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Miss Lava

Red Supergiant

Raging Planet, 2012-09-27

Redacção

A estreia discográfica destes rapazinhos “cabeludos e barbudos” ocorreu em 2009 com a edição de “Blues For The Dangerous Miles”. Logo no primeiro longa-duração, se não contarmos com o EP homónimo de 2008, ficámos com o gostinho do que este quarteto da região de Lisboa tinha para dar ao rock nacional. Tornaram-se mesmo em efeito relâmpago numa das mais populares, dentro da área stoner rock, da terra de Camões.

Sob observação e com altas espectativas para o novo registo, os MISS LAVA apresentam agora “Red Super Giant”. Um disco replecto de rock directo e alguns momentos mais “baladeiros”. Com algumas influências do rock sulista americano, em que na sua audição faz-nos desejar pegar no carro e atravessar um dos quaisquer desertos da Route 66 a alta velocidade – como, aliás, foi retratado no vídeo para o primeiro single promocional “Ride”.

“Desert Mind” dá inicio a esta viagem imaginária, com riffs poderosos e energia bastante positiva, mas agressiva quanto baste. O mesmo sucede em malhas como “Fell My Grace” ou “Grawl”, com vozes colocadas no ponto e criando puro êxtase em alguns momentos, mantendo a dinâmica e o ritmo rasgado por solos crus e sujos, no bom sentido. Em circunstâncias bem conseguidas chegamos ao “Hole To China”, um tema mais lento e de pés assentes no chão que quebra uma pouco a aceleração dos temas anteriores, mas ao mesmo tempo tem a função de preparar o ouvinte para o que se avizinha. Texturas sonoras diligentes e uma secção rítmica coesa e versátil. Destaca-se nesta “segunda parte” o tema “Red Supergiant”, mostrando os músicos lisboetas a adotarem uma postura mais melancólica e quase a roçar uma veia mais blues rock. E assim termina este “gigante”.

O que se pode retirar deste trabalho é que o grupo cresceu a nível de composição e de maturidades, sentindo-se mais confortável com a sua sonoridade, desenvolvendo-a cada vez mais e com as suas regras. Uma nobre atitude que muitos invejam ou levam muito tempo a conseguir. Destaque ainda para a excelente produção de SAMUEL REBELO (baixista do grupo) e masterização do multipremiado MATT HYDE que conseguiram, e muito bem, equilibrar toda a sonoridade, contribuindo ainda mais para este toque único de identidade que os MISS LAVA conseguiram com categoria, muito suor e cerveja.