. Uns rapidamente levantaram os telemóveis para captar aquele momento enquanto outros deram o passinho de dança que a música pede.

Já “In Degrees” colocou bem à vista as valências que os Foals têm enquanto jam band. Jack Bevan na bateria, Jimmy Smith na guitarra ritmo, o regressado Walter Gervers no baixo e os touring members Kit Monteith e Joe Price na percussão e teclados juntaram-se a Philippakis numa jam que prolongou a música durante alguns instantes. O mesmo repetiu-se em “Black Bull”, faixa que levou o concerto para uma reta final com músicas mais pesadas e próximas de um garage rock dos anos 90. “Inhaler”e “What Went Down” mantiveram a mesma toada e por momentos chegámos a pensar que estávamos a ver em palco uma banda diferente tal era a descarga sonora que vinha do palco.

A fechar o concerto, “Two Steps, Twice” trouxe de volta o som indie mais dançável, mas com uns toques do rock visceral das faixas que a antecedam. Foi a conclusão adequada para um concerto que, apesar de competente, não se apresentou como candidato a um dos melhores do festival.